Secult amplia acesso à cultura e consolida legados da COP30 em 2025
Parque da Cidade, Porto Futuro, Feira do Livro e das Multivozes e o Vem Louvar Pará fortalecem a programação e a valorização da identidade amazônica no estado
A Secretaria de Estado de Cultura (Secult), ao longo de 2025, entregou novos equipamentos e ampliou ações voltadas ao acesso da população às artes e à produção cultural, com destaque para o Parque da Cidade e o Complexo Porto Futuro, dois dos principais legados da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém. Os investimentos integram a estratégia de desenvolvimento da economia criativa, que envolve grandes eventos já consolidados no calendário cultural do Pará, a política de restauro de equipamentos e espaços históricos e a execução de editais de fomento ao setor.
A titular da Secult, Ursula Vidal, avalia que 2025 foi um ano fundamental para consolidar a cultura como política pública estruturante no Pará. “O Parque da Cidade e o Porto Futuro são entregas estruturantes para a fruição de bens e produtos culturais e para a consolidação de uma estratégia de sociobioeconomia, aliada à valorização das nossas tradições, saberes e tecnologias sociais. São equipamentos que passam a integrar o cotidiano da população e fortalecem a indústria criativa e o turismo como vetores de desenvolvimento.”
Ursula Vidal ressalta ainda que esse movimento foi impulsionado pela realização da COP30 em Belém, quando a produção artística do Pará ganhou projeção nacional e internacional. “Nos apresentamos ao mundo como uma cidade vibrante e criativa, que produz e respira arte. A programação ocupou diferentes espaços, circulou pela cidade e dialogou com públicos diversos, afirmando a potência do Pará como vitrine internacional”, afirmou.
Agora, o compromisso do Governo do Estado é garantir a continuidade dessa dinâmica. “Vamos manter essa agenda ativa, com um calendário permanente que se estende para além dos grandes eventos. A COP potencializou essa visibilidade e a programação segue em movimento, com iniciativas como o Vem Louvar Pará e o Natal Encantado, assegurando acesso, fruição e presença cultural de forma contínua na cidade”, concluiu a secretária.
Parque da Cidade: COP, lazer e cultura - O Parque da Cidade foi aberto à população em julho, com uma colônia de férias pública promovida pelo Governo do Pará. Em pouco mais de um mês, o espaço recebeu mais de 670 mil visitantes, consolidando-se como ponto de encontro da população, com acesso a uma ampla programação de esporte, lazer e atividades culturais.
Na sequência, o parque foi cedido ao Governo Federal e à Organização das Nações Unidas (ONU) para a montagem e preparação da COP30, que entre os dias 10 e 21 de novembro abrigou as estruturas da Blue Zone e Green Zone. Durante a conferência, a Secult promoveu mais de 30 apresentações no Pavilhão Pará, ao longo de 15 dias de programação, atraindo mais de 300 mil pessoas.
Em dezembro, o equipamento foi reaberto à população com a programação do Natal Encantado, marcando a retomada definitiva de seu funcionamento, com cerca de 300 mil metros quadrados já liberados ao público. Com a reabertura, o Parque da Cidade passou a incorporar os prédios do Centro Gastronômico, com 35 quiosques no térreo e seis restaurantes no primeiro pavimento, e da Economia Criativa, com 32 pontos de venda de produtos artesanais, além de nove quiosques distribuídos ao longo da área aberta.
Atualmente, o Parque da Cidade funciona às segundas-feiras, das 18h às 22h, e de terça-feira a domingo, das 8h às 22h, com programação permanente e atrações aos fins de semana, consolidando-se como um equipamento público de uso contínuo para a população.
Porto Futuro: novo polo cultural e turístico - Outra entrega de destaque em 2025 foi o Complexo Porto Futuro, que reúne o Armazém da Gastronomia, o Museu das Amazônias, o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia e a Caixa Cultural. O conjunto de equipamentos já se destaca como novo destino turístico de Belém, oferecendo exposições, debates, programações culturais e científicas, além de áreas externas e opções de alimentação voltadas ao turismo e ao lazer.
