CCBS/Uepa realiza Encontro de Saúde Digital, em Belém
A pandemia de covid-19 transformou a área da saúde e impulsionou a consolidação da telemedicina, chegando até às regiões remotas do país
Promover maiores avanços na área da saúde digital é o objetivo do Encontro de Saúde Digital CCBS/Uepa e Telessaúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizado no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), dias 19 e 20 de agosto, quando recebe a visita técnica da equipe da UFSC para compartilhar iniciativas e experiências entre os núcleos de Telessaúde. A programação pode ser acompanhado por meio do link.
Durante o evento, são discutidos e apresentados de forma prática o desenvolvimento do projeto Saúde Digital CCBS/Uepa e o de Telessaúde/UFSC, a integração do sistema de Prontuário Eletrônico do Cidadão do Sistema Único de Saúde (PEC/E-SUS) nos atendimentos e a implantação do Projeto Saúde Digital nos municípios. Os núcleos de telessaúde trabalham alinhados aos princípios do SUS e às políticas públicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MS). A Telessaúde é uma estratégia que utiliza as tecnologias de informação e comunicação para ampliar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde, conectando profissionais e pacientes a distância.
Desenvolvido pela Uepa e aprovado pelo MS, o "Saúde Digital" é um projeto de atendimento on-line à população e de capacitação de profissionais de saúde para todo o Pará. Lançado recentemente no estado, no último mês de maio, o projeto já promoveu diversas webpalestras educativas e teleconsultas, como as realizadas em junho, com pacientes no Quilombo Boa Vista, zona rural do município de Oriximiná, no oeste paraense.
"Durante os dois dias, a UFSC nos mostra como funciona o sistema de telessaúde e teleducação dentro do estado de Santa Catarina, para que a gente possa absorver isso e transportar para o nosso estado essa experiência. Com este compartilhamento, eles trazem a experiência deles e nós mostramos a nossa, ou seja, na realidade vamos somar forças no sentido de que possamos ampliar as ações de saúde e educação dentro do contexto da Amazônia", disse o coordenador do projeto Saúde Digital da Uepa, o médico e diretor do CCBS, Emanuel Sousa.
O Núcleo Telessaúde da UFSC existe desde 2007, quando foi escolhido pelo Ministério da Saúde (MS) para ser um dos nove núcleos piloto do Projeto Telessaúde Brasil. Desde então, expandiu sua atuação, sempre acompanhando as indicações do MS. Atualmente, desenvolve ações de teleducação, teleconsultoria, teleatendimento, telediagnóstico e Segunda Opinião Formativa (SOF) aos profissionais da Atenção Primária à Saúde, com 100% de cobertura aos municípios catarinenses.
Maria Cristina Marino Calvo, professora da UFSC e coordenadora do Telessaúde UFSC, explica que recentemente, consideraram que uma grande contribuição do núcleo seria compartilhar as experiências com núcleos estratégicos para o Departamento de Saúde Digital (DESD/MS). "Estamos visitando o Núcleo de Saúde Digital da Uepa e a Telessaúde da UFPA para trocar experiências, aprender com seus processos e oferecer apoio. Esperamos contribuir para o desenvolvimento das ações no território paraense. Os núcleos que nos recebem já desenvolvem ações em saúde digital, conhecem as necessidades de seu território e possuem equipes dedicadas a qualificar as ações de saúde disponibilizadas para sua população. Aí estão os ingredientes fundamentais para termos sucesso na parceria", ressaltou.
Emanuel Sousa destacou que o sistema de telessaúde do estado de Santa Catarina é pioneiro no Brasil, sendo um modelo de teleatendimento médico no país. "A Universidade Federal de Santa Catarina presta serviços para todo o Brasil na área da telessaúde, teleducação, telediagnóstico. "A UFSC está trazendo o que queremos implementar. Eles têm um estado pequeno, nós temos um estado gigantesco como o Pará, e absorvermos o que eles têm de conhecimento será fundamental para o projeto Saúde Digital em termos de assistência à saúde e educação, com maior acessibilidade para a população, evitando deslocamentos e garantindo qualidade nos serviços de saúde".
O encontro contou, na abertura, com a presença do Reitor da Uepa, Clay Chagas, e também reúne até esta terça-feira, 20, à tarde, representantes da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Ministério da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), do Colegiado de Secretários Municipais de Saúde do Estado do Pará (Cosems), das secretarias de saúde dos 27 municípios paraenses parceiros do projeto e demais entidades de classe. Outros interessados na temática da saúde digital podem entrar em contato através do e-mail [email protected].
Prioridade - A pandemia de covid-19 transformou a área da saúde e impulsionou a consolidação da telemedicina. Chegando até às regiões remotas do país, o avanço da telemedicina é significativo para a democratização do acesso à saúde. Tanto para o Ministério da Saúde quanto para o Fórum de cooperação econômica internacional G20, o Grupo de Trabalho de Saúde, presidido pelo Brasil, a saúde digital é prioridade. No Brasil, de janeiro de 2023 até junho/2024, de acordo com o programa SUS Digital foram realizadas 4,6 milhões de ações de telessaúde, incluindo teleconsultas como as do Quilombo Boa Vista, no Pará, teleconsultorias para médicos e outros profissionais da área e telediagnósticos.
Texto: Diane Maués (Ascom Uepa/CCBS)
