Sedap e Ceplac coletam amostras de cacau paraense para salão internacional
A partir do mês de março, a Secretaria de Estado de Produção Agropecuária e Pesca (Sedap) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) começarão a coletar amostras de amêndoas de cacau de produtores paraenses com potencial para participar da etapa nacional de seleção das amostras brasileiras que irão participar da edição 2015 do Cacau de Excelência (CoE) e Prêmio Internacional de Cacau (ICA), realizados durante o Salon du Chocolate, em Paris em outubro deste ano.
O estímulo à participação em concursos nacionais e internacionais de qualidade do cacau e do chocolate é uma ação que integra o projeto de desenvolvimento da cadeia produtiva do cacau, que vem sendo implantado no Estado. A ideia é mobilizar principalmente as associações de produtores e cooperativas, mas os produtores individuais também podem participar da seleção, que será feita por técnicos nas principais regiões produtoras do Pará. Cada produtor poderá apresentar apenas uma amostra com, no máximo, 20 quilos de amêndoas. A quantidade de amostras por associação ou cooperativa é limitada a 10.
Do total de amostras coletadas pela Sedap e Ceplac, serão selecionadas até 20 para serem enviadas para a etapa nacional de classificação, que encerra no dia 30 de março. Todos os participantes da etapa estadual ganharão certificados e os 10 melhores produtos classificados terão participação especial no Festival Internacional do Cacau e Chocolate da Amazônia, marcado para setembro, em Belém.
“Nossa ideia é trabalhar nas principais regiões produtoras identificando o material genético de melhor qualidade em cada uma delas, de maneira a, em breve, trabalharmos com os terroir (produto próprio de uma área limitada) de cacau destinados à indústria mundial de chocolates finos”, explica o diretor de Agricultura Familiar da Sedap, Luiz Pinto.
Com uma safra que, em 2014, superou a marca de 100 mil toneladas de amêndoas secas, o cacau produzido no Pará está pronto para ganhar um espaço cada vez maior nos mercados nacional e internacional, além de atrair a atenção de indústrias do segmento de chocolate interessadas em se estabelecer no Estado.
A produtividade média dos cultivos paraenses atinge 950 quilos por hectare. Quase 80% da produção vem da agricultura familiar e o plantio garante uma renda média mensal de R$ 3 mil para cada módulo médio de 10 hectares por família de agricultor. A área plantada no Pará hoje é de 150 mil hectares, dos quais 108 mil estão em fase de produção, e vem se expandindo a uma taxa média anual acima de 10%. Nos últimos cinco anos a produção cresceu, em média, 7% ao ano. Tudo isso sem impacto ambiental, já que o plantio dos cacaueiros é feito em sistemas agroflorestais. Na verdade, o cultivo do cacau até ajuda a reduzir as perdas ambientais.