Sedap vai ajudar a aproximar produtores do Marajó do circuito da alta gastronomia
Alguns dos mais importantes nomes da gastronomia nacional e internacional, assim como jornalistas especializados no setor, terão a oportunidade de conhecer de perto o trabalho desenvolvido por produtores rurais do Marajó. A ideia é fazer com que produtos como queijo, manteiga, chouriço e carne de búfalo possam ser incorporados como ingredientes para a alta gastronomia. A visita faz parte da programação do evento Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, promovido pelo Instituto Paulo Martins, e contará com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).
Nesta quinta-feira (19), o secretário Hildegardo Nunes reuniu-se com as representantes do Instituto Paulo Martins, Ana Maria Martins e Joanna Martins, para acertar detalhes sobre a ida da comitiva de chefs e jornalistas para a região. “Esse tipo de integração é importante porque atende à política do Governo do Estado que tem o Marajó como uma das áreas prioritárias para o desenvolvimento em função do seu baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Precisamos criar novas alternativas de renda por meio da inserção da produção marajoara em novos mercados”, afirma Hildegardo. “No momento em que nós colocamos um produto paraense num prato de Alex Atala, por exemplo, nós abrimos um novo mundo de possibilidades comerciais para os produtores”, acrescenta.
Este ano, o Ver-o-Peso da Cozinha Paraense deverá servir como uma grande vitrine para a produção marajoara, uma vez que o Marajó será o tema do evento gastronômico, marcado para ocorrer em Belém no período de 27 a 31 de maio. Joanna Martins conta que, nesses dias, todos os 17 restaurantes de Belém que compõem o circuito gastronômico do festival usarão produtos do Marajó em pratos especiais. “Os produtos também estarão presentes nos jantares magnos de alta gastronomia que serão oferecidos pelos chefs convidados e, ainda, na feira de produtores que integra o evento”, diz Joanna.
“Um dos objetivos do Instituto Paulo Martins é mostrar que a gastronomia vai muito além do prato. Nós olhamos toda a cadeia produtiva e o pequeno produtor é o principal alvo da alta gastronomia, por ele ser capaz de fazer produtos diferenciados”, explica Joanna Martins.
Entre os produtos que podem ganhar o coração da alta gastronomia, uma das grandes apostas é o queijo do Marajó. Nos últimos anos o Governo do Estado vem criando políticas para ajudar a profissionalizar e expandir a produção do queijo típico da ilha, sem que perca suas características originais. Em 2011 entrou em vigor a lei estadual que definiu parâmetros para a produção artesanal de produtos de origem animal e, em 2013, foi editada portaria estadual que regulamentou a produção e comercialização do queijo do Marajó. Passos importantes para ordenar e regularizar o setor.