O espaço foi amplamente abraçado pela população. Em apenas dois meses de funcionamento, o Museu das Amazônias recebeu mais de 100 mil visitantes. Atualmente, abriga duas exposições: no térreo, a mostra internacional “Amazônia”, do fotógrafo Sebastião Salgado, apresentada pela primeira vez no Norte do Brasil; e no mezanino, a exposição “Ajurí”, concebida pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi.
A visitante Rafaella Bastos destacou a experiência. “É um espaço contemporâneo, que aborda o cotidiano e os costumes indígenas e da floresta amazônica. As imagens são belíssimas e o espaço bastante amplo. As exposições aproximam os visitantes da realidade nortista, com experiências imersivas que estimulam a participação do público e mexem com o imaginário de adultos e crianças”.
Reforço ao calendário cultural - Entre os eventos promovidos anualmente pela Secult, a 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes movimentou cerca de R$ 12 milhões em sete dias de programação e gerou mais de dois mil empregos diretos e indiretos. Em 2025, a feira homenageou a escritora Wanda Monteiro e o Mestre Damasceno.
O XXIV Festival de Ópera do Theatro da Paz também marcou o calendário cultural, com início em abril, apresentando a estreia mundial de Cobra Norato – Terras do Sem Fim, e encerramento em novembro, com outra estreia mundial: a obra I-Juca Pirama. A programação incluiu ainda os espetáculos Gala Lírica – A Ópera da Amazônia e Tudo isto é teu – Uma celebração de Waldemar Henrique.
O Festival também contou novamente com o Projeto Sons de Liberdade, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), que envolveu mulheres custodiadas do sistema penal na finalização dos figurinos das óperas Cobra Norato e I-Juca Pirama, por meio da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe).
Arte em movimento - Os corpos artísticos do Theatro da Paz – a Amazônia Jazz Band (AJB) e a Orquestra Sinfônica do Theatro (OSTP) – mantiveram intensa atividade ao longo do ano, apresentando-se no palco do Theatro da Paz, em Belém, e em diversos municípios paraenses. As ações integram as políticas públicas de formação de plateia promovidas pela Secult.
Em Marabá, a AJB se apresentou no Carajás Centro de Convenções Leonildo Borges Rocha e ministrou um workshop instrumental para músicos da região. A moradora Lorena Megali compartilhou a experiência de assistir ao concerto: “Eu ainda estou em êxtase pelo que acabamos de ver. É um privilégio estar aqui e receber essa banda incrível. A interação deles com o público é maravilhosa, prende a nossa atenção e nos deixa deslumbrados com tanta coisa incrível que esses músicos são capazes de fazer”, declarou logo após a apresentação.
Cultura e fé - A partir de 2025, o calendário de eventos estadual passou a contar com o Festival Vem Louvar Pará. Realizado no estacionamento do Estádio Olímpico do Pará Jornalista Edgar Proença, o Mangueirão, o evento reuniu cerca de 170 mil pessoas em duas noites de shows com artistas da música gospel. Ao final, foi anunciada a realização de edições descentralizadas em Marabá (no sudeste), Santarém (no oeste) e Breves (no Marajó).
“O governo colocou Belém e o Pará na rota dos grandes eventos. Estava faltando uma programação de música gospel e, com sensibilidade, o governador Helder Barbalho e a vice-governadora Hana Ghassan perceberam que o povo evangélico merecia ser contemplado com um megaevento. Nós tivemos todo o cuidado de trazer o melhor da música gospel brasileira para abrilhantar esta festa de adoração ao nosso Deus”, afirmou o pastor Lourival Pereira, um dos organizadores do Festival.
Fomento, patrimônio e políticas públicas - Em 2025, a Secult manteve investimentos em projetos culturais, subsídios, premiações e ações de salvaguarda da cultura paraense, seguindo as orientações do Conselho Estadual de Cultura. As iniciativas foram executadas por meio de políticas públicas como a Lei Paulo Gustavo, a Política Nacional Aldir Blanc e a Política Nacional de Cultura Viva.
O ano também registrou a conclusão da segunda etapa das obras de restauro do Parque Cemitério Soledade, com investimento aproximado de R$ 7 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além da reabertura de salas do Museu do Estado do Pará (MEP), reafirmando o compromisso com a preservação do patrimônio histórico e cultural paraense. (Colaboração de Juliana Amaral - Secult).
