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'Eco-Árvores’ fornecem sombra em obras da COP 30 na capital paraense, Belém

Técnica inspirada em projeto de Cingapura reaproveita materiais de construção para criar árvores artificiais com benefícios naturais à Nova Doca e Tamandaré

Por Ingo Müller (SECOM)
25/03/2025 08h31
Naira Carvalho, arquiteta, assina o projeto pela Seop

No meio da paisagem da Nova Doca uma estrutura chama a atenção. São conjuntos de árvores com copas frondosas, repletas de folhas verdes que, assim como qualquer outro vegetal, fornecem sombra e conforto para quem passa pela área - só tem uma diferença: essas árvores são artificiais.

As estruturas são montadas usando vergalhões reaproveitados e plantas trepadeiras. Uma  solução ecológica que recicla materiais e traz os benefícios de uma árvore natural, explica a arquiteta Naira Carvalho, que assina o projeto pela Secretaria de Obras Públicas do Pará (Seop).

Naira Carvalho explica que as árvores artificiais reaproveitam material descartado das obras, mas também usam materiais novos para reforçar a sua estrutura, promovendo conforto com segurança aliados à preocupação com a natureza.

Projeto supre a falta de solo para plantios na Nova Doca e Tamandaré

Naira Carvalho ressalta o seguinte: “a ideia surgiu devido à necessidade de sombreamento e a não disponibilidade de solo para plantio. Precisamos adaptar a maneira de arborizar o parque inspirada nas árvores gigantes de Cingapura”, disse a arquiteta.

“Reaproveitar, reutilizar, reciclar e repensar é mais que uma tendência - é obrigação de todos nós que pensamos em sustentabilidade, e entendo que esta obrigação está inteiramente vinculada ao evento da COP”, avalia Naira Carvalho

Além da Nova Doca, as árvores artificiais também estão sendo construídas no parque linear da Nova Tamandaré, atendendo a mesma finalidade: ser um elemento paisagístico que fornece sombra nos locais em que as árvores naturais não podem ser plantadas.

Solução ecológica é alternativa para enfrentar o calor

Com o projeto pronto, os engenheiros da Seop precisaram criar um protótipo para verificar a viabilidade da “eco-árvore”, e a iniciativa deu tão certo que eles decidiram construir quase 190 destas estruturas nos dois locais.

A engenheira Thais Ribeiro enfatiza: "a nossa expectativa é instalar 88 eco-árvores no Parque Linear Nova Doca e 100 eco-árvores no Parque Linear Nova Tamandaré. Hoje nós temos três eco-árvores implantadas na Quadra 1 do Parque Linear Nova Doca e até o final de março teremos o total de nove eco-árvores implantadas na Quadra 1 da Nova Doca". 

"A função principal das eco-árvores é promover o sombreamento do Parque Linear, que dessa forma vai gerar um conforto térmico ao longo de todo o parque”, acrescenta a engenheira Thais Ribeiro, responsável pelas obras da Nova Doca e Nova Tamandaré.

Através da construção das eco-árvores os parques lineares construídos pelo governo do Estado vão ter áreas de sombra, mesmo nas margens dos canais, trazendo benefício para todos que irão frequentar aqueles espaços antes, durante e depois da conferência climática da ONU.

“O objetivo foi reduzir as ilhas de calor em Belém. O perfil viário da Doca não dispõe de espaço para plantio de árvores na fase jovem ou adulta de médio e grande porte, somente muda que não estariam gerando sombra no período do evento da COP. E, claro, era necessário pensar na urbanização fazendo um elemento paisagístico agradável à população e que atendesse à premissa de um parque linear”, detalha.