Mês de março apresenta chuvas abaixo do normal para o período em algumas regiões do Estado
As chuvas no mês de março no Pará, a situação dos principais rios e a influência das marés na Região Metropolitana de Belém (RMB) são os focos do trabalho da Sala de Situação de previsão e monitoramento hidrometeorológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) anunciadas nesta quarta-feira (18). Março é considerado o mês mais chuvoso no estado, mas este ano está apresentando irregularidades na distribuição das chuvas.
A RMB e algumas áreas nas regiões do Baixo Amazonas, sudeste, sudoeste, Marajó e região litorânea estão com as somas pluviométricas mensais já próximas do previsto para todo o mês. As demais regiões estão com chuvas abaixo do normal para o período. Em Itaituba, por exemplo, na região do Tapajós, as chuvas atingiram 135 mm, enquanto que o normal para o mês de março é de 330 mm, um percentual de apenas 41%.
A cidade de Belém registrou até terça-feira (17) aproximadamente 350 mm, sendo que na capital do Estado a média de chuvas para o mês de março gira em torno de 450 mm, ou seja, já choveu 77,7% do previsto.
São Félix do Xingu apresentou até agora um total próximo de 290 mm, sendo que a média para este mês no local é de 330 mm. As chuvas já atingiram, portanto, 87,8% da previsão para o período. O município de Soure, no Marajó, recebeu 450mm de um total de 600 mm previstos, que resulta em exatos 75% do esperado.
Já o município de Tracuateua, no nordeste do Pará, registrou 330 mm, sendo que a ocorrência considerada normal é de 500 mm, 66% do total regular para o mês.
Antonio Sousa, diretor de Meteorologia e Hidrologia da Semas, explica que essa escassez de chuvas em parte do Pará ocorre devido a configurações desfavoráveis apresentadas nos oceanos Atlântico e Pacífico, em meses anteriores. “Sabe-se que os oceanos adjacentes são os principais responsáveis pela distribuição das chuvas na região tropical, porque influenciam no posicionamento dos sistemas atmosféricos causadores de chuvas na região, como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), entre outros”.
Rios
Os meteorologistas da Semas avaliam que a situação dos rios no estado, em função da pouca ocorrência de chuvas, em especial nas cabeceiras dos rios, vem apresentando valores abaixo das cotas de alerta para os municípios que frequentemente sofrem com a questão das cheias, como por exemplo, Marabá e Altamira.
Os localizados nas regiões do Tapajós e do Baixo Amazonas, por sua vez, geralmente apresentam as cheias apenas no final de abril e início de junho, ou seja, ainda podem atingir as cotas de alerta neste ano e necessitam de monitoramento contínuo por parte da Sala de Situação.
A partitr desta quinta-feira, 19, até o dia 23 de março, serão registradas as marés mais altas do mês. Nos dias 20, 22 e 23, em que há previsão de chuvas de maior volume de água é provável que as partes mais baixas da cidade próximas ao mercado do Ver-o-Peso e a Doca de Souza Franco apresentem alagamentos pontuais e em especial no período entre o final da noite e início da madrugada.