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Simão Jatene recebe comitiva da Noruega e fala sobre desmatamento

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/03/2015 19h43

As ações desenvolvidas pelo estado do Pará no combate ao desmatamento da Amazônia continuam no alvo de interesse da Noruega, um dos principais países mantenedores do “Fundo Amazônia”, que tem por finalidade a captação de doações para investimento em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, além da conservação e do uso sustentável das florestas. Uma comitiva norueguesa, chefiada pela embaixadora da Noruega, Aud Marit Wiig, se reuniu com o governador Simão Jatene na tarde desta quinta-feira, 26. A intenção é conhecer melhor os planos do governo paraense para o uso sustentável da floresta e combate ao desmatamento, até o ano de 2020.

No encontro, foram apresentadas as principais ações e resultados do Programa Municípios Verdes. Justiniano Netto, Secretário Extraordinário de Estado para Coordenação do Programa Municípios Verdes, enfatizou que mais de 80% do desmatamento ocorrido no Pará em 2014 aconteceram em áreas federais, o que demonstra a necessidade de ação conjunta entre o governo do Estado e o governo Federal no cumprimento da meta de desmatamento ‘líquido zero’, nos próximos cinco anos.

Justiniano contou que o governo do Estado tem objetivos ainda mais audaciosos para combater o desmatamento e melhorar a geração de renda a partir do uso inteligente da floresta. Ele explicou que o governo planeja novas metas ambientais com prazos a serem cumpridos até o ano 2030, após o cumprimento das ações estipuladas nacionalmente. Justiniano falou, ainda, da necessidade de envolvimento das comunidades locais para a realização do plano. “Sem isso, os mecanismos de gestão e controle são insuficientes”, opinou o secretário, reiterando a boa experiência apresentada pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR).

“O Pará saiu de 20 mil cadastros para 140 mil cadastramentos e isso só foi possível pela parceria que fizemos com prefeituras, empresários e produtores. Nossa fiscalização é feita através do cruzamento de dados do monitoramento via satélite e os dados fornecidos pelo CAR, com esse mecanismo nós embargamos 140 mil hectares de terras no ano passado. Mas não utilizamos apenas mecanismos de repressão, também temos benefícios”, explicou Justiniano Netto, ao se referir à criação do ICMS Verde, que repassa recursos para os municípios que menos desmataram.

Para o coordenador do Programa Municípios Verdes, a redução do desmatamento passa pela manutenção e aperfeiçoamento das agendas de controle e ordenamento ambiental e necessariamente por uma agenda de desenvolvimento econômico com base em atividades sustentáveis e de baixo carbono. “É preciso trocar, no campo, a economia do desmatamento pela economia verde. A população local precisa perceber concretamente benefícios , como a geração de emprego e renda, por adotar um padrão de produção mais sustentável”, reiterou.

Na opinião do Governador Simão Jatene, é preciso reconhecer a importância da Amazônia para o equilíbrio planetário, para a produção de condições de vida no planeta. Jatene destacou que não dá para Amazônia ter que optar entre produzir e preservar. “Como a gente pode querer conseguir atingir a meta e manter o desmatamento líquido zero com indicadores sociais precários? Precisamos de uma matriz econômica que beneficie os povos amazônicos que têm que ser recompensados pela oferta de serviços ambientais de escala planetária disponibilizado pela Amazônia”, disse o chefe do Executivo Estadual.

A embaixadora da Noruega, Aud Marit Wiig, disse que voltou ao Pará com a sua equipe para entender melhor os mecanismos das ações de redução do desmatamento e disse estar ciente que essa é uma questão desafiadora. “Nós temos feito esforços recorde para contribuir para a redução do desmatamento e nos enche de orgulho o suporte que estamos oferecendo ao Brasil. Estamos procurando entender o que está sendo feito no plano nacional, mas principalmente na esfera estadual, assim é possível saber como poderemos ser mai úteis nessa parceria”, afirmou.

Também participaram a reunião o diretor da secretaria das Florestas do governo Norueguês (NICFI),  Per Fredrik Pharo, junto com Andreas Tveteraas, Lívia Kramer e Anahita Yousefi, que fazem parte da mesma secretaria; a conselheira da embaixada norueguesa no Brasil, Elisabeth Forseth; Dan Zarin e Cristiane Fontes, representantes da Aliança pelo Clima e Uso da Terra (Clua) e o pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo.