Seduc e Equipe da ONU visitam escolas indígenas para construção de unidades
Ação nas aldeias Sede e Frasqueira, em Capitão Poço, quer garantir o atendimento às especificidades culturais e territoriais dos povos

A equipe regional do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), com o apoio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-PA), inicia, nesta sexta-feira (23), a programação de visitas técnicas a duas comunidades indígenas que receberão obras de construção de escolas estaduais. O destino é o município de Capitão Poço, nas comunidades Sede e Frasqueira, da etnia Tembé.
De acordo com Diogo Cavallari, Especialista Nacional em Gestão de Obras pelo UNOPS, a partir das visitas às Escolas Estaduais Indígenas Félix Tembé e Rufino Romão Tembé, ambas em Capitão Poço, serão elaboradas as estratégias para a fiscalização das obras e de mitigação de riscos sociais, ambientais, de saúde e de segurança do trabalho.
“Isso é importante para que tudo corra próximo do ideal durante as construções. A gente vai fazer visitas em duas escolas de quatro salas. A partir dessas duas, a gente identifica quais são os principais desafios e extrapola para as demais escolas, portanto, sob o ponto de vista de elaboração das estratégias gerais. É suficiente que a gente visite essas duas maiores já que, por exemplo, as escolas menores, como as de duas salas, os problemas tendem a ser muito semelhantes e mais simples do que nesse contexto de quatro salas”, pontuou Cavallari.
Esse movimento é fruto da parceria entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o UNOPS, que neste momento já licita a construção de 13 escolas, entre quilombolas e indígenas. A rede estadual contará, no final do processo, com 8 novas escolas indígenas. Quatro delas (três em Capitão Poço e uma em Paragominas) já encontram-se em fase de contratação da empresa. A próxima licitação será para duas unidades de ensino, em Jacareacanga (aldeias Sai-Cinza e Missão São Francisco) e duas em Oriximiná (aldeias Inajá e Kwanamari). Todas as informações estão disponíveis aqui.
“Garantir melhores condições de ensino para a educação indígena e quilombola é uma prioridade clara. A parceria com a ONU, o FNDE, a Seduc e os municípios é essencial para avançarmos com mais eficiência nesse compromisso. Ter nossas equipes com o UNOPS em mais uma visita técnica é fundamental justamente para garantir que as características de cada comunidade sejam respeitadas e estejam impressas em todo o processo. É trabalhando em conjunto, com participação ativa de quem receberá as novas escolas, que conseguimos oferecer uma educação de qualidade, melhores condições para nossos profissionais e mais oportunidades para toda a comunidade escolar”, afirmou Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação do Pará.

As primeiras visitas realizadas pelas equipes do FNDE e do UNOPS às comunidades indígenas ocorreram em setembro de 2024 e abril de 2025, e resultaram em um relatório de diagnóstico sobre as edificações e recomendações técnicas do ponto de vista da engenharia.
O planejamento de ações para a retomada das obras também contou com a interlocução da Fundação de Apoio para o Desenvolvimento da Educação Paraense (Fadep) junto às lideranças indígenas e escolares. Conforme a Diretora de Obras da Fadep, Danusa Mayara de Souza, esse processo foi fundamental para o entendimento das necessidades dessas comunidades e as adaptações dos projetos de obras das escolas.
"O trabalho de articulação realizado pela Fadep com o UNOPS, o FNDE, a Seduc e as lideranças indígenas foi essencial para garantir o alinhamento das tratativas relacionadas à retomada das obras. Esse diálogo contínuo permitiu que as demandas das comunidades fossem compreendidas e devidamente consideradas, possibilitando os ajustes necessários nos projetos, tanto para atender às especificidades culturais e territoriais, quanto para assegurar conformidade com as normas técnicas e os parâmetros atuais de engenharia e educação", afirmou.