Servidores da Seduc são capacitados em Letramento em Direitos das Pessoas LGBTQIA+
A Segup, por meio do Comitê Estadual de Enfrentamento à LGBTFobia, em parceria com a Seirdh, coordenou a ação inclusiva para 97 servidores
O Comitê Estadual de Enfrentamento à LGBTFobia, coordenado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), realizou na manhã desta terça-feira (19), capacitação voltada aos servidores de escolas públicas estaduais sobre “Letramento em Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh).
A programação ocorreu no auditório da Seduc, reunindo 97 servidores. A temática abordou garantia de direitos da comunidade LGBTQIA+. Os participantes também debateram tópicos sobre letramento, significado das siglas e suas especificidades, bullying, legislação, estratégias de acolhimento e enfrentamento à LGBTIfobia.

“Vivemos em um país em que, lamentavelmente, a população LGBTQIA+ ainda é alvo de violência, preconceito e exclusão em diversos espaços — inclusive, e não raramente, no espaço público e também em ambientes escolares. Desta forma, é muito importante que os profissionais da educação estejam preparados para lidar com essa realidade e aprender um pouco sobre a forma como devemos lidar com as situações, especialmente no ambiente escolar, que é de fundamental importância para a inclusão e o auxílio dessas pessoas, respeitando o espaço e conhecendo os seus direitos”, disse a diretora de Políticas de Segurança Pública e Defesa Social da Segup, delegada Ariane Melo.
O evento reuniu representantes da Segup, servidores de escolas públicas, professores, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, secretários escolares, diretores e dirigentes.
Acesso à informação - Um dos palestrantes da qualificação, o ativista de Direitos Humanos e presidente do Movimento LGBTQIA+ do Pará, Beto Paes, que também integra o Comitê de Segurança Pública em Enfrentamento à LGBTfobia, pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), destacou a importância do letramento para enfrentar a LGBTfobia na rede estadual de ensino.
“Esse letramento sobre as questões LGBTQIA+, disponibilizado para professores da rede estadual de ensino, é extremamente importante para que essas pessoas possam ter acesso a uma informação de reconhecimento de cidadania e direitos dessa população, que tem historicamente seus direitos violados. A população LGBTQIA+, segundo dados do Ministério da Saúde, é uma das populações que mais sofrem violência e abandono, além de exclusão de espaços na sociedade. Teremos para essa formação quatro módulos, apresentando essa temática para os professores da rede estadual de ensino, para que eles possam, a partir desse conhecimento, fazer um melhor acolhimento desses alunos e alunas que participam da educação básica e fundamental. Estamos muito satisfeitos em agregar um número expressivo de pessoas que buscam esse conhecimento para melhor atender e acolher essas pessoas, fazendo um enfrentamento ao bullying, ainda muito presente nas escolas do nosso país”, frisou o palestrante.
Acolhimento - A coordenadora de Diversidade de Gênero da Seirdh, Gabriela Borja, membro do Conselho de Diversidade Sexual do Estado, disse que esse momento de estudo e letramento direcionado à população LGBTQIA+ estreita os laços com a rede de ensino estadual, no acolhimento a essas pessoas.
“A formação vem com o intuito de apresentar conceitos, a própria sigla, as legislações existentes em relação à população e aos direitos das pessoas, como também formas de acolhimento e de garantir o enfrentamento à LGBTfobia nos espaços educacionais. Desta forma, a parceria com a Seduc e Segup vem com projetos tanto do Comitê de Enfrentamento à LGBTfobia quanto da Seirdh, em relação ao letramento de gênero e sexualidade nos serviços nas secretarias de Estado, pois acreditamos que a LGBTfobia também tem que ser combatida por meio do acesso às informações”, enfatizou Gabriela Borja.
Para o diretor de Diversidade e Inclusão da Seduc, Mário Augusto Almeida, é importante essa troca de conhecimento entre os profissionais da educação para fortalecer e garantir os direitos de forma inclusiva dentro das escolas estaduais do Pará.
“Esse letramento fala de cada letra de uma pessoa, e essas pessoas precisam de respeito. Nossos servidores, sejam diretores de escola, professores, serventes, merendeiras, especialistas de educação, a comunidade de forma geral, precisam entender que, como servidores públicos, nós atendemos a todos os públicos de maneira a promover a equidade. Essa equidade é necessária para garantir direitos. Sendo assim, quando oferecemos esse tipo de formação é para que nossas crianças, os pais e mães, tenham um atendimento adequado, e entendam que a Secretaria de Educação é um órgão público, que cuida de todos. O Pará está dando um grande passo nesse letramento, pois não toleramos mais que as pessoas sejam excluídas ou sofram pelas suas escolhas. Precisamos respeitar a diversidade”, reforçou Mário Augusto Almeida.