Diversidade linguística e cultural paraense será fomentada na 1ª Semana Acadêmica e Mostra Indígena do Xingu
Programação conta com atividades acadêmicas e culturais com participação de pesquisadores nacionais e internacionais
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Para valorizar o potencial e a diversidade linguística e cultural da região paraense será realizada pela primeira vez a ‘Semana Acadêmica Indígena do Xingu e a 1° Mostra indígena do Xingu´, no período de 17 a 21 de março, no Instituto de Estudos do Xingu, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), campus de São Félix do Xingu.
A programação conta com atividades acadêmicas e culturais com participação de pesquisadores nacionais e internacionais para discutirem a temática indígena, além dos professores do Campus de São Félix do Xingu. Ainda terá a participação de pessoas e órgãos ligados à área indígena e da própria comunidade indígena, como caciques e professores indígenas e professores que atuam nas aldeias da região.
A programação é mais um dos eventos científicos aprovados na Chamada n° 002 de apoio a eventos científicos, tecnológicos e de informação, da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). O presidente da instituição, Marcel Botelho, fala sobre o apoio da Fapespa para a realização do evento.
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“O evento materializa o trabalho feito pelo nosso governador através da Fapespa em apoiar a ciência, o conhecimento tradicional, valorizar os nossos povos ancestrais e originário em todos os aspetos. O Planbio prevê essas ações como um dos elementos indispensáveis na promoção da bioeconomia e desenvolvimento equilibrado da conservação da floresta e geração de emprego e renda. Assim, a Fapespa cumpre o seu papel e apoia um evento que pela primeira vez traz a população indígena mostrando a sua participação na produção de conhecimento científico”, detalha.
A programação tem como objetivo incentivar a vinda de pesquisadores de outros centros universitários externo e interno para o Instituto de Estudos do Xingu/Unifesspa, assim como incentivar alunos indígenas e não-indígenas dos cursos de Letras, Biologia e Engenharia Florestal a apresentarem resultados de suas pesquisas e fomentar a participação da comunidade externa ao IEX/Unifesspa nas atividades, especialmente os indígenas locais.
“A gente quer mostrar nossa cultura os não indígenas, porque muitos acham que a gente já se esqueceu da nossa cultura, da tradição. A gente vem estudar na universidade pra aprender a língua portuguesa como segunda língua, isso é muito importante também. Vai vir muito cacique vindo da aldeia participar desse evento, vai vir estudantes e parentes que moram em outras cidades também”, comenta o discente da Unifesspa Irebê Kayapó.
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O coordenador do projeto, professor doutor Edson Gomes, destacou a importância da iniciativa: “O evento tem a proposta de incentivar a participação e a permanência destes alunos e alunas, em um campus que foi concebido e iniciou as atividades em 2014. O apoio financeiro e de divulgação, será o marco de uma nova fase no Instituto, em que os alunos e alunas indígenas terão o protagonismo que lhes é merecido e necessário para participarem em melhores condições de uma sociedade múltipla, inclusiva e mais justa”.
Temáticas- Os temas que serão abordados visam melhorar a qualidade dos conhecimentos trabalhados na universidade, associados aos conhecimentos que os indígenas trazem das suas realidades. Além disso, serão realizados serviços de saúde para os alunos participantes. O campus da Unifesspa atende alunos da etnia Mebêngôkre, a maioria, e Guajajara, Kambeba, Juruna e Galibi-Maworno.
O coordenador do evento, professor Edson Gomes destaca o apoio da Fapespa na realização do projeto: “Em uma localidade de difícil acesso e um campus universitário que dispõe de poucos recursos materiais, econômicos e de recursos humanos, o financiamento da Fapespa veio no momento oportuno para nos ajudar na realização do evento”, justifica o docente.
“Estamos muito felizes com a realização desse evento. É o primeiro não tenho dúvida de muitos que ainda irão acontecer demonstrando que a nossa população tradicional, a nossa população ancestral e ordinária sabe viver em harmonia com essa grande floresta amazônica e tem muito a nos ensinar tanto no seu modo de vida como no seu conhecimento científico”, avalia Botelho.