Mangal das Garças e Museu Catavento fortalecem a preservação de borboletas
O intercâmbio entre borboletários visa principalmente manter a diversidade genética e garantir a longevidade das populações mantidas em espaços confinados

O Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém, retoma uma importante parceria com o Museu Catavento, de São Paulo (SP), voltada à conservação e reprodução de borboletas em cativeiro. A colaboração entre as instituições, que começou há cerca de 10 anos com o envio de matrizes da espécie olho-de-coruja (Caligo illioneus), ganha agora um novo capítulo com a retomada das trocas de espécimes e experiências técnicas.
Segundo Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal das Garças, o envio inicial de matrizes ao "Catavento" contribuiu diretamente para a formação do borboletário da instituição paulista. A reprodução foi tão bem-sucedida que a espécie é mantida com facilidade.
Rede nacional - A reaproximação entre os dois espaços ocorreu no fim de 2023, por iniciativa da bióloga Maristela Zamoner, que reuniu borboletários de diversas regiões do Brasil para formar uma rede de colaboração e intercâmbio de experiências. O encontro resultou na publicação de um livro coletivo, no qual cada instituição contribuiu com um capítulo – incluindo o Mangal das Garças.

Durante as trocas entre os profissionais, o Museu Catavento propôs retribuir a antiga parceria, oferecendo ao Mangal novos exemplares da Caligo illioneus, espécie que havia sido perdida pelo borboletário paraense há cerca de dois anos. Em contrapartida, o Mangal se comprometeu a fornecer, em breve, outra espécie ao museu paulista.
O intercâmbio entre borboletários tem como objetivo principal preservar a diversidade genética e garantir a longevidade das populações mantidas em espaços confinados.
“Essas permutas são fundamentais para manter a variabilidade genética das espécies”, informou o biólogo.
“Em ambientes fechados, é comum que ocorra o cruzamento entre indivíduos da mesma linhagem, o que pode comprometer a saúde das borboletas. Com a troca entre instituições, conseguimos renovar a população e garantir a sobrevivência das espécies ao longo do tempo”, acrescentou Basílio Guerreiro.

Como parte da nova fase da parceria, profissionais do Museu Catavento, liderados pela bióloga Maiara Bezerra, visitarão o Mangal das Garças em junho próximo para conhecer os métodos de manejo adotados em Belém. Em agosto, quando o borboletário do Museu Catavento completa 10 anos de funcionamento, o Mangal será homenageado como instituição parceira fundamental na sua criação.
A parceria reafirma o papel do Parque Zoobotânico Mangal das Garças como referência nacional na reprodução e preservação de borboletas, fortalecendo redes de cooperação científica e contribuindo para a conservação da biodiversidade brasileira.
Texto: Beatriz Santos - Ascom/OS Pará 2000