Preservação ambiental e mudanças climáticas nos territórios indígenas são tema de evento, em Belém
Painel na programação da Semana dos Povos Indígenas discutiu gestão socioambiental em territórios de povos originários
As secretarias de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e de Povos Indígenas (Sepi) promoveram, nesta quinta-feira (18), no Hangar, em Belém, um painel sobre preservação ambiental e mudanças climáticas nas terras indígenas do Pará. A programação fez parte da Semana dos Povos Indígenas do Estado e contou com a participação de indígenas e de órgãos e entidades relacionados ao tema.
Sob o título “Emergência climática: povos indígenas chamam para a cura da Terra!”, a expectativa é de que a programação da Semana dos Povos Indígenas receba mais de 500 indígenas de vários povos para o evento, que tem como intuito conscientizar e aproximar as pessoas, para, cada vez mais, reflorestar as mentes do povo do Pará, do Brasil e do mundo.
“O importante é que todo mundo possa compreender, ajudar a pensar o Pará que queremos, a Amazônia que queremos. E aí eu acho que esse momento não é nosso, mas é um momento de vocês, da demanda dos territórios indígenas, de discutir os impactos que os povos indígenas sofrem dentro dos seus territórios. E a gente está aqui para para ajudar a pensar a partir dessa construção, que não é algo que se faz somente com os povos indígenas, mas também se faz com a sociedade, com o governo, e é por isso que a gente está aqui”, afirmou Puyr Tembé, titular da Sepi na abertura do evento.
Raul Protázio, secretário adjunto de Recursos Hídricos e Clima da Semas, destacou a construção coletiva das políticas ambientais no estado. “Destacamos o Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa e o seu processo de construção com a participação ativa dos Povos e Comunidades Tradicionais e como esse processo de co-construção vem sendo implementado com sucesso no Governo do Estado e na Semas. Nas nossas iniciativas, sempre temos trazido essas populações para construir conosco, considerando o seu papel fundamental para proteção da floresta e para que sigamos implementando as iniciativas que de fato gerem benefícios e contribuam com a melhoria de vida deles, ao mesmo tempo em que também atuamos para alcançar as nossas metas e objetivos definidos na Política Estadual de Mudanças Climáticas”, explicou.
Participaram do painel representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), da Associação Angrôkrere, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Banco do Estado do Pará (Banpará).
Bruno Potiguara, Diretor de Gestão Ambiental Territorial e Promoção do Bem Viver Indígena, do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), destacou a visibilidade que o evento confere às demandas indígenas. “É de suma importância nesse momento de luta e resistência. Muito interessante fazer esse trabalho pensando no contexto de todo o estado, pensando na proteção territorial, na gestão de seus territórios, e essa atuação do Governo do estado, da Sepi, da Semas, faz com que nós tenhamos mais visibilidade para a luta dos territórios, ainda mais considerando esse processo de desintrusão que afeta muitas terras aqui no Pará, então é necessário trazer essa concepção de luta e atuação para que os povos indígenas possam cada vez mais ser respeitados e reconhecidos dentro do seu território original”, disse.
Ágila Rodrigues, técnica da área de Projetos Corporativos e Bioeconomia da Semas, destacou os resultados do Plano Estadual de Bioeconomia e a participação e benefício de comunidades tradicionais. “Com esse evento e com o diálogo que vem sendo estabelecido, isso ajudar no direcionamento das nossas ações, porque isso vai colaborar com que caminhemos juntos. Aqui, apresentamos o PlanBio, política lançada em 2022, mas é uma política que vem sendo pensada pelo governo desde muito antes, primeiro pela Política Estadual de Mudanças Climáticas, depois pelo Plano Estadual Amazônia Agora. Em 2021, durante o Fórum Mundial de Bioeconomia, que ocorreu aqui pela primeira vez fora do continente europeu. Pra gente isso foi um marco, então aqui destacamos as ações que a gente vem fazendo dentro do Plano, como o InovaSociobio e a abertura de espaços para bioprodutores e negócios comunitários, dando a eles o protagonismo que eles merecem”, disse.