Comunidade LGBT recebe neste sábado serviços de saúde e cidadania
Mais de 300 pessoas devem ser atendidas neste sábado (17), às 10h, na Praça Waldemar Henrique, na Ação Cidadania LGBT, que as secretarias de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e de Saúde Pública (Sespa) e o Pro Paz promovem em alusão à 14ª edição da Parada do Orgulho Gay de Belém, marcada para domingo (18). Serão emitidas, gratuitamente, carteiras de identidade, de trabalho e social, além da segunda via da certidão de nascimento e casamento.
Esta é a terceira vez que a capital recebe o evento. “Municípios como Marabá e Parauapebas e o distrito de Mosqueiro já receberam a ação. Em breve, faremos o mutirão em São Miguel do Guamá”, diz a coordenadora de Cidadania e Direitos Humanos da Sejudh e do Projeto Cidadão, Carmem Paula. Segundo ela, além da emissão de documentos, a ação vai oferecer exames para verificação de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), distribuição de preservativos e uma vasta programação cultural. “Esse trabalho é muito importante porque aproximamos as pessoas. A secretaria busca o respeito com a comunidade LGBT”, diz.
Ainda entre os eventos que antecedem a 14ª edição da Parada do Orgulho Gay de Belém está o tradicional Torneio de Queimada, que também ocorre no sábado, às 14h, na Praça Waldemar Henrique. A parada deste ano – que espera a participação de 300 mil pessoas – tem novidades. O horário está mais cedo e o percurso, diferente. Com o intuito de dar cara nova ao movimento, os organizadores optaram por modificar alguns detalhes do evento.
Diversidade – “Queremos mostrar que o movimento está mais maduro, mais sério, com um ar de marcha. Diminuímos a quantidade de trios elétricos, por exemplo, e antecipamos o horário para que as pessoas nos olhem de outro jeito”, explica a representante da comissão organizadora, Duda Lacerda. A parada sai às ruas com o tema “Travestilidade e Transexualidade: minha vida, meu gênero, minhas regras, meus direitos”.
A saída está prevista para as 12h30, da Escadinha do Cais do Porto, na Estação das Docas. De lá, segue pela Avenida Presidente Vargas, dando a volta na Praça da República, descendo pela Avenida Assis de Vasconcelos até a Praça Waldemar Henrique, local onde será montado um palco para as atrações culturais programadas. A programação segue até às 19h.
O tema do evento este ano é um dos mais discutidos entre a comunidade LGBT. “Este é um tema que está muito visível. Temos vários exemplos em evidência, como o caso da Tammy Miranda, que iniciou o processo de transexualidade”, explica Duda Lacerda. A Parada do Orgulho Gay é promovida pela organização não governamental (ONG) Cidadania, Orgulho e Respeito (COR), Grupo Homossexual do Pará, Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais da Amazônia e Rede Jovens Mais Pará, em parceria com o Governo do Pará, por meio da Sejudh, Pro Paz, Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Fundação Cultural do Pará (FCP).
Conquistas – A semana é de avanços na garantia de direitos para a comunidade LGBT. Começou a funcionar em Belém, graças a uma parceria entre Sespa e Sejudh, o primeiro Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais da região Norte. O espaço oferece ao público de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais serviços, previamente agendados, com psicólogos, enfermeiros, fonoaudiólogos, técnicos de enfermagem, nutricionistas e endocrinologistas.
Além disso, no fim do ano passado, o Governo do Estado lançou a carteira de nome social para travestis e transexuais, que lhes assegura o direito de serem reconhecidos pelo nome com o qual se identificam. O documento é válido para tratamento nominal nos órgãos e entidades do Poder Executivo do Pará. O direito foi assegurado pelo Decreto nº 726, publicado no último mês de maio, no Diário Oficial do Estado.
