Marajó recebe última etapa do circuito Challenge de Mountain Bike
O município de Salvaterra, no Marajó, foi palco da última etapa do circuito de mountain bike realizado pela Associação Outdoor Challenge com apoio do pool de Secretarias do Governo do Estado e Prefeitura Municipal de Salvaterra. O primeiro resultado parcial aponta Edilson Kramer como campeão da prova Aruãs, de 75km, com tempo de duas horas e 40 minutos. No feminino, Tassya Brasil venceu a prova com tempo de 3h40. O resultado oficial do circuito será divulgado posteriormente pelo site da Seel (Secretaria de Esporte e Lazer).
As duas primeiras etapas do circuito foram realizadas nas cidades de Bujaru e Salinópolis, ambas na região Nordeste do Pará. O evento tem caráter esportivo, porém, com atrativos turísticos. A ilha de Marajó foi escolhida pela direção de prova devido às belezas naturais e os terrenos do percurso (item considerado ideal para os participantes que se preparam física e tecnicamente para a competição).
O circuito não acumula pontuação. Os vencedores de cada etapa levam para casa troféus e medalhas e a experiência de vivenciar e cruzar por trilhas naturais que causam sensação de qualidade de vida, saúde e integração com meio ambiente. A prova do Marajó foi realizada na manhã deste sábado, 28, com largada e chegada em frente à Pousada dos Guarás.
Sessenta e quatro atletas do Pará, Maranhão e Amazonas participaram da competição. Vinte e cinco se inscreveram na prova Aruãs, com percurso de 75 km, e 39 na prova marajoara, com percurso de 150 km. A largada ocorreu às 7h, em meio à festa dos participantes e seus familiares. Os dois percursos foram demarcados pela direção da prova durante várias semanas. Segundo Rubens Campos, diretor da Challenge, tudo foi idealizado com segurança, precisão e apoio de equipamentos eletrônicos de última geração. “O atleta precisa de equilíbrio, força e conhecimento na leitura de GPS. Do contrário pode se perder da trilha, mas a ideia é fazer com o atleta sinta a natureza do lugar e cumpra o percurso”, disse o diretor.
A trilha escolhida para as duas provas reúne vários ambientes. Os atletas cruzaram terrenos íngremes, areais, descida e as famosas “terruadas” formadas durante o período de estiagem na região. Também cruzaram por campos das fazendas e muitos búfalos, que são os animais que caracterizam a ilha e são conhecidos pela força. “Alguns fazendeiros usam até cerca elétrica para conter o avanço dos búfalos em áreas particulares”, lembrou Rubens Campos, durante Congresso Técnico, na noite anterior à realização da prova. “Vocês terão que ficar atentos a esses detalhes. Nós enfrentamos a dureza dos búfalos, pois eles derrubaram todas as bandeiras que deixamos para demarcar o percurso. Precisamos trocar as bandeiras por fitas adesivas”, contou Rubens na noite do Congresso.
Preparação - A diferença do ambiente marajoara agrega valor à competição. De acordo com a direção da prova, a ilha tem os aspectos pitorescos de quem busca adrenalina, qualidade de vida e amor ao esporte. Durante o Congresso Técnico, Rubens Campos lembrou que devido à dureza do Marajó o percurso foi reduzido em quase 60km da previsão inicial. “Tudo é mais difícil no Marajó. Logística, transporte e demarcação das áreas de prova, isso sem contar com a ação dos búfalos”, destacou. “Porém, essa dificuldade toda transforma a prova mais atrativa e mais veloz para quem tem vontade de enfrentar desafios”, completou.
Organização – Para realizar o evento a Associação Outdoor Challenge montou uma verdadeira força-tarefa que vai desde a prestação de serviços básicos como hospedagem, alimentação e transporte como o tratamento especial à segurança e atendimento médico de urgência e emergência. Nesta etapa do Marajó estiveram presentes homens do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual, agentes da Cruz Vermelha Brasileira e Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que disponibilizou um helicóptero para transporte imediato em casos de acidentes.
As parcerias mais destacadas pela organização do evento incluem a Seel. “A Seel foi mãe, pai, irmã de todo o evento. Sem a Seel não seria possível fazermos esta etapa no Marajó com tanto carinho e vontade de acertar em 100% o percurso e a participação de vocês”, disse Rubens Campos, destacando ainda o apoio da prefeitura de Salvaterra e suas Secretarias de Saúde e Turismo; a Secretaria de Comunicação Social (Secom), de Turismo (Setur), Companhia de Turismo (Paratur) e Arcon, que também ajudaram na organização do evento.
Para os atletas, a organização do evento foi o principal motivo que levou a participação. A maioria deles vem com a família, que também aproveita para curtir as belezas do Marajó. “Eu já conhecia a ilha de Marajó e quando soubemos que seria aqui decidimos trazer até o bebê para ver tudo de perto”, disse Marcia Cavalcanti, esposa do atleta Gildian Siqueira. A pedagoga Eliana Malato também estava ao lado do marido, o vigilante Teodoro Souza, 37, que correu a prova de 150km. “Acredito que o Governo do Estado está correto na hora em que incentiva um evento desse porte”, disse.
Outra participante da prova que adora o Marajó é Vera Serra, 44. Ela não se considera uma atleta profissional, mas gosta do mountain bike pelas atrações que a modalidade agrega, sobretudo no Marajó, onde clima, temperatura e meio ambiente são atrações naturais. David Chaves, do município de Capanema, e Fábio Batista de Castro, de Belém, também estavam animados com a prova. “Vamos tentar cumprir o percurso e seguir para outros desafios em outros lugares”, disse David Chaves.
Entre os favoritos da prova de 150km estavam os engenheiros amazonenses Jefferson Pereira e Cássio Stremel. Eles venceram as etapas de Bujaru e Salinópolis correndo em dupla. No Marajó, os dois tiveram que se separar porque as duas provas eram individuais. “