Projetos criativos facilitam aprendizado em escolas públicas
Escolas públicas estaduais de municípios do interior do Estado apostam na criatividade como ferramenta estratégica para tornar os estudos atraentes aos jovens e, dessa forma, combater a evasão escolar. Um exemplo bem sucedido dessa iniciativa vem da São Miguel do Guamá, no nordeste do Estado, mais precisamente da Escola Estadual de Ensino Médio Frei Miguel de Boulhões, no bairro de Vila Nova, onde funcionam 20 projetos pedagógicos para atendimento de 1.600 estudantes.
Entre esses projetos está o Clube da Leitura, em funcionamento há quatro anos na escola e que movimenta uma média de 60 estudantes. Os integrantes do clube se reúnem na biblioteca da escola, que conta com o ‘Cantinho da Leitura’, onde os usuários do espaço se recolhem para fazer o que mais gostam quando não estão em sala de aula. “A gente gosta muito de ler, sejam os livros ou as páginas da internet, e aqui no ‘Cantinho’ nós ficamos à vontade para fazer essas coisas”, conta a estudante Débora Daniely da Silva, 16 anos, do 2º ano. Amante de poesia, ela diz que pretende cursar Direito ou Artes Cênicas.
Vinícius Sousa, 16 anos, também do 2º ano, não abre mão de usufruir da biblioteca. “Este é o melhor local da escola para se estar”, diz ele. A professora Izabel Carvalho, que atua no projeto, destaca que as atividades do Clube da Leitura ocorrem no contraturno, ou seja, de forma conciliada com a frequência dos estudantes nas salas de aula. “Esta é uma forma de criar um vínculo dos jovens com os livros, com a leitura, o que é algo fundamental para a vida escolar e profissional deles”, assinala a professora Izabel.
Luxo
Outra iniciativa que trouxe resultados positivos na “Frei Miguel de Boulhões” é o projeto Lixo ao Luxo, coordenado pela professora Diana Quaresma Travassos. “Nele, os estudantes e a comunidade trabalham em cima da proposta de reutilizar material para confecção de outros artigos, como roupas. Nós já confeccionamos roupas feitas de balão, jornal, sacolas plásticas e até conchas do mar”, afirma Diana.
Na mesma unidade escolar funciona o projeto Circo na Escola, em que os alunos, auxiliados por professores de Educação Física, aprendem noções de artes circenses, como malabares, equilibrismo, dança e toda a magia do picadeiro.
Vivência
No projeto Café com Física, coordenado pelo professor Luís Carlos da Silva, os estudantes conferem, em sala de aula, experimentos científicos, demonstrando na prática o que aprenderam nos livros. “Participar desses experimentos contribui para o aprendizado deles, porque a proposta é aguçar a curiosidade dos estudantes”, declara o professor Luís Carlos. Na programação são abordados temas como eletricidade, mecânica, calor e ótica. "Eu sempre gostei de física espacial. Em 2014 conheci o Café com Física aqui, na escola, e então apresentei um projeto de engenharia solar. Eu gosto demais desses assuntos", conta o estudante Bruno Ribeiro, 17 anos.
