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Hospital Abelardo Santos registra taxa de infecção hospitalar abaixo da média nacional e internacional

Índice entre 1% e 1,5% vem sendo mantido desde a inauguração do hospital, em setembro de 2019

Por Diego Monteiro (HRAS)
18/02/2025 13h39
Hospital Abelardo Santos está alinhado às metas internacionais de segurança do paciente e prevenção de infecções
Hospital Abelardo Santos está alinhado às metas internacionais de segurança do paciente e prevenção de infecções
Foto: Diego Monteiro

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém, mantém uma taxa anual de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras) entre 1% e 1,5%. Esse índice coloca a unidade em posição de destaque frente às médias nacionais e internacionais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de infecção hospitalar considerado aceitável é de até 5% ao ano.

A taxa de Iras no HRAS vem sendo mantida desde a inauguração do hospital, em setembro de 2019, e está abaixo da média observada no Brasil, que, conforme a OMS, chega a aproximadamente 14% das internações. Além disso, o percentual é inferior ao registrado em países como Estados Unidos, Canadá e nações europeias, onde as infecções hospitalares alcançam 4,5%, 10,5% e 7,1%, respectivamente.

Hellen Monteiro, gerente do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP), explica como é realizado o combate às infecções no Hospital Abelardo Santos. “Como foi exposto, a baixa taxa de Iras na unidade não é um feito pontual, mas o resultado de uma cultura consistente de atuação, com um trabalho contínuo de capacitação das equipes e a adesão a protocolos internacionais de segurança”, pontua.

“Portanto, o compromisso com a segurança do paciente não é apenas uma prioridade, mas um valor fundamental para a gestão e todos os profissionais, que buscam sempre aprimorar a assistência e garantir um ambiente seguro e confiável para quem mais precisa. Assim, o paciente sai do ‘Abelardo Santos’, volta para o seu lar recuperado e sem incidentes infecciosos”, acrescenta Hellen Monteiro.

HRAS reforça ações de conscientização para evitar doenças transmitidas por causa de mãos infectadas
HRAS reforça ações de conscientização para evitar doenças transmitidas por causa de mãos infectadas
Foto: Diego Monteiro

Combate - As infecções hospitalares são adquiridas enquanto os pacientes recebem cuidados dentro de uma unidade de saúde. Elas surgem através do contato com profissionais em ambientes como internações, cirurgias e procedimentos ambulatoriais, podendo ocorrer até mesmo após a alta. Embora muitas infecções sejam tratáveis, em pacientes mais vulneráveis podem ter consequências graves, inclusive fatais.

As principais causas das Iras estão relacionadas à falta de higienização das mãos e ao não cumprimento de protocolos assistenciais, explica Ohana Cardoso, supervisora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). A especialista ressalta que a higienização adequada das mãos pode eliminar até 90% das bactérias, sendo uma prática incentivada entre pacientes e colaboradores no HRAS.

“O ato de lavar as mãos é reconhecido pela OMS como uma das principais ferramentas de combate às infecções, pois reduz em até 40% o risco de contaminação por bactérias, fungos e vírus. A higienização pode ser feita com água e sabão ou álcool em gel a 70%, eficiente contra vários tipos de microrganismos, eliminando mais de 90% das bactérias presentes nas mãos”, afirma Ohana.

Consciente do risco de infecção hospitalar, a paciente Alessandra Rodrigues, de 21 anos, adotou hábitos de prevenção. “O que a gente puder evitar é melhor. Temos apoio dos profissionais da unidade, que realizam rodas de conversas para esclarecer sobre esses cuidados, ensinando maneiras adequadas de lavar as mãos e incentivando a propagação desse conhecimento entre os familiares”.

Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará

Frente a essa responsabilidade, o HRAS participa do Projeto Nacional da Estratégia Multimodal de Melhoria da Higiene das Mãos, implantado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e apoio da OMS. A iniciativa busca reduzir infecções, aumentar a segurança do paciente, conscientizar, padronizar práticas e gerar economia em saúde.

Vigilância - Apesar dos indicadores positivos, a diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira, destaca a necessidade de uma vigilância constante. "É fundamental contar com o empenho das equipes assistenciais e administrativas, além de manter o monitoramento contínuo das Iras. Um exemplo desse trabalho é a realização de capacitações com todos os profissionais envolvidos no atendimento aos pacientes", acrescenta.

"Nossos cuidados abrangem toda a unidade, com especial atenção para áreas críticas para infecções, como as Unidades de Terapia Intensiva, tanto adulta quanto neonatal, além do centro obstétrico, centro cirúrgico e do setor de esterilização de materiais. Também orientamos quanto ao preparo e distribuição de alimentos, troca de roupas de cama, vestimentas e limpeza dos ambientes", concluiu a gestora.

O Hospital Abelardo Santos é a maior unidade pública do Governo do Pará. A instituição é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde (ISMS), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Conta com um serviço de pediatria de urgência e emergência, além de leitos clínicos.

A unidade é referência no atendimento à mulher e à criança, em quatro frentes pediátricas: pronto-socorro, cirurgia, internação clínica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além do acolhimento nas Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). A pediatria do HRAS está estruturada com 10 leitos de UTI, 25 leitos de clínica pediátrica e um pronto-socorro infantil, com atendimento 24 horas.