Projeto conscientiza internos sobre a importância do meio ambiente
Semear o conhecimento na esperança de colher um futuro melhor. É com esta perspectiva que adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) acreditam que podem transformar seus projetos de vida a partir da educação durante as aulas do curso de horta orgânica, ministradas nesta quinta-feira (29), no Centro Juvenil Masculino (CJM).
Trata-se de ação integrante do projeto Ressignificando Caminhos na Socioeducação, da Fasepa em parceria com a Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e da Sociedade de Meio Ambiente Educação e Cidadania (Somec). O objetivo é apresentar mais uma possibilidade para a promoção da cidadania e a qualificação para o mercado de trabalho com cursos profissionalizantes voltados para a geração de emprego e renda.
“É importante aprender coisas que só fazem acrescentar para o bem da gente. É a primeira vez que vejo esses assuntos, e não imaginava que para mexer com a terra e com as plantas era preciso saber tantas coisas assim. Antes só queria ficar na rua e não me preocupava com o meu futuro. Agora vejo que isso aqui é legal, e quem sabe um dia eu trabalhe com isso que estamos aprendendo”, disse um adolescente de 15 anos, que cursava a quarta série do ensino fundamental antes de ser apreendido. Há cinco meses na medida socioeducativa, ele estava afastado do ambiente escolar há pelo menos um ano e meio.
Além de usar material didático, as aulas também são ministradas com auxílio de recursos audiovisuais que ajudam os adolescentes no processo de aprendizagem nas orientações educacionais. As aulas consistem em práticas e teóricas. O curso tem carga horária de 160 horas. Ao final do módulo, os alunos receberão certificado de conclusão e estarão aptos a desenvolver as atividades. Nas aulas seguintes a equipe construirá um canteiro para o plantio de diversas mudas que irão servir de laboratório de estudo, assim como fornecerá produtos para o consumo da própria comunidade socioeducativa.
O engenheiro agrônomo Igor Fernandes diz que este é um mercado que está crescendo muito, até pela própria consciência ambiental e alimentar que as pessoas vêm desenvolvendo nos últimos anos. Ainda segundo ele, o curso tem grande potencial, caso eles realmente queiram trilhar profissionalmente este caminho, e que estas ações são imprescindíveis para o desenvolvimento dos adolescentes.
“É somente quando você está aqui desenvolvendo uma atividade com esses adolescentes que você se sente esperançoso enquanto cidadão, porque aqui as pessoas fazem um bom trabalho com os jovens. O que os diferenciam dos demais adolescentes dessa faixa etária é que eles tiveram algumas experiências ruins, que os levaram a cometer ato infracional. Talvez, se eles tivessem outras oportunidades, certamente não estariam aqui”, avaliou Igor.