Pará assina Memorando para projeto pioneiro da ONU no Brasil
O Pará será modelo do plano desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU Habitat), que pretende desenvolver uma metodologia para antever problemas em territórios impactados por grandes empreendimentos, como hidrelétricas e mineradoras. O Memorando de Entendimento entre o Governo do Estado e a ONU foi assinado na noite desta terça-feira, 18, no Palácio do Governo.
O plano tem como principal matriz diminuir os impactos sociais e ambientais provocados pela instalação de grandes projetos, nas áreas urbanas e rurais dos municípios de influência. Liane Freire, presidente do Instituto Dialog, parceira da ONU - Habitat no projeto, explica que foram realizados diversos estudos, desde 2012, para definir os formatos experimentais de antecipação de possíveis danos, nessas regiões.
“Nesse piloto, que vamos desenvolver na região do Tapajós, a gente pretende experimentar essas metodologias para ver se conseguimos ter uma experiência diferente do que rotineiramente temos na implantação de grandes projetos. Que essas instalações tenham muito mais impactos positivos que negativos , o que é bom não só para o Pará, mas também para o Brasil”, avaliou Liane Freire.
Elkin Velasquez, diretor do Escritório Regional para a América Latina e o Caribe do ONU - Habitat, destacou que as Nações Unidas tem uma visão clara de que, dentro dos novos objetivos de desenvolvimento sustentável nos territórios com grandes empreendimentos, está o de promover a mlehoria da qualidade de vida das pessoas que ali vivem. “É isso que está se tentando estabelecer. Para nós é um grande privilégio e responsabilidade desenvolver esse projeto aqui no Pará, no coração da Amazônia”, reiterou.
O governador Simão Jatene destacou que o Pará é a melhor síntese da Amazônia. No decorrer da história, o Estado passou por ciclos econômicos que poucas riquezas geraram à sociedade amazônida. A exemplo de outros tempos, a região Norte continua atraindo grandes empreendimentos. O esforço atual, no entanto, é para que o planejamento desses projetos alavanquem, junto com o processo de produção do negócio estabelecido, a qualidade de vida das comunidades impactadas no entorno.
“Estou muito feliz com essa iniciativa. A grande alavanca desse projeto é antecipação, para que se possam antever os problemas antes que eles se instalem. A ONU tem a expertise global em projetos como esse e acreditamos que teremos muita sinergia para avançarmos juntos. Acredito que a gente pode conseguir fazer diferente, sempre com foco no desenvolvimento social da nossa gente”, afirmou o governador Simão Jatene.
