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Chocolates fabricados com amêndoas produzidas no Pará ganham ouro, prata e bronze em concurso nacional

O apoio do Estado, estímulo ao intercâmbio entre produtor e interessados no cacau local e realização de eventos em Belém e Altamira, têm sido fundamentais para a conquista de premiações como essas

Por Rose Barbosa (SEDAP)
19/08/2025 15h25
Chocolates vencedores que utilizaram o cacau do Tuerê, no Pará: C’Alma (ouro), Mission (prata) e Monjolo (bronze).

Mais uma vez, a amêndoa de cacau produzida no Pará termina entre as melhores do Brasil. No último final de semana, em São Paulo, durante o anúncio dos ganhadores do II Prêmio Brasil Chocolate do Cacau à Barra, os três primeiros lugares foram conquistados pelos chocolates que utilizaram as amêndoas cultivadas no assentamento Tuerê, no município de Novo Repartimento, localizado na Região de Integração Lago Tucuruí, sob influência da Rodovia Transamazônica (BR-230).

Os cacauicultores João Evangelista (ouro), Valdemiro Brochel (prata) e João Rios (bronze) forneceram as amêndoas para os chocolates que conquistaram respectivamente os três primeiros lugares. O concurso integrou a programação da Feira Brazil Bean to Bar Chocolate Week, evento que promove o chocolate fabricado por chocolateiros que adquirem a barra diretamente dos produtores.

Chocolateiras premiadas (a partir da esquerda): Arcelia Gallardo (Mission), Ariana Ribeiro (C’Alma) e Luana Vieira (Monjolo).

Foi no Festival Internacional do Chocolate e do Cacau, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) em 2023, no Hangar Convenções e Feiras que o produtor João Evangelista – popularmente conhecido como “Rogério” na sua comunidade – conheceu a chocolateira Ariana Ribeiro, fundadora da C’Alma Chocolate, marca artesanal bean-to-bar, localizada em Goiânia, capital de Goiás, que sagrou-se a grande vencedora do concurso realizado no último final de semana. Ele lembra que após a participação nessa edição, foram geradas também outras oportunidades. 

Apesar de veterano em premiações (segundo ele são 14 no total), o produtor disse que mantém a mesma simplicidade e afinco no trabalho para produzir a melhor amêndoa que puder. “Eu fiquei muito feliz com mais esse reconhecimento importante. Eu conheci a Ariana dois anos atrás no festival em Belém; depois recebi uma ligação dela e passamos a fazer negócios. Eu fiquei muito feliz não só porque a minha amêndoa ganhou, mas porque ela ganhou com o trabalho dela, com o chocolate que ela produz utilizando a minha amêndoa”, disse Evangelista. 

O sítio JE, localizado no Tuerê, conta com 42 hectares, sendo oito hectares somente para o cacau. Na propriedade, como ressaltou, é utilizado o Sistema Agroflorestal (SAF) onde é feito o cultivo de maneira sustentável. Além do cacau sombreado por espécies como o açaí, 'Rogério' cultiva outras 36 espécies florestais, como andiroba, ipê, mogno brasileiro, taúba e angelim. Evangelista disse que de domingo a domingo ele inspeciona a sua roça.

João Evangelista, popularmente conhecido como ″Rogério″ forneceu a amêndoa utilizada pelo chocolate premiado com medalha de ouro

“Eu todos os dias fiscalizo a minha lavoura. Gosto desse contato. É importante a gente zelar por aquilo que é fruto do nosso trabalho”, disse o produtor que destacou o apoio que recebeu na sua trajetória da Sedap, da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e da Fundação Solidaridad, que assiste, também, os outros dois cacauicultores fornecedores das amêndoas utilizadas nos chocolates premiados. 

Apoio- O apoio prestado pelo Governo do Estado aos produtores de cacau tem sido fundamental para a conquista de premiações nacionais e internacionais. Durante a realização de programações como o Festival Internacional do Chocolate e do Cacau – realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) – um dos objetivos é estimular a geração de futuros negócios aos produtores que participam da programação. 

Valdemiro produziu a amêndoa do chocolate que conquistou a medalha de prata na premiação realizada em São Paulo

O coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura do Pará (Procacau), engenheiro agrônomo Ivaldo Santana, disse que essa premiação é fruto do trabalho da Sedap junto aos pequenos produtores de cacau. É o caso do assentamento Tuerê, onde os produtores de cacau plantam em média até seis hectares. 

“Com o nosso trabalho de levar produtores para eventos nacionais e internacionais, onde ocorrem capacitações e troca de informações, eles estão conseguindo se destacar, fazendo produção de amêndoas de qualidade e o resultado está aí. Esse já é o 37º prêmio que o Tuerê conquista no cômputo geral. De tanto essa turma participar de concurso, isso traz um resultado não só para a comunidade do Tuerê como para o município de Novo Repartimento e para todo o Estado do Pará”, ressaltou Santana. 

O intercâmbio que ocorre entre produtor, empresários e vice-versa, impulsiona a divulgação das amêndoas produzidas no Pará em outros Estados e até países, como avaliou Ivaldo Santana. “Nossas amêndoas são as melhores do Brasil, quiçá do mundo, em termos de qualidade, com alto teor de manteiga de cacau. Todas essas condições ocorrem em função dessas capacitações que o pequeno produtor recebe e isso leva a essas conquistas”, defendeu Santana. 

Ivaldo Santana, da Sedap, mostra as barras de chocolate do Tuerê e destaca o apoio da Sedap às premiações nacionais e internacionais

Os vencedores do II Prêmio Brasil Chocolate do Cacau à Barra foram: 

- Medalha de Ouro: Chocolate C'alma, feito com amêndoas de João Evangelista, Tuerê - Novo Repartimento (Pará)
- Medalha de Prata: Mission Chocolate, feito com amêndoas de cacau de Valdemiro Brochel, Tuerê - Novo Repartimento (Pará)
- Medalha de Bronze: Chocolate Monjolo, feito com amêndoas de cacau de João Rios, Tuerê - Novo Repartimento (Pará)