Projeto 'Água para Todos' recebe prêmio de projeção nacional por soluções sustentáveis
Iniciativa da Semas, que garante água potável e qualidade de vida a moradores da Ilha do Combu, conquistou o 1º lugar na categoria Gestão Pública na Jornada COP+
O Governo do Pará conquistou, na quinta-feira (13), o 1º lugar na categoria Gestão Pública do Edital Jornada COP+ Soluções Sustentáveis, pelo Projeto “Água para Todos – Segurança Hídrica e Resiliência Climática na Ilha do Combu”, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas). A premiação ocorreu no auditório Albano Franco, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), em Belém.
A iniciativa foi premiada pelo caráter inovador e de impacto social, ao garantir água potável, dignidade e qualidade de vida a mais de 1.200 moradores da Ilha do Combu, que integra a área insular de Belém. O projeto foi implantado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Combu, oferecendo soluções baseadas na natureza (SbN) e tecnologias sociais adaptadas à realidade das comunidades ribeirinhas.
Durante a cerimônia, o secretário-adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, representou o Governo do Pará, e ressaltou o caráter transformador da iniciativa. “O ‘Água para Todos’ é um exemplo concreto de que é possível aliar tecnologia social, justiça hídrica e sustentabilidade ambiental. Garantir água potável na Amazônia é garantir dignidade e resiliência para quem vive e protege esse território”, afirmou o secretário-adjunto, acrescentando que “esse reconhecimento nacional reforça que o Pará está no caminho certo ao construir políticas públicas com soluções baseadas na natureza e centradas nas pessoas”.
Sucesso das Águas - Com o prêmio, o “Água para Todos” passa a integrar a Vitrine de Cases de Sucesso da Indústria Sustentável, iniciativa do Sistema Fiepa que reúne práticas inovadoras, e será apresentada em evento paralelo à COP30.
Entre os resultados do projeto destacam-se a implantação de dez sistemas de captação e tratamento de água da chuva, com a tecnologia PluGoW, que utiliza energia solar e dispensa produtos químicos. Cada sistema é capaz de tratar e armazenar até 5 mil litros de água, garantindo abastecimento seguro para escolas, empreendimentos comunitários da sociobiodiversidade e a unidade de saúde local.
Além de assegurar o acesso à água, o projeto fomenta a economia circular e contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, por meio da instalação de biodigestores em escolas da região. Esses equipamentos transformam resíduos orgânicos em biogás e biofertilizantes, fortalecendo práticas sustentáveis nas comunidades.
“O projeto premiado não é apenas uma ação de gestão pública, mas uma iniciativa construída em parceria com o setor privado. Ele agradeceu especialmente à Fortes Energy, parceira na execução do projeto, destacando que a empresa também mereceria o prêmio.” Segundo Rodolpho Zahluth Bastos, a proposta reflete uma “tecnologia social” desenvolvida na Universidade Federal de Pernambucano, que hoje conta com a parceria da Universidade Federal do Pará, adaptada à realidade das comunidades ribeirinhas.
Cadeia produtiva - O “Água para Todos” também impulsiona o desenvolvimento local ao fortalecer cadeias produtivas, como da andiroba, do açaí e do chocolate artesanal, ampliando oportunidades de geração de renda e valorizando o protagonismo das mulheres extrativistas, que receberam equipamentos para a produção de biocosméticos.
Mais do que um programa de acesso à água potável, o “Água para Todos” se consolida como uma estratégia de desenvolvimento sustentável, que integra qualidade de vida, economia circular e valorização dos povos da floresta e das comunidades amazônicas.
Inovação - A Jornada COP+ é uma ação liderada pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) que reúne diferentes setores — indústria, governo, universidades e sociedade — para discutir e promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. A iniciativa realiza encontros, debates e oficinas sobre temas como energia limpa, economia circular e bioeconomia, além de buscar formas de neutralizar as emissões de carbono dos eventos.
“Destaco o caráter inovador e integrador da iniciativa, ressaltando que o evento se consolidou como um dos fóruns mais relevantes desse ciclo da COP, por reunir debates importantes e promover a colaboração entre diferentes setores. A Fiepa conseguiu se inovar na forma e na imagem, merecendo esse reconhecimento”, afirmou Rodolpho Zahluth Bastos.
Texto: Lucas Maciel – Ascom/Semas
