Letramento matemático e inclusão são destaques em simpósio da Uepa em Conceição do Araguaia
O desafio de garantir que todos tenham acesso a esse conhecimento, principalmente aqueles que enfrentam barreiras, como deficientes auditivos, estará em discussão
Você consegue imaginar o que é letramento matemático? Ele te ajuda a entender que a matemática não trata apenas da resolução de equações ou memorização de fórmulas, mas envolve a compreensão e a aplicação conceitos matemáticos de forma prática no mundo. Por isso, o letramento matemático é essencial para que as pessoas possam resolver problemas da vida real e atender às suas necessidades diárias, seja no trabalho, em casa ou em situações cotidianas, como, por exemplo, monitorar receitas e os gastos pessoais. Em um mundo cada vez mais complexo, essa habilidade se torna essencial, pois permite que indivíduos sejam mais autônomos e participativos na sociedade.
Mas, ainda persiste o desafio de garantir que todos tenham acesso a esse conhecimento, principalmente aqueles que enfrentam barreiras significativas, como deficientes auditivos. É nesse contexto que o letramento matemático ganha destaque e se torna tema do I Simpósio de Ensino de Matemática (Semat), promovido pelo curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que será realizado no Campus VII da Uepa, em Conceição do Araguaia, entre os dias 28 e 30 de agosto.
Durante os três dias de programação, pensada a partir dos temas das pesquisas de Trabalho de Conclusão de Curso dos discentes do 4° ano de matemática, os participantes poderão assistir a palestras, participar de mesas redondas e minicursos, além de acompanhar a apresentação de projetos de qualificação. Um dos destaques da programação é o minicurso 'O Ensino de Matemática para Surdos', ministrado pelo professor Leandro Ferreira, do Instituto Federal do Pará (IFPA) e pelo aluno da Uepa, Diego Vasconcelos.
Leandro explica que a inclusão do minicurso surgiu da “necessidade urgente de promover uma educação verdadeiramente inclusiva, onde todos os alunos, independentemente de suas características, tenham acesso equitativo ao conhecimento”. "Durante minha trajetória como educador, percebi que a matemática, embora essencial para o desenvolvimento cognitivo e para a vida prática, muitas vezes apresenta barreiras significativas para alunos surdos, que são frequentemente subestimados ou deixados à margem do processo educacional tradicional", destaca.
De acordo com o professor, o letramento matemático, especialmente no contexto da educação inclusiva, vai além do ensino de fórmulas e números. “Para pessoas com surdez, a matemática pode se tornar uma linguagem universal que ultrapassa as barreiras da comunicação verbal”. O professor ainda explica que “quando ensinada de maneira acessível, utilizando-se de recursos visuais, libras e metodologias adequadas, a matemática pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão social, capacitando alunos surdos a alcançarem seu pleno potencial acadêmico e profissional”.
Além de garantir o acesso ao conhecimento, o simpósio tem o intuito de promover o diálogo entre as instituições de nível superior e a educação básica, contando com a participação de profissionais de outras instituições, como o Instituto Federal do Pará (IFPA), professores da educação básica da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec) e da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), além de professores formadores da Uepa. As inscrições para o evento já estão abertas e os interessados em participar podem se inscrever neste link.
Texto: Alanny Alves, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Guaciara Freitas, jornalista - Ascom/Uepa