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'PENA JUSTA'
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Mostra de Cinema e Direitos Humanos fomenta a cultura no sistema prisional

Fruto de parceria entre Seap, Senappen e CNJ, a ação didática realizada em duas unidades penais da Região Metropolitana de Belém, contemplou mais de 60 custodiados

Por Ascom (Governo do Pará)
18/07/2025 13h25

No Pará, mais de 60 internos em unidades penais, da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), participaram entre 14 e 18 de julho de atividade de entretenimento educativo, promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), juntamente com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O principal objetivo é estimular de cultura e arte com o auxílio de produções cinematográficas.

A 1ª Mostra de Cinema é uma das ações do Plano "Pena Justa", iniciativa do CNJ que visa garantir dignidade às pessoas privadas de liberdade, aperfeiçoar as condições dentro das unidades e promover a ressocialização. A ação também contou com o apoio da Universidade Federal Fluminense (UFF), e outros ministérios, sendo realizada simultaneamente em todos os estados.

Custodiadas avaliaram o conteúdo dos filmes exibidos

Programação - No Pará, a ação ocorreu na Unidade de Custódia e Reinserção Feminina de Ananindeua (UCRF Ananindeua) e Unidade de Custódia e Reinserção de Marituba I (UCR Marituba I), ambas na Região Metropolitana. Foram exibidos blocos com cinco filmes, que abordam problemas sociais e direitos humanos. Durante a atividade, houve intervalos para alimentação e conversas sobre o conteúdo de cada obra. Ao final, todos produziram resumos do que assistiram, expondo suas interpretações e aprendizados sobre o que foi exibido.  

Além de benefícios pedagógicos baseados nos temas abordados, o cumprimento das 12h preenchidas pelas exibições é crucial para a validação da remição de pena. Na ação, a presença dos internos e as atividades executadas são diretamente acompanhadas, informou Fernanda Almeida, assistente técnica estadual, do Programa "Fazendo Justiça", do CNJ. 

“O principal ganho para essas pessoas privadas de liberdade na mostra é que elas vão remir pena. Por isso há todo o acompanhamento com uma frequência. Eles vão precisar fazer relatórios dos filmes, colocar a percepção deles, da forma que entenderam cada obra. Temos mobilizado o Judiciário, que, ao receber esse encaminhamento que a Seap vai fazer, possa creditar o número de pena para essas pessoas que participaram da mostra”, explicou a assistente técnica. 

Profissionais conversaram com os internos sobre os conteúdos dos filmes

Diálogos - Para a pedagoga da UCRF Ananindeua, Natali Benassuly, a atividade gera reflexões saudáveis por meio dos filmes. “Ao longo da semana, nós fomos dialogando sobre os filmes. Eu pergunto para elas o que sabem sobre direitos humanos, o que é direitos humanos para elas, que são o foco principal da mostra. Pode parecer muito tangível pra gente perto, mas para elas é distante pela realidade socioeconômica da nossa população carcerária. E esse evento trouxe dignidade, de alguma forma, para essas pessoas privadas de liberdade”, disse a pedagoga.

Maria da Assunção, custodiada na UCRF Ananindeua, contou que pretende cursar faculdade de Pedagogia, e os filmes lhe despertaram um sentimento de perseverança para alcançar esse objetivo. “Quero muito fazer uma faculdade de Pedagogia. E, mesmo custodiada hoje sei que é possível, sim. E eu vou realizar meu sonho através disso tudo que eu pude aprender. O que eu quero, eu posso conseguir se persistir. É um sentimento muito bom. Eu sou muito grata”, acrescentou.

Texto: Fernanda Ferreira, estagiária sob supervisão, no NCS/Seap