Sespa orienta estudantes sobre campanha de prevenção à hanseníase
Com o objetivo de reduzir a carga parasitária de geo-helmintos e identificar casos suspeitos de hanseníase e de tracoma em estudantes da rede pública que estejam na faixa dos cinco aos 14 anos, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lança nesta quarta-feira, 12, a terceira edição estadual da Campanha Nacional de Hanseníase, Verminose e Tracoma, estratégia criada pelo Ministério da Saúde para que as secretarias estaduais de Saúde e de Educação orientem os municípios na execução do serviço.
O lançamento da campanha paraense acontecerá na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Almerindo Trindade, no bairro na Pedreira, em Belém, e terá a participação de profissionais de referência na saúde e educação da capital e do restante do Estado. A mobilização voltada para as escolas ganha força no Pará, um dos cincos estados brasileiros - incluindo Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Goiás - com municípios onde há maior prevalência de hanseníase.
Em nota técnica, a Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase justifica que isso aconteceu devido às buscas ativas realizadas pelas edições de 2013 e 2014 da Campanha, que tem identificado casos suspeitos das doenças em estudantes de escolas públicas e em pessoas das comunidades atendidas por elas.
Em 2013, 67 municípios prioritários promoveram a campanha, quando 593.740 alunos foram envolvidos, dos quais 76 se descobriram com hanseníase e 473.435 receberam tratamento para verminose. No ano seguinte, a adesão foi de 112 municípios, por meio de uma mobilização lançada em Marabá, sudeste paraense, no mês de agosto, quando participaram 680.472 alunos, dos quais 143 foram identificados com hanseníase e 592.419 tratados com Albendazol.
De acordo com o coordenador estadual do Programa de Controle da Hanseníase da Sespa, Luiz Augusto, a terceira versão da Campanha envolverá desta vez, 116 municípios aderentes e a inovação será a inclusão do tratamento de tracoma em 13 municípios. Por outro lado, os municípios devem manter a busca por sintomáticos dermatológicos na população geral, por meio de mobilização social. Em Belém, por exemplo, a campanha será executada, de fato, pela Secretaria de Saúde de Belém (Sesma), por meio da Coordenação de Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase.
Ação descentralizada
O papel da Sespa é principalmente de assessoria e apoio aos municípios e capacitação de profissionais para atuarem no Programa de Controle da Hanseníase. A partir dessa lógica é que, nos últimos três anos, as campanhas no Pará foram descentralizadas e realizadas pelas secretarias municipais de Saúde, conforme explica o coordenador estadual do Programa de Controle da Hanseníase, Luís Augusto, sob a recomendação de que seja lembrado o Dia Mundial de Luta contra a doença, que acontece sempre no último domingo de janeiro.
Segundo ele, esses lembretes servem para combater a subnotificação, que se reverte em aumento no número de casos registrados – o que para o profissional de saúde do SUS significa mais eficácia na busca por mais pacientes, no diagnóstico preciso e no encaminhamento mais ágil do paciente para tratamento e investigação de possíveis casos no ambiente familiar, estratégia essencial para quebrar a cadeia de transmissão.
Características e tratamento
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, transmitida por pessoas doentes que não estão em tratamento. A doença tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.
“O Ministério recomenda que as pessoas procurem um serviço de saúde no caso de aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo - sobretudo se a mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente deixa de transmitir a doença quase que imediatamente”, explica o médico dermatologista Carlos Cruz, que atende pacientes encaminhados para tratamento no Centro Marcelo Cândia, mantido pela Sespa em Marituba, município da região metropolitana de Belém.
A transmissão se dá por meio de espirros e tosses, por exemplo, de uma pessoa doente e sem tratamento. O contágio não é possível através de abraços e apertos de mão. Também não é necessário separar roupas, pratos, talheres e copos do infectado em casa. O tratamento é gratuito e inclui um coquetel de antibióticos, podendo durar até um ano e meio.
Os principais sintomas da hanseníase são: manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, tato e à dor; caroços avermelhados às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo levando ao comprometimento gradual da força do quinto dedo da mão.
Serviço: Lançamento da Campanha Nacional de Hanseníase, Verminose e Tracoma, nesta quarta-feira, 12, às 9 horas, na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Almerindo Trindade, situada na rua do Acampamento, 276, Pedreira, em Belém.