Sespa entregará aparelho que vai beneficiar pacientes com hepatites
A partir da próxima quarta-feira, 13, o Centro de Referência Estadual para Tratamento das Doenças do Fígado da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará passará a fazer exames para detecção da presença de fibrose no fígado em pacientes com hepatites B e C por meio do Fibroscan, equipamento que faz a elastografia hepática, que dispensa o corte e a perfuração e possibilita ao médico acesso ao diagnóstico a partir de dez minutos.
O aparelho – que será entregue no dia 13, às 9 horas, na Sala do Fibroscan, na Santa Casa – foi adquirido mediante articulação da Coordenação Estadual de Hepatites Virais e Ministério da Saúde, para ser usado na Santa Casa, a primeira unidade da Amazônia que oferecerá esse tipo de exame de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além do Pará, São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro também contam com o exame na rede pública. Em hospitais particulares, o procedimento não sai por menos de R$ 3 mil. "O equipamento será um ganho para o paciente, visto que será atendido por uma equipe que é referência em assistência e que vai absorver de imediato os benefícios dessa nova tecnologia”, avalia a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão.
O Fibroscan é um aparelho que direciona o feixe de som através do fígado, medindo a elasticidade do órgão. Essa medida se associa com o grau de fibrose hepática, resultado de uma agressão ao fígado de longa data. A partir das informações acerca do nível de comprometimento do fígado é que o médico indicará o tratamento mais adequado. Segundo nota técnica do fabricante, o mapeamento do órgão pode durar entre cinco e dez minutos e analisa uma área 100 vezes maior do fígado, quando comparado à biopsia. Isso diminui a chance de erro por amostragem. Em muitos hospitais ainda é feito o exame tradicional, de cunho invasivo e cirúrgico, com anestesia, para ter acesso direto ao órgão e assim saber em que estado se encontra.
A Hepatite C está entre as doenças do fígado que têm maior incidência na Santa Casa, com a necessidade de internação do paciente. A fundação tem seis leitos para adultos e quatro para crianças. Para receber tratamento no local é necessário estar regulado junto ao SUS e às Centrais de Leitos. Geralmente, os pacientes são encaminhados de Unidades Básicas de Saúde ou de qualquer hospital público.
Cenário – Devido o estímulo progressivo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm aumentado no Pará. Entre 2007 e novembro de 2014 foram confirmados 2.211 casos do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. Somente no ano passado, surgiram 242 casos de hepatite B, além de 91 do tipo C. A estimativa do Ministério da Saúde é que no Brasil 800 mil pessoas estejam infectadas pelo vírus B e 1,5 milhão de pessoas pela hepatite C. Da infecção até a fase da cirrose hepática, pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem nenhum sintoma.
Nem sempre há sintomas, mas os especialistas alertam que cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras podem ser sinais da doença. No Brasil, há vacinas para a prevenção das hepatites A e B. Por enquanto não há imunização contra o tipo C.