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Emater-Pará celebra 60 anos com avanços históricos na assistência técnica e inclusão rural

De crédito rural a ações ambientais e políticas para povos tradicionais, órgão beneficiou milhares de famílias em todos os 144 municípios do Estado em 2025

Por Fabricio Nunes (EMATER)
18/12/2025 17h06

Transformar vidas, levando apoio, assistência técnica, com meios sustentáveis, eficientes e levar acesso a políticas públicas aos agricultores familiares nos 144 municípios são alguns dos objetivos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-Pará), que neste ano, além de realizar diversas entregas importantes aos seus beneficiários, completou 60 anos de história de atuação.

Entre as mudanças para melhorias na qualidade de vida, as histórias se repetem com o passar dos anos, com elaboração de projetos voltados para financiamentos que auxiliam na produtividade e comercialização de suas atividades.

Em Dom Eliseu, no Rio Capim, o primeiro carro da família Campos foi uma conquista festejada pela Emater, pois os recursos empregados para a compra vieram de um projeto de crédito rural elaborado pelo escritório local do órgão, com liberação de R$ 92 mil, por meio do programa Mais Alimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O veículo passou a facilitar, ainda, as viagens para o Estado vizinho do Maranhão, onde o casal complementa a comercialização das safras e adquire insumos, tais quais adubos e fertilizantes. “Tudo melhorou. Agora a gente é capaz de levar as mercadorias, porém tem mais: o carro é nosso meio para ir à missa, pra passear, ir à farmácia. Antes era de moto, de carona, a pé. É uma situação de mais qualidade de vida no geral”, comemorou Maria Francisca Campos, esposa de João Evangelista Campos, com quem produz goiaba, amendoim e soja.

Acesso a crédito - Outro exemplo de mudança de vida foi de 32 famílias de 15 comunidades rurais de Garrafão do Norte, no Rio Capim, que assinaram contratos com o Banco da Amazônia (Basa), sobre plantio de dendê, a fim de um montante de quase R$ 7 milhões da linha Ecodendê do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Em Dom Eliseu, no Rio Capim, o agricultor Antônio Arrais, de 63 anos, agora consegue trabalhar com muito mais mobilidade: a família adquiriu um carro via projeto de crédito rural, no valor de R$ 97 mil, em parceria com o Banco da Amazônia (Basa). O contrato é da linha Mais Alimentos, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Desde abril, com o apoio do escritório local da Emater em Novo Repartimento, na região do Lago do Tucuruí, o casal Paulo Sérgio e Elizabeth Mageski, utilizam um trator adquirido com crédito rural para aumentar a produção e a produtividade dos 200 hectares da Fazenda Santo Antônio, no Distrito Maracajá, no assentamento Tuerê, no Km 40 da rodovia Br-230.

Em julho, outro agricultor familiar da zona rural adjacente à rodovia PA-254, por meio de crédito rural elaborado pelo escritório local da Emater em Monte Alegre, no Baixo Amazonas, também recebeu um trator de tecnologia avançada no valor de quase R$ 250 mil, pela linha Mais Alimentos com o Banco da Amazônia (Basa).

No mesmo mês, em Afuá, no Marajó, duas mulheres ribeirinhas e de vivência agroextrativista assinaram contratos de crédito rural para investir no manejo de açaízais nativos no assentamento federal Ilha do Pará.

Leila Pacheco, de 43 anos, moradora das margens do Igarapé Cedro, e Maria Elcilene Oliveira, de 29 anos, moradora das margens do rio Amazonas, receberam individualmente cerca de R$ 50 mil para trabalhar de forma orientada sobre quatro hectares, em cada lote. “É um momento em que a gente percebe a importância do nosso papel dentro da Amazônia: mulheres com tradição. Sou mãe, esposa, profissional, trabalhadora rural, assentada da reforma agrária e dona da minha vida, da minha força e da minha história”, disse Leila.

Liberação histórica - Somente nos primeiros sete meses de 2025, o governo do Pará, por meio da Emater, beneficiou milhares de agricultores familiares com a liberação de R$ 21,9 milhões em linhas de crédito como o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronampe), Programa Mais Alimentos, entre outras políticas públicas. Os dados são do Sistema de Acompanhamento das Atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Sisater-Pará).

Em setembro, também houve a assinatura de liberação de crédito de mais de R$ 200 mil para um produtor de pecuária no município de Xinguara, na Região de Integração do Araguaia.

Recuperação florestal - O mecanismo de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), articulado pelo governo do Pará e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF), é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

No mês de setembro, por exemplo, 27 famílias sem pendências ambientais moradoras de 15 comunidades de Tracuateua receberam a parcela de adesão, no valor individual de R$1 mil e 500 reais. As propriedades de três a 50 hectares situam sobretudo plantio e beneficiamento de mandioca, plantio de açaí e plantio de grãos.

Sob o lema “Bora Plantar”, o governo do Pará, plantou, em junho, cerca de 10 mil novas árvores nos 144 municípios paraenses, por meio da  IV Semana do Meio Ambiente da Emater. O evento foi realizado em parceria com prefeituras e instituições do setor agrofundiário e ambiental.

Mobilidade e extensão - Em maio, o governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, entregou 35 carros, sendo eles 30 carros pequenos e 5 caminhonetes, para a Emater.

Dois meses depois, no dia 28 de julho, Dia do Agricultor, 39 veículos para garantir suporte aos escritórios regionais e locais da empresa em diversas regiões. O ato também ocorreu no Palácio dos Despachos, com a presença do governador Helder Barbalho, que ressaltou a importância das atividades de assistência e extensão rural (Ater) no fomento e incentivo, assim como a garantia de investimentos para levar mais políticas públicas aos agricultores do Estado.

“Esses veículos levarão mais apoio na área de extensão, por meio da Emater, que está em todos os 144 municípios do Estado. Essa entrega garante mais suporte e estrutura necessária para que a Emater possa colaborar com apoio e assistência, para que a produção do Estado possa crescer mais”, afirmou o governador.

Líder nacional em emissão de CAF - Entre janeiro e agosto deste ano, a Emater-Pará alcançou um marco histórico: foi a instituição que mais emitiu Cadastro Ambiental da Agricultura Familiar (CAF) em todo o Brasil. Foram 122.705 cadastros, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer).

Além de levar acesso a políticas públicas, a atuação dos extensionistas rurais envolve o desenvolvimento de ações de preservação ambiental, desde mobilização das comunidades, passando por inscrição oficial nos sistemas e levantamento de hectares elegíveis, até o monitoramento da efetivação de cada projeto para a estruturação do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Ao longo deste ano, cerca de 200 agricultores do Sul e Sudeste do Pará já receberam compensação financeira para preservar áreas de floresta dentro de suas propriedades. Os valores podem ultrapassar, no primeiro ano, e por hectare, mais de R$ 2 mil. Os resultados foram apresentados pela Emater durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, levando a experiência paraense ao cenário global.

Selo Emater - Ainda durante a programação da COP30 foi lançado o Selo Emater Pará - identidade visual inscrita em rótulos de produtos feitos por agricultores familiares paraenses assistidos pelo órgão estadual de assistência técnica pública. O objetivo é garantir ao consumidor a procedência de um produtor rural, assistido pela Emater, de forma gratuita e com qualidade técnica.

“A importância do Selo está no destaque dado aos serviços de assistência técnica e extensão rural que são desenvolvidos pela Emater-Pará. Ao mesmo tempo, promove a visibilidade de uma política pública federal, à qual estamos vinculados, garantindo serviços gratuitos de apoio ao agricultor familiar”, explicou a coordenadora Técnica da Emater-Pará, Cristiane Corrêa.

Funcionalidade nas mãos - Ainda na programação da COP30, e em comemoração aos 60 anos, a Emater-Pará lançou durante o I Fórum Internacional da Agricultura Familiar e Comunidades Tradicionais – Soluções para Transição Climática no Sul Global, o Aplicativo Sisater Pai D'égua.

O Sistema de Acompanhamento das Atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Sisater) é constituído por diversos módulos, contendo informações sobre beneficiários, organizações sociais, unidades de produção, registro das atividades e crédito rural, entre outros.

“Esse aplicativo no celular servirá como instrumento facilitador e tecnológico para alimentar o nosso sistema de informações sobre o agricultor familiar. Isso facilitará ainda mais o acesso ao crédito rural, entre outros benefícios, além de promover comunicação direta aos escritórios locais para agendamento de suas atividades, permitindo inclusão digital”, ressaltou Cristiane Corrêa.

Ater pública para todos - Desde 2023, a empresa executa a Política de Interesse de Direitos Difusos e Coletivos, criada pela Portaria nº 0456/2023, referência para outras instituições de assistência técnica no País. A iniciativa prioriza ações voltadas a mulheres rurais, povos indígenas, comunidades quilombolas e demais grupos historicamente excluídos.

A responsável pelo Projeto da Emater e chefe do Núcleo de Programas e Projetos (NPP), zootecnista Swasilanne Fonseca, ressalta a importância de iniciativas inclusivas como essa. “É uma política pioneira entre as empresas de Ater pública no Brasil, e o mais importante para nós é a assistência que estamos prestando a eles”, informa.

Durante a Semana dos Povos Indígenas, a Emater-PA intensificou as ações de Ater Indígena em cinco aldeias da etnia Munduruku, localizadas na região do Planalto, em Santarém. A iniciativa é fruto de uma parceria com o Conselho Indígena do Planalto (CIPA), que representa cerca de 260 famílias das aldeias Açaizal, Amparador, Ipaupixuna, São Francisco da Cavada e São Pedro do Palhão.

Além disso, povos quilombolas de todas as regiões do Estado foram beneficiados com acesso a linhas de crédito e políticas públicas. Com o apoio do escritório local da Emater em São Domingos do Capim, no nordeste paraense, 11 mulheres quilombolas do Território Aproaga fornecerão, pelos próximos dois anos, quase 12 toneladas de merenda agroecológica para três unidades públicas de ensino que funcionam dentro da área coletiva.

Entre 2024 e 2025, por meio do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais (Fomento Rural), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e no Pará executado pela Emater, uma família quilombola de Santarém recebeu um recurso de R$ 4 mil e 600 reais, em duas parcelas, para investir no empreendimento, com a aquisição de novos equipamentos.

No período, são 17 famílias quilombolas ao todo participando do Fomento Rural em Santarém. Além de panificação, os projetos incluem beneficiamento e armazenamento de itens de sociobiodiversidade, criação de galinha-caipira, pesca artesanal e adequação ambiental e sanitária para suinocultura. O objetivo imediato é que as populações vulneráveis superem condições de pobreza e extrema pobreza.

Com o apoio do escritório local da Emater em Tracuateua, no Rio Caeté, desde agosto, 12 famílias dos territórios quilombolas Jurussaca e Torres devem começaram a fornecer produtos para beneficiários do bolsa-família, por meio de uma linha específica do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

No município de Gurupá, no Arquipélago do Marajó, 74 famílias de agricultores da comunidade Quilombo Flexinha foram inscritas no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) com o objetivo de acessarem de imediato ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai subsidiar no município R$ 600 mil em aquisição de alimentos em proposta já aprovada. Os produtores beneficiados são vinculados à Associação dos Remanescentes de Quilombo do Flexinha (ARQF).

Para o presidente da Emater, Joniel Abreu, esses exemplos de como o governo do Pará atua na valorização das famílias agricultoras rurais e nos quilombolas situados em todo o Estado.

“Os nossos extensionistas rurais têm atuado dentro do campo para levar essas melhorias para o homem do campo. Esses são exemplos de como o governo do Estado leva o desenvolvimento no campo, para que isso se converta em melhoria no trabalho e na qualidade de vida dos quilombolas, indígenas, mulheres, que fazem parte de uma das nossas políticas públicas institucionais da Emater, que é a de direitos difusos e coletivos”, explicou.