Governo do Pará apresenta avanços do PlanBio e estruturação do Parque de Bioeconomia no FPMAC
Política estadual já mobiliza R$ 900 milhões em investimentos e impacta mais de 400 mil pessoas em diversas regiões do Pará
O Governo do Pará destacou, nesta quarta-feira (18), durante o Fórum Paraense de Mudanças e Adaptação Climática (FPMAC), os avanços do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) em 2025 e as diretrizes do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia. Promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), o evento reforçou o protagonismo do Estado na construção de soluções sustentáveis baseadas na floresta viva.
Os temas foram debatidos em dois painéis que reuniram gestores públicos, representantes de instituições de pesquisa, do setor financeiro e da sociedade civil. As discussões evidenciaram a consolidação da política estadual de bioeconomia, que entra em uma nova fase mais territorializada, orientada a resultados concretos.
Investimentos e impacto social do PlanBio
Durante o painel “Avanços do Plano Estadual de Bioeconomia - 2025”, foi apresentado que o PlanBio já mobiliza R$ 900 milhões em investimentos e beneficia diretamente mais de 400 mil pessoas em diferentes regiões do Pará. O plano também apoia cerca de 2.800 negócios da sociobioeconomia, envolvendo cadeias produtivas da floresta, inovação, financiamento, capacitação técnica e fortalecimento de arranjos produtivos locais.
As ações estão alinhadas à Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e buscam transformar a biodiversidade amazônica em oportunidades de renda, desenvolvimento sustentável e inovação tecnológica.
Parque de Bioeconomia conecta inovação, mercado e saberes tradicionais
Durante o painel que tratou da integração entre o PlanBio e o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, a representante da Semas, Camille Bemerguy, destacou a complementaridade das iniciativas.
“O PlanBio representa um esforço estruturado do Governo do Pará para transformar a floresta em oportunidades concretas de desenvolvimento, geração de renda e inovação, respeitando os territórios e valorizando os saberes tradicionais”, afirmou Camille.
O Parque de Bioeconomia está sendo estruturado com núcleos estratégicos que incluem Centro de Inovação, Centro de Gastronomia Social, Centro de Negócios, Casa Sociobio, Laboratório Vivo e Escola de Saberes da Floresta. A proposta é fortalecer a conexão entre pesquisa aplicada, políticas públicas, comunidades tradicionais e o mercado nacional e internacional.
Participação social e valorização dos conhecimentos tradicionais
A valorização dos saberes tradicionais foi um dos principais pontos destacados por Hilário Moraes, representante da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu). Segundo ele, a política estadual de bioeconomia resulta de um processo construído em diálogo com os povos e comunidades tradicionais.
“É muito positivo ver o Governo do Estado apostando de forma firme no conhecimento tradicional. Esse não foi um caminho fácil, é uma conversa que vem sendo construída há anos, mas que mostrou que o conhecimento ancestral foi fundamental para garantir a segurança alimentar de muitas famílias”, afirmou.
Hilário também ressaltou que a estruturação do Parque representa um avanço importante para transformar esses saberes em oportunidades econômicas, respeitando os territórios e modos de vida, além de ampliar a conexão com mercados externos.
Próximos passos: revisão do PlanBio e fortalecimento do ecossistema de inovação
Os debates também abordaram o fortalecimento do ecossistema de inovação no Estado, com destaque para o crescimento de startups voltadas à bioeconomia, o que reforça o posicionamento do Pará como referência nacional no setor.
Foram ainda apresentadas as diretrizes para a revisão do PlanBio no período de 2027 a 2030, com foco na definição de metas, monitoramento por resultados, ampliação de instrumentos financeiros e aprimoramento da governança territorial. O objetivo é consolidar a bioeconomia como vetor estratégico de desenvolvimento sustentável, geração de renda e valorização da sociobiodiversidade amazônica.
