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Dia dos Pais: amor, cuidado e diversidade constroem famílias no Pará

Governo do Pará reforça compromisso com a valorização das famílias diversas e o combate ao preconceito contra a comunidade LGBTQIAPN+

Por João Victor Barra (SEIRDH)
10/08/2025 08h00

Professor universitário, pai, avô e homossexual. Este é Mesaque Silva Correia. Casado há 26 anos com o também professor universitário Edmar Souza das Neves, ele considera que ser pai foi uma realização pessoal. Para Mesaque, a adoção é um ato de amor e acolhimento recíproco.

A primogênita do casal foi adotada aos 6 meses. Hoje, com 23 anos, ela é estudante de Educação Física, e é mãe de uma menina de 4 anos. A segunda filha foi adotada quando tinha um ano. Atualmente com 21 anos, ela estuda Psicologia.

Mesaque e Edmar, com as filhas e a neta: paternidade é igual em todas as famílias

Mesaque conta que são muitas as dificuldades enfrentadas em um mundo cheio de preconceitos. Uma delas é a compreensão de que um pai homossexual é pai como os outros, com seus deveres e responsabilidades. “Eu acredito que a principal dificuldade é fazer com que as pessoas compreendam que um pai adotivo, com orientação sexual diferente da heterossexual, é pai igualmente a qualquer outro, e as filhas e os filhos também são filhas e filhos como qualquer outra e outro. A diferença é que nós escolhemos”, ressalta.

O professor acredita que políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de consciência com relação à diversidade humana, e às diversas formas de ser e existir, podem amenizar as dificuldades enfrentadas por pessoas LGBTQIAPN+. “Precisamos de políticas de inclusão social em que crianças e jovens de condição social e orientação sexual diversas possam compartilhar experiências e comunicar singularidades, além de políticas públicas de esporte e lazer para o convívio com a diferença. Acredito que pensar os corpos em diversos espaços é também um caminho para diminuir as dificuldades”, diz Mesaque Correia.

Inclusão e qualificação - Neste Dia dos Pais, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), reforça atividades e ações voltadas ao combate ao preconceito e à qualificação de pessoas LGBTQIAPN+.

Uma das iniciativas da Seirdh, por meio da Coordenação de Diversidade Sexual e Gênero (CDSG), é o Letramento em Educação Sexual e Gênero, projeto que visa à qualificação do atendimento e do acolhimento dos servidores estaduais. “É um projeto direcionado para a compreensão do que significa a sigla LGBTQIAPN+, do que significa orientação sexual e identidade de gênero, e também formas de abordagem, de acolhimento, as legislações direcionadas para essa população e como os órgãos podem se utilizar e precisam das legislações como base, entendendo, inclusive, a própria LGBTfobia como um crime”, explica a coordenadora da CDSG da Seirdh, Gabriela Borja.

A Seirdh também é a responsável, no Pará, pelo Empodera+ (Programa de Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda para Pessoas LGBTQIAPN+). A iniciativa faz parte da Estratégia Nacional de Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda para Pessoas LGBTQIA+, desenvolvida por meio de Acordo de Cooperação Técnica com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). O "Empodera+" consiste em uma política social pública, que inclui a preparação e ocupação da comunidade LGBTQIA+ no mercado de trabalho, visando à autonomia do público atendido.

Escuta e debate - Nos dias 27 e 28 de junho, a Seirdh realizou, em parceria com o Conselho Estadual da Diversidade Sexual (Ceds), a 5ª Conferência Estadual dos Direitos das Pessoas LGBTQIAPN+. O evento foi um importante espaço de escuta, debate e construção de políticas públicas efetivas à comunidade, e etapa preparatória para a 4ª Conferência Nacional, que será realizada em Brasília (DF), no mês de outubro.

Além disso, o Conselho Estadual da Diversidade Sexual (Ceds), instituído pelo Decreto Estadual nº 3.831/2024, é vinculado à Seirdh. Como órgão consultivo e deliberativo, o Conselho fortalece a democracia participativa, assegurando que as demandas da comunidade LGBTQIAPN+ sejam ouvidas e atendidas pelo poder público. A atuação do Conselho é fundamental para combater a discriminação, promover a igualdade de direitos e assegurar a inclusão social dessa população.

A titular da Seirdh, Edilza Fontes, explica que a estrutura do Ceds permite ainda que se faça articulação com o governo e a sociedade civil, visando fortalecer parcerias e ações de proteção e promoção de cidadania. “Além disso, o papel do Ceds é estratégico para monitor e fiscaliza políticas públicas, garantindo que o Estado cumpra sua responsabilidade de assegurar direitos e implementar ações afirmativas, buscando a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva, em que a diversidade é respeitada”, reitera a secretária.