Governador e primeira-dama se despedem do arcebispo Dom Vicente Zico
No fim da tarde desta terça-feira, 5, o governador Simão Jatene, acompanhado da primeira-dama, Ana Jatene, esteve na Catedral de Belém para participar do velório do arcebispo emérito de Belém, dom Vicente Zico, morto na segunda-feira, 4. A despedida está sendo marcada por orações, homenagens e visitas de fiéis da comunidade católica e de admiradores do líder religioso.
Para Simão Jatene, dom Vicente Zico era um homem sábio que deixou muitos ensinamentos para as pessoas que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. “A gente via que o corpo estava frágil, mas a voz permanecia firme. Ele conseguia ser firme, mas ser firme com ternura. Conseguia ser forte, mas forte de modo carinhoso. Ele discutia as coisas mais complexas, sem jamais alterar o tom da voz. Esses predicados são uma condição excepcional que só têm aqueles que chegam a um estágio de sabedoria. Acho que ele nos deixa um grande legado”, afirmou o governador.
Para Jatene, dom Zico permanece vivo no coração dos paraenses. “Entre as coisas que ele nos ensinou está a de conseguir, tendo nascido em Minas Gerais, renascer no coração de todos os paraenses. Tenho certeza que ele faz parta daquele grupo de pessoas que não se vão, porque fica um pedacinho seu em cada pessoa com que ele conviveu, cada pessoa que teve a oportunidade feliz de conhecer dom Vicente. Isso ele fez com muita sabedoria e com muita propriedade”, reiterou o chefe do Executivo Estadual.
“Esta não foi uma vida tirada, foi uma vida doada”, disse o arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, ao descrever a morte de dom Vicente Zico. “Vivemos para Deus, nos realizamos entregando-nos a Ele. Dom Vicente foi um homem que viveu só para Deus e preparou-se para este momento. Damos de presente o que tínhamos de melhor: o anjo da guarda da Arquidiocese de Belém entregamos para o céu”, declarou dom Alberto Taveira, para quem dom Zico era exemplo de um homem de paz.
Ana Maria Gomes, integrante do coral da Igreja da Sé, falou da satisfação de conviver com dom Vicente Zico, que, segundo ela, era uma pessoa muito alegre. “Ele sempre respondia a todos com um sorriso no rosto e nunca dava as costas aos irmãos. Para nós ele continua vivo, e tenho certeza que ele está junto com Deus vivendo as alegrias que ele semeou aqui”, afirmou.
Na Igreja da Sé estão sendo celebradas missas de corpo presente a cada duas horas. A última missa desta terça será celebrada pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta. Entre as homenagens que ocorrem na catedral está a do superintendente da Fundação Carlos Gomes, Paulo José Campos de Melo, que toca o órgão do templo nas missas em homenagem a dom Vicente Zico. Ele é o único músico em Belém que executa esse instrumento.
Foi publicado nesta terça-feira, no Diário Oficial do Estado, decreto assinado pelo governador Simão Jatene que estabelece o luto oficial de três dias, em memória do arcebispo emérito de Belém. O decreto “considera o justo reconhecimento pelo exemplo de vida dedicada à Igreja, a contribuição legada a todos os paraenses e ainda a necessidade de expressar sentimentos de profundo pesar pela perda irreparável do ilustre religioso”.