Exposição ao sol sem proteção e banhos em água contaminada afetam a saúde dos olhos
Policlínica Metropolitana reforça orientações para prevenir danos oculares no verão amazônico, incluindo uso de óculos com proteção UV e higiene adequada
Com a chegada do verão amazônico e o aumento das atividades ao ar livre em praias, igarapés e outros balneários, a população deve redobrar os cuidados com a saúde dos olhos. A Policlínica Metropolitana, em Belém, alerta para os riscos neste período, como a exposição prolongada ao sol e o contato com água contaminada, que podem causar irritações, infecções e outros danos à visão.
O oftalmologista Pedro Lins, que atende na Policlínica, unidade sob gestão do Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), destaca a importância da prevenção ocular. “Nesse período, aumentam significativamente os casos de conjuntivite, queimaduras na superfície ocular causadas pelos raios ultravioleta (UV) e infecções ligadas ao uso inadequado de lentes de contato em rios, praias e piscinas. São problemas que podem ser evitados com cuidados simples”, informa.
Ameaças - Segundo o médico, quem usa lentes de contato deve redobrar a atenção ao frequentar balneários. “O contato com micro-organismos presentes na água, na poeira ou até no suor pode provocar infecções graves na córnea, ameaçando a visão. Quando o uso das lentes é indispensável, recomenda-se utilizar óculos de natação para proteção adicional”, alerta Pedro Lins.
Outro cuidado essencial é evitar a exposição direta ao sol. O médico destaca a fotoceratite, inflamação causada pela radiação ultravioleta, que afeta a superfície do olho. “A pessoa sente dor intensa, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento e a visão fica embaçada. Esses sintomas costumam piorar algumas horas após a exposição solar”, ressalta.
O reflexo da luz solar na água também pode potencializar o problema. “Os raios UVB afetam a parte superficial do olho, e os UVA penetram mais profundamente, atingindo a retina. A exposição crônica pode acelerar o surgimento de catarata e degeneração macular”, diz o especialista.

Orientações - Entre os cuidados recomendados pelo oftalmologista estão o uso de óculos com proteção UVA e UVB, de preferência com lentes polarizadas e adquiridos em locais confiáveis. “Também é importante usar bonés ou chapéus com abas largas, que façam sombra no rosto, evitar coçar os olhos com as mãos sujas e usar colírios lubrificantes em caso de contato com poeira”, orienta.
O médico alerta ainda para os principais sinais de problemas na visão, como vermelhidão ocular, dor, secreção excessiva, inchaço nas pálpebras e visão turva persistente. Esses sintomas podem indicar infecções ou lesões oculares graves. “Ao notar qualquer um desses sinais, é fundamental procurar atendimento oftalmológico o quanto antes. O diagnóstico precoce é essencial para garantir um tratamento eficaz e preservar a saúde dos seus olhos”, conclui Pedro Lins.
Mais orientações para manter a saúde dos olhos durante o verão:
- Lavar o rosto e os olhos com água limpa após o banho em rios ou piscinas – ajuda a remover resíduos de cloro, sal ou micro-organismos que possam ter entrado em contato com a região ocular;
- Cuidado com sprays de repelentes, bronzeadores e protetores solares – o contato direto desses produtos com os olhos pode causar ardência, vermelhidão e inflamação;
- Evitar o uso de maquiagem nos olhos ao ir a balneários – produtos como rímel e delineador podem se dissolver em contato com a água e causar irritações ou facilitar infecções, especialmente se não forem à prova d’água;
- Levar uma toalha de rosto limpa para secar a região dos olhos – evita contaminações cruzadas com outras partes do corpo ou com toalhas compartilhadas, e
- Fazer pausas visuais frequentes ao usar celular ou tablet em ambientes abertos – a combinação de sol e brilho da tela pode causar fadiga ocular e ressecamento.