Inflação na região metropolitana foi de 9,91% em 2014, aponta IPC
A inflação na Região Metropolitana de Belém (RMB) em 2014 foi de 9,91%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa). O índice é 0,32 ponto percentual acima do resultado do ano anterior, que foi de 9,59%. Em dezembro do ano passado, a inflação ficou em 0,83%, queda de 0,16% em relação a novembro. Os índices foram apresentados nesta segunda-feira (19), em coletiva à imprensa.
O IPC mensura as variações de preço de bens e serviços que compõem o orçamento das famílias com rendimentos entre um e oito salários mínimos. Os grupos que apresentaram as maiores variações foram: transportes, com variação de 2,52% em dezembro e 7,44% no ano; alimentação e bebidas, que registrou taxa mensal de 1,46% e acumulou 8,33% ao ano; e vestuário, cuja taxa mensal foi de 1,31%, acumulando 8,62% em 2014.
O grupo de despesas e serviços pessoais apresentou a maior variação acumulada em doze meses (15,63%), apesar da taxa negativa de -1,5% em dezembro, seguido pelo grupo habitação, com a taxa acumulada de 15,17% e mensal de 0,2%.
Segundo a diretora do Núcleo do IPC, Augusta Pereira, a alimentação é a classe com maior destaque na pesquisa, por conta da variação climática que interferiu nos centros produtores. “As carnes, os legumes e as frutas foram produtos que tiveram significativo reajuste no preço. A tendência é que a alimentação continue influenciando o IPC da Região Metropolitana de Belém”, destacou.
Importados – O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Rosivaldo Batista, explicou que a inflação alta de Belém se dá pela importação de produtos industrializados e in natura, refletindo, assim, no preço final. “Ao longo de muitos anos, a Região Metropolitana de Belém sempre foi uma das mais caras do Brasil porque nós importamos alimentos industrializados e in natura. Precisamos trabalhar para reverter este quadro, buscando alternativas para que possamos produzir e competir com os produtos de fora”, ressaltou.
Para o presidente da Fapespa, Eduardo Costa, a tendência é que o índice de inflação de 9,91% se replique em 2015. “É um dado preocupante porque isso mostra que as famílias estão tendo o poder de consumo reduzido. De acordo com as informações, é possível que este cenário se repita, pois estão envolvidos aspectos como economia fragilizada e tendência de baixo crescimento. Além da necessidade de importarmos os produtos, existe ainda a questão da logística, que afeta o transporte dos alimentos até a mesa do consumidor”, analisou.
Para o IPC mensal de janeiro, a Fapespa espera uma inflação maior, já que neste mês ocorrem a compra de materiais escolares e as matrículas nos colégios. Também há a renovação de estoque de mercadoria nos centros comerciais de Belém.