Pará passa a ter doze salas de amamentação para mãe trabalhadora
Doze instituições de saúde do Estado receberam nesta sexta-feira (7), pelo Ministério da Saúde, a certificação definitiva de Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta, por implantarem espaços adequados para fazer o desmame durante o expediente de trabalho e o acondicionamento e preservação do leite coletado para continuar a alimentação do filho com leite materno. Presidida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e órgãos parceiros, a cerimônia concluiu a Semana de Aleitamento Materno. Para comemorar a data, no Pará, houve palestras educativas, rodas de diálogo, oficinas e ações de promoção ao aleitamento em vários pontos do Estado.
As instituições que receberam a placa de certificação foram a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará; Benemérita Sociedade Beneficente Portuguesa; Hospital da Ordem Terceira; Unidade Municipal de Saúde Bengui I; maternidade Saúde da Criança; Programa Viver Bem – Estação Saúde/Unimed e Unidade Municipal de Saúde Providência; em Marituba, no hospital Divina Providência; em Bragança, no hospital Santo Antonio Maria Zaccaria; no Hospital das Clínicas de Bragança e no Hospital Geral de Bragança. Em Breves, a sala certificada está no Hospital Regional do Marajó, que em pouco tempo também receberá o título de hospital “Amigo da Criança”. A certificação foi feita sob orientação da Sespa, via Coordenação Estadual de Saúde da Criança, e obedeceu aos protocolos previstos pelo Ministério de Saúde, de acordo com as premissas do programa Rede Cegonha.
As salas são espaços dentro do local de trabalho em que a mulher, com conforto, privacidade e segurança, pode esvaziar as mamas, armazenando o leite em frascos previamente esterilizados para, em outro momento, oferecê-lo ao filho. O leite coletado é mantido em um freezer a uma temperatura controlada até o fim do dia, com uma etiqueta identificando o nome da mãe, a data e a hora da coleta. No fim do expediente, a mulher pode levar seu leite para casa para que seja oferecido ao seu filho na sua ausência, e também se desejar doá-lo para um Banco de Leite Humano.
“Trata-se de uma estratégia recomendada pelo Ministério da Saúde que consiste em criar nas empresas públicas e privadas uma cultura de respeito e apoio à amamentação como forma de promover a saúde da mulher trabalhadora e do bebê”, destacou a coordenadora estadual de Saúde da Criança, Ana Cristina Guzzo. Além disso, acrescentou, amamentar também faz bem para as mães, sendo um método anticoncepcional nos primeiros meses pós-parto e auxiliando na prevenção ao câncer de mama.
Suporte – A entrega dos certificados foi feita a princípio pelo titular da Sespa, Vitor Mateus, em meio a discursos comovidos sobre experiências profissionais associadas ao incentivo à amamentação. “Sobre o mote da campanha deste ano, acredito que a continuidade do aleitamento após o sexto mês de vida diminui o risco de a criança adoecer e, consequentemente, as chances de a mulher faltar ao trabalho”, pontou o secretário. Além dele, entregaram os certificados, entre outros, o médico Helio Franco, eleito padrinho da Semana de Aleitamento Materno, e a coordenadora do Banco de Leite Humano da Santa Casa, Cinara Gonçalves.
Trabalhado em todo o mundo, o tema desse ano da Semana de Aleitamento Materno discutiu o desafio de conciliar trabalho e amamentação. No Pará, a programação foi resultado de articulação entre órgãos públicos e entidades de promoção à saúde feminina com o objetivo de conscientizar o público sobre os benefícios clássicos da amamentação, incluindo o principal, que é o combate à mortalidade infantil.
O leite materno é considerado o alimento mais completo para o bebê. Nele, estão contidos todos os nutrientes necessários para o completo e correto desenvolvimento da criança. Amanda Moura, da área técnica do Ministério da Saúde, reforçou que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que os bebês recebam exclusivamente leite da mãe durante os primeiros seis meses de vida.
Entretanto, segundo o mais recente levantamento do governo federal, feito em 2009, a média de aleitamento materno exclusivo no Brasil é de apenas 54 dias — ou seja, menos de dois meses. Entre os principais motivos para isso estão a dificuldade de conciliar a dedicação ao filho e as demandas profissionais.
Sob um olhar mais regionalizado, a campanha incentivou as mães a iniciar e manter a amamentação, bem como conscientizá-las sobre a importância dos Grupos de Mães (ou do Aconselhamento em Amamentação) e a participação mais efetiva da participação comunitária junto às Unidades Básicas de Saúde.