Agricultores de Nova Esperança do Piriá comemoram lucro com plantio de malva
Parceria técnica do Governo do Pará com a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC) assegura acompanhamento no cultivo e a compra de sementes
Em Nova Esperança do Piriá, no Rio Capim, com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), 25 famílias da zona rural acabam de lucrar, cada uma, R$ 12 mil com o plantio de malva, a partir da venda direta para a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), município polo. O total de cinco toneladas de semente oriundas das comunidades Castanheira, Formosa, Hebron e Tatatajubinha está sendo entregue agora em dezembro.
“Para mim, virou uma ótima opção de renda e de diversificação das atividades. A Emater apresentou o projeto e nós confiamos. Deu tudo certo. Vou continuar plantando”, diz o agricultor Antônio Leandro Lustosa, de 34 anos.
No caso de Lustosa, no Sítio Morro Alto, na comunidade Formosa, desde março passado, um hectare do total de 53, mantém-se exclusivo para malva, a título de experiência-piloto. A iniciativa divide espaço com quatro mil pés de pimenta-do-reino, cinco mil pés de açaí e 70 cabeças de gado de corte.
Os insumos para a malva vêm doados pela CTC e o plantio e a colheita recebem acompanhamento absoluto dos especialistas da Emater. O processo também é apoiado pela Prefeitura e pela Câmara de Vereadores.
“Vale destacar toda a colaboração da prefeita, Alcineia Ferro, (MDB) e do vereador José Alberto Lira, mais conhecido como Peba (MDB), ele participou de todas as reuniões, das tratativas. É um trabalho de muitas mãos e de muito resultado”, aponta o chefe do escritório local da Emater em Nova Esperança do Piriá, o técnico em agropecuária, Leandro Guilherme Amorim.
Amorim explica que a condução sociocientífica da Emater e o interesse corporativo da CTC ressignificou uma planta nativa da Amazônia, que já era considerada pela maioria dos agricultores familiares como uma praga da roça. “A malva ressurge em Nova Esperança como uma novidade comercial. Existia comercialização, sim, da oferta da incidência espontânea nas áreas, mas a comercialização era sempre para atravessadores, com baixíssimo percentual de lucro. Com a CTC, elimina-se a figura do atravessador e a atividade passa a representar alta rentabilidade”, pontua.
Em janeiro de 2026, 60 famílias de Nova Esperança do Piriá devem iniciar um novo plantio, com expectativa de colheita em oito meses. Doze famílias da comunidade Resplendor, no município limítrofe de Garrafão do Norte, foram incluídas pelo escritório da Emater em Nova Esperança do Piriá, para atendimento extensivo, pela proximidade geográfica.
CTC
A parceria entre o Governo do Pará, por meio da Emater, e a CTC começou em 2022, em benefício de 182 famílias de pequenos e médios agricultores do nordeste paraense na recomposição da cadeia produtiva da malva em nove municípios: além de Nova Esperança do Piriá, Aurora do Pará, Capitão-Poço, Dom Eliseu, Mãe-do-Rio, Paragominas, São Miguel do Guamá, São Domingos do Capim e Ulianópolis.
Da semente cultivada pelos agricultores, deriva-se a fibra, produto de valiosa solicitação industrial. Até a corda da berlinda do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em outubro secular, é composta essencialmente de malva e doada pronta pela CTC à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), a contar de 2023.
Texto de Aline Miranda
