Parceria entre Emater e Prefeitura fortalece produção de açaí em Inhangapi
Agricultores recebem recebem 100 mil mudas de açaí, 20 mil mudas de cacau e 10 mil mudas de essências florestais, como andiroba, paricá, entre outras
Esta semana, 340 agricultores de Inhangapi, na região Guamá, incluindo quilombolas, estão recebendo 100 mil mudas de açaí, 20 mil mudas de cacau e 10 mil mudas de essências florestais (andiroba e paricá, entre outras) em uma ação da Prefeitura, com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
A dinâmica de fomento da principal cadeia socioeconômica do município é uma tradição de quase 30 anos consecutivos da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri): no prolongamento do Festival do Açaí, realizado em agosto, as mudas são preparadas no horto municipal e depois direcionadas a mais de 40 comunidades, sempre na segunda quinzena de janeiro.
Atendidas in loco pela Emater, as famílias beneficiárias trabalham tanto com plantio, quanto com extrativismo de açaí. “A Prefeitura prepara as mudas por nove meses, cadastra os agricultores e entrega. O papel da Emater, de parceria, é a assistência técnica e extensão rural [públicas] no acompanhamento das famílias: produção, treinamentos, orientação de manejo, projetos de crédito rural, comercialização, emissão de caf [cadastro nacional da agricultura familiar], emissão de car [cadastro ambiental rural]”, explica o chefe do escritório local da Emater em Inhangapi, o técnico em agropecuária Luiz Augusto Góes.
De acordo com estimativa da equipe da Emater, a cadeia produtiva do açaí em Inhangapi movimenta por ano mais de R$ 50 milhões, de forma direta e indireta. A Emater assiste com regularidade cerca de mil e 200 famílias.
Uma das estratégias de atuação do Órgão é a elaboração de projetos de crédito rural, ante o Banco da Amazônia (Basa), Banco do Brasil (BB) e, mais recentemente, Banco do Estado do Pará (Banpará). Os contratos individuais variam de R$ 4 mil a R$ 15 mil.
Vida Rural
Raimundo Nonato Pereira, de 56 anos, morador da Vila Cariru, por exemplo, é atendido pela Emater há 20 anos.
Ele planta açaí de terra firme e colhe açaí da várzea do rio Inhangapi: em uma minifábrica própria, bate e vende a polpa gelada, para consumo imediato; o palmito também é comercializado.
Na rotina dentro de casa, o açaí é refeição obrigatória no jantar: sem açúcar e misturado com aveia, farinha “baguda” ou farinha-de-tapioca.
Com as mudas distribuídas pela Prefeitura e o assessoramento da Emater, as áreas nativas de propriedade da família vêm sendo manejadas e os cultivos, expandidos.
“Eu costumo preparar minhas mudas, porém essas da Prefeitura ajudam muito, ano a ano. Agora pretendo acionar crédito rural, para melhorar ainda mais nossas condições”, conta Pereira.
Texto de Aline Miranda