Emater destaca produção de abacaxi em Salvaterra no arquipélago marajoara
Cadeia produtiva é um dos atendimentos do órgão de assistência técnica estadual, que completa seis décadas de atuação em 3 de dezembro
Em Salvaterra, no Marajó, o produtor rural Raimundo Nonato da Cruz, de 43 anos, mais conhecido como “Natinho”, espera que 2026 seja um ano de recuperação da safra de abacaxi: “Por conta do verão severo de 2024, perdemos muitas mudas, o que fez com que, de lá para cá, em 2025, eu reduzisse a área plantada de 50 mil pés pra 15 mil. Ano que vem, meu plano é conseguir dobrar destes 15 mil pra pelo menos 30 mil”, calcula o proprietário de sete hectares exclusivos para abacaxi, dentro da comunidade Maruacá.
Na busca por melhores resultados de produção, a agricultura familiar do município conta com a orientação direta do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater). Na quarta-feira (3), o órgão estadual completa seis décadas de existência, com atendimento em todos os 144 municípios do Pará.
Em Salvaterra especificamente, desde o começo deste ano, com a retomada do projeto multi-institucional “Transferência e Difusão Integrada do Abacaxi no Estado do Pará”, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap), a Emater vem promovendo em um sentido mais estratégico atualização científica e troca de experiências para o sistema de produção integrada do abacaxi.
Dados empíricos da Emater apontam agora uma safra anual de abacaxi em Salvaterra de cerca de dois milhões de frutos, o que situa o município entre os principais produtores do Pará. Com lucro de mais de 100% para o agricultor familiar, 95% da produção abastecem a Região Metropolitana de Belém (RMB), via distribuição pelas Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa).
Capacitação
Neste fim de semestre comemorativo de aniversário emblemático da Emater, mais uma capacitação intensiva promovida pela Emater e parceiros reforçou boas práticas no cultivo de abacaxizeiro: de 25 a 28 de novembro, com a contribuição de especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Sedap, foram três dias de curso e mais um Dia de Campo para 25 agricultores e 17 técnicos de entidades públicas diversas.
As ações realizaram-se na comunidade Maruacá, no território quilombola Vila Nova Campina, na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Professor Ademar Nunes de Vasconcelos e no campus XIX da Universidade Estadual do Pará (UEPA).
A programação reforçou informações quanto a adubação e controle de pragas e doenças, entre outras abordagens.
Para o chefe do escritório local da Emater em Salvaterra, engenheiro agrônomo Orlando Lameira, especialista em Georreferenciamento de Imóveis Rurais, a produção integrada do abacaxi é um processo consistente que envolve aspectos técnicos, culturais e sociais: “Nós trabalhamos também a transição agroecológica, com redução de intervenção química, a fim de se reduzirem os impactos ambientais; as organizações sociais dos agricultores, a exemplo de associações e cooperativas; e o controle e o monitoramento de pragas e doenças: cochonilha [Dysmicoccus brevipes], broca [Strymon basalides]. Atuamos em todas as frentes”, resume.
Texto de Aline Miranda
