Fasepa reúne jovens em programação pelos 399 anos de Belém
Os adolescentes internos que cumprem medida socioeducativa na Unidade de Atendimento Socioeducativo (Uase) de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, participaram nesta segunda-feira (12) de programação comemorativa pelos 399 anos da fundação de Belém. Além de despertar valores voltados à cidadania, o objetivo é que os jovens conheçam, valorizem e se integrem à história da capital paraense, por meio da diversidade artística e cultural que compõe a identidade do povo belenense.
A programação teve apresentações de carimbó feitas pelos socioeducandos, pintura em tela, dança, declamação de um poema a Belém e visita monitorada ao centro histórico e comercial da capital paraense, que ocorreu na última sexta-feira (9). As ações foram idealizadas de forma contextualizada e interdisciplinar. Os jovens aprenderam sobre a temática a partir da musicalização, atividades pedagógicas e artes visuais.
Segundo a gestora da Uase Ananindeua, Sônia Cabeça, um dos objetivos é reaproximar a cidade dos jovens da capital e região metropolitana e apresentá-la ainda aos jovens de outros municípios do interior do Estado. “Nada mais justo que cantar parabéns a Belém, cantar a nossa chuva, celebrar a nossa baía do Guajará, a Cidade Velha, o Mercado do Ver o Peso, o nosso povo, a nossa gente”, disse.
Entre os jovens que homenagearam a cidade, um chamou atenção pela maneira carinhosa e singela com que retratou o balneário de Outeiro, situado a 18 quilômetros de Belém. Ele fez uma pintura em tecido com a praia e a vegetação do local emoldurando o cenário. Para o jovem, o cenário traz lembranças, pois era um dos locais que ele visitava quando não estava privado da liberdade.
“Conhecer e cuidar do patrimônio histórico e cultural da cidade é uma forma de autoconhecimento e de afirmação da identidade de um povo”, disse o arte educador João Paulo, da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), durante as aulas para sensibilizar os jovens para que eles não danifiquem e depredem o patrimônio público.
“Há muitos jovens que ainda se expressam por meio da pichação, e buscamos passar para eles que é possível encontrar outras maneiras de se expressar, como, por exemplo, por meio do grafite. Ao invés de agredir visualmente a comunidade, o grafite possibilita que se assine a sua arte e saia do anonimato. Dentro dessa relação, o adolescente vê que é possível trazer algo de positivo e agregar algo que possa embelezar a cidade”, ressaltou o arte educador.