Arranjo produtivo local de biocosméticos vai impulsionar produção
O Seminário de Cosméticos de Base Florestal da Amazônia foi iniciado com um momento histórico: a formalização do Arranjo Produtivo Local (APL) de Biocosméticos do Pará, por representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Fiepa, Sebrae, Codec e Sinqfarma. O APL de Biocosméticos é considerado pela Sedeme como uma referência que vai guiar o trabalho do Núcleo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento de APLs (Neapl), e se alinha à filosofia de verticalização da produção incentivada pelo órgão que assiste o setor produtivo do Pará.
O Governo do Estado vem dando atenção especial ao desenvolvimento de cadeias produtivas em que o Estado demonstra vocação, em uma estratégia de aproveitar as potencialidades da região. É dentro desta filosofia que a cadeia da biodiversidade foi elencada como uma das doze a serem trabalhadas no Plano de Desenvolvimento Econômico do Pará, o Pará 2030, que tem como objetivo equiparar indicadores socioeconômicos estaduais, como o PIB per capita, às médias nacionais. Na opinião de Adnan Demachki, titular da Sedeme, o trabalho desenvolvido pelas empresas que fazem parte do APL de Biocosméticos se enquadra à filosofia econômica do Governo do Estado.
“O desejo do Estado é que ampliemos as atuais indústrias, implantemos outras e possamos efetivamente explorar de forma sustentável os produtos da nossa biodiversidade, agregando a maior marca do mundo que detemos, que é a Amazônia”, disse o secretário”, disse Demachki.
Com a oficialização do APL de Biocosméticos, as empresas e produtores do setor terão oportunidade de vislumbrar entrada em mercados de outros Estados e países com maior facilidade. Para a vice-presidente do Sinqfarma, Fátima Chamma, começa agora um novo tempo. “É só o começo de uma semeadura de tempos atrás. Começamos pequenos, buscando, pedindo apoio ao Sebrae, depois constituímos um sindicato e hoje, como sindicato e empresa, afirmo que essa conquista é fundamental. Tudo isso traz confiança para o empresariado, que vê o Estado e o Sebrae se aproximando”, disse.
Para Sônia Busman, da empresa Juruá, a criação do APL representa uma vitória para quem há anos acreditou no potencial amazônico. Ela conta que a empresa começou a partir da iniciativa do avô, que era farmacêutico e veio da Itália para o Brasil refugiado da Segunda Guerra. Ao se deparar com a diversidade amazônica, ele passou a experimentar. Sua filha, mãe de Sônia, foi quem começou com os empreendimentos comerciais, dando início a um negócio familiar. “Para nós que trabalhamos no setor é uma vitória importante. A Amazônia é conhecida em todas as partes, mas normalmente as pessoas vêm para cá, pegam o que querem e não deixam nada. Agora acreditamos que vamos crescer juntos. Nossos produtos são autênticos”, disse ela.
O diretor de Mercado e Atração de Negócios da Sedeme, Aldryn Começanha, afirma que o APL de Biocosméticos servirá como um guia para o Neapl. “Este é um segmento que busca institucionalização há mais de dez anos. Com esse ato o governo formalizou a criação deste APL, e isso permitirá que este segmento ganhe uma voz uníssona. Políticas públicas serão criadas especificamente para seu funcionamento. O mais importante: este APL visa o mote principal da Sedeme: a verticalização da produção. Enquanto isso não acontecer, os índices socioeconômicos do Pará seguirão na mesma. O APL de Biocosméticos será uma referência”, frisou.
As empresas que participam do APL e estão representadas no seminário são: Chamma da Amazônia, Aromas da Amazônia, Juruá, Amazon Florestal, Natura, Amazon Oil, Yara, Anil Cosméticos e Phebo-Granado. O seminário, que segue programação nesta quarta-feira, visa produzir conhecimento visando maior competitividade para a cadeia produtiva de cosméticos paraense, com o compartilhamento do que há de mais novo em recursos nas áreas de ciência e tecnologia.