Governo do Estado dialoga com o setor produtivo em Marabá
Mais de 250 representantes do setor produtivo e lideranças da região de integração de Carajás, estiveram presentes em um evento organizado pelo governo do Estado para dialogar com o setor e debater o potencial de produção e o desenvolvimento econômico regional, em Marabá, nesta segunda-feira, 11.
O encontro, que aconteceu no Senai Marabá, foi coordenado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Adnan Demachki, e trouxe sete secretários de estado e quatro gestores de empresas públicas. “É uma reunião objetiva de trabalho onde aproximamos o governo do setor produtivo para que se possamos definir um modelo eficaz de desenvolvimento regional”, explica o titular da Sedeme.
O evento retrata a determinação do governo em estar nos municípios para ver os diferentes cenários, dialogar e encontrar soluções conjuntas com seus representantes locais, visando atrair novos negócios e solucionar gargalos, que possibilitem agregação de valor econômico às cadeias produtivas, e mais emprego e renda aos paraenses.
Esta é a segunda etapa da caravana, que pretende levar os titulares do setor produtivo estadual a todas as regiões do Estado. A primeira aconteceu em Santarém, em março deste ano. Neste segundo encontro, a pauta debatida discorreu sobre as necessidades e gargalos dos municípios de Marabá, Redenção, Água Azul do Norte, Santana do Araguaia, Xinguara, Rio Maria, Tucumã, Parauapebas, Bom Jesus do Tocantins e Rondon do Pará.
Temas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o Cadastro Rural Fundiário (CARF), a regularização fundiária, incentivos fiscais, logística da região, o minério, melhoria do ambiente de negócios, o potencial do agronegócio, energia, a relação com a Vale, o valor de mercado bovino, a taxa mineral, fibra ótica e telefonia, a revitalização de estradas, e uma nova política de turismo de negócios, entre outros temas relevantes para a economia dos municípios foram debatidos.
Entre as solicitações dos representantes locais estão a criação de uma secretaria de desenvolvimento regional para aproximar sul e sudeste paraense do governo estadual e a construção de um plano de desenvolvimento que venha a identificar a vocação regional e diversificar a base produtiva, além de preparar os municípios para atrair novos negócios.
A verticalização da cadeia produtiva, tanto mineral quanto no agronegócio, também foi tema de destaque na reunião, assim como o desafio de verticalizar a produção a fim de gerar mais emprego e renda. De acordo com o secretário Adnan, esse é o grande desafio e a palavra de ordem do governo Jatene. “Estamos firmes neste objetivo”, disse, “o maior critério para obter incentivos fiscais é a verticalização”.
Incentivos Fiscais - Quatro projetos de lei foram assinados pelo governador, no último dia 7, durante a Feira das Indústrias do Pará. Os projetos criam novos critérios à concessão de benefícios fiscais, exigindo dos empreendimentos verticalização da produção, inovação e sustentabilidade. O assunto, que entrará em destaque novamente com a prorrogação dos incentivos fiscais, rendeu uma boa discussão do tema. José Conrado, presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), enfatizou a importância da possibilidade de se proporcionar também incentivos fiscais para as pequenas e médias empresas, durante o evento em Marabá.
Ítalo Ipojucan, presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa) em Marabá, analisa: “O governo não tem a responsabilidade de empreender na região, porém cabe ao Estado assumir ações básicas para criar um ambiente favorável para valorizar a atração de novos negócios e, dessa forma, proporcionar que as empresas venham a se instalar”.
“Estamos aqui falando de desenvolvimento, de novas modalidades de implementação e diversificação da nossa base produtiva, de novas oportunidades dentro dos nossos municípios, estamos falando de tudo que afeta a nossa condição de empregabilidade, que é o nosso grande dilema em Marabá. Estamos pedindo apoio do governo para transformar nossa região. Temos uma combinação fora do comum pouco encontrada em qualquer lugar do país. Esse é o desafio que parte do governo com a comunidade. Somente através da união poderemos avançar nesse processo de desenvolvimento”, falou.
“Possuímos uma mineração forte, um agronegócio que vem se consolidando rapidamente, assim como a agropecuária com cerca de 22 milhões de cabeças de gado na região. Os números desse novo cenário projetam que teremos no Pará, nos próximos oito a dez anos, cerca de oito milhões de toneladas no agronegócio. Por isso é preciso reforçar as políticas públicas, mapear e dar condições de produção a essa nova fronteira agregando valor a toda essa cadeia produtiva para enfim, nos tornarmos um corredor de desenvolvimento”, analisou.
Presente na comitiva, o senador Flexa Ribeiro prestou contas sobre assuntos pertinentes ao estado debatidos no Senado Federal, como a recuperação das BRs 155 e 158, que ligam Redenção à Marabá e Redenção à Santarém, conhecida como o “caminho dos grãos” e importantíssima para a logística de escoamento da produção; e também o Pedral do Lourenço.
Flexa discorreu ainda sobre a importância do planejamento. “Há vinte anos um município bancou um compromisso para mudar a consciência da sociedade fazendo um pacto entre políticos e sociedade investindo em um projeto de médio e longo prazo. São vinte anos de compromisso que mudaram a região de Paragominas. Marabá e região precisam de um projeto desse porte para saber onde quer chegar; isso é um plano de desenvolvimento”, analisou o senador, “projetem marabá daqui a 30, 50 anos. Toda caminhada começa com um primeiro passo”.
Turismo - Adenauer Góes, secretário de Estado de Turismo, falou sobre o desafio de compreender o setor como atividade econômica. “No Pará temos áreas tradicionais como o minério e a agropecuária; o turismo ainda está iniciando. Porém, como atividade econômica, perpassa por tudo o que foi comentado aqui: infraestrutura, logística, meio ambiente e rede de negócios. Para esta região existe um rumo que chamamos de polo Araguaia-Tocantins, onde, de acordo com o planejamento do Estado, será construído o Centro de Convenções do Município de Marabá. Serão quase 14 mil metros quadrados de área produzida. É um projeto inovador que poderá alavancar toda a região, não apenas a cidade. É um grande desafio mas temos grandes perspectivas para a região de Carajás.”
Zequinha Marinho, vice governador do Estado, encerrou a reunião de trabalho que durou cerca de cinco horas. Ressaltou o compromisso em todos os órgãos do estado, principalmente o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), para que trabalhem juntos para dar mais celeridade às demandas.
“Precisamos atuar continuamente. Vamos fazer um grupo de trabalho que se reúna com frequência para avaliar o avanço do que foi resolvido aqui. É um passo de muitos na estrada da construção de um governo que dê respostas rápidas, que faça com que o setor privado produza, gere riqueza, emprego e qualidade de vida que todos nós queremos”.
Marcaram presença no evento diversos produtores locais, sindicatos, autoridades da região, as secretarias e instituições parceiras do Estado, de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia; de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica; e de Turismo; também o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes; Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec); e a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa). Fiepa, Faepa, Fecomercio-PA, Fapespa, Faciapa, ACP e Sebrae-PA também participaram com seus representantes na reunião.