Estudantes da rede pública estadual criam Projeto 'Teto Verde' para amenizar o clima
Na Escola Estadual Bento XV, em Belém, alunos estão cultivando um caramanchão com plantas trepadeiras regionais, com irrigação ecológica
Iniciativa na área externa da unidade escolar vai amenizar o clima e permitir uma área de convivência mais saudávelFoto: DivulgaçãoEstudantes da Escola Estadual Bento XV, em Belém, estão desenvolvendo uma ação inovadora para melhorar a qualidade ambiental na instituição. Por meio do Projeto "Teto Verde", os estudantes vêm implementando soluções sustentáveis para reduzir a temperatura nas áreas externas da escola, em busca de um ambiente mais saudável e agradável para todos. A iniciativa está entre os projetos selecionados para compor a I Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudanças do Clima (CYC), que será realizada no período de 17 a 21 de março de 2025, na capital paraense.
O “Teto Verde” consiste no cultivo de vegetação, em um caramanchão com plantas trepadeiras regionais e irrigação ecológica. O projeto procura engajar os alunos em boas práticas de sustentabilidade ambiental no contexto das mudanças do clima.
Conscientização ambiental começa no Ensino Fundamental na Escola Estadual Bento XVFoto: Divulgação“O nosso projeto surgiu em decorrência de um problema na escola. Nós temos um pátio de recreação descoberto, extremamente quente, e a nossa área interna é toda em solo impermeabilizado, ou seja, nós não temos área verde. E quando as crianças brincavam, durante o intervalo, elas se sentiam muito cansadas e ofegantes. Começamos a levantar a possibilidade de uma solução para esse problema. Na verdade, a gente escolheu uma turma, que são crianças de 9 anos, para conversar sobre o que fazer para tornar aquela área mais agradável, e chegamos à construção de um grande caramanchão com cobertura verde. A gente crê que todos nós precisamos intervir positivamente no nosso meio, e acreditamos que formar a criança vai permitir que tenhamos seres humanos mais responsáveis”, frisou Rosângela Paes, vice-diretora da unidade de ensino.
A destinação de resíduos orgânicos produzidos na escola para a produção de adubo, por meio de compostagem, faz parte do projeto, desenvolvido com alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, mas que mobiliza toda a comunidade escolar.
A estudante Clara Canuto, do 4º ano, disse que já aprendeu “várias coisas sobre como podemos ajudar o meio ambiente, a redução do lixo, o próprio caramanchão, que vai ajudar a reduzir o calor dentro da escola, e também vamos estar compartilhando o ar que as plantas dão para a gente, além do clima”.
“Está sendo trabalhada a questão do efeito estufa, aquecimento global, para que eles tenham uma noção ampla sobre isso, e saber que meios podem estar utilizando para contribuir para a diminuição. Eles estão aprendendo dentro desse projeto e, para nós, é uma honra estar trabalhando com isso, porque a gente sabe que a sustentabilidade vem a partir dessas crianças, que com essa ideia, com esse conhecimento desde pequeninos, com certeza a gente vai poder alcançar essa mudança climática para melhor, e trazer mais verde, mais oxigênio, mais vida”, ressaltou Mônica Ferreira, professora de Educação Ambiental na Escola Bento XV.
A iniciativa mostra como a educação pode ser uma ferramenta para enfrentar os desafios ambientais. Ao se empenharem em criar soluções para os problemas climáticos, os estudantes estão cuidando de seu próprio futuro e inspirando outras escolas e comunidades a adotar práticas mais sustentáveis.
Aluna ajuda a manter as plantas saudáveisFoto: DivulgaçãoPolítica de Educação Ambiental - Idealizada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima promove a preservação e a coexistência ambiental por meio da educação, principal agente de transformação social. A iniciativa integra as ações do governo do Estado desenvolvidas para a proteção da floresta amazônica, que servirão de referência ao mundo em 2025, quando Belém sediará a COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas). Com as ações da Política de Educação, o Estado amplia sua atuação e reforça a importância da juventude e da educação na manutenção do meio ambiente.
Em 2024, os mais de 500 mil estudantes das escolas da rede pública estadual de ensino passaram a dispor do componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima de forma obrigatória, desde o 1º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio.
A Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima promove o intercâmbio entre jovens sobre questões ambientais. Os projetos e ações dialogadas, no âmbito da sustentabilidade e clima, durante a CYC serão levados para a COP 30, que ocorrerá em novembro de 2025, na capital paraense.
A Seduc vem incentivando iniciativas de estudantes da rede pública estadual para apresentar sugestões à agenda climática. Foram submetidos à CYC cerca de 700 projetos de estudantes estaduais, incluindo seis projetos de escolas estaduais indígenas e seis de territórios quilombolas.Foto: Divulgação
“Esses projetos vão socializar as práticas que estão acontecendo nas escolas paraenses. E um dos principais objetivos da CYC é que haja essa socialização, essa troca de experiências entre os projetos locais e também nacionais e internacionais. É o momento de a gente divulgar essas boas práticas, e quem sabe servir de exemplo a outros estados e até países. A importância é, primeiramente, firmar esses projetos, solidificá-los, e potencializar para que sejam exemplos também para outras escolas da rede, e também em outras escolas do Brasil e do mundo”, reforçou Mauro Tavares, coordenador de Educação Ambiental na Seduc.
Serviço: O site cyc.seduc.pa.gov.br vai divulgar as informações sobre a 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima (CYC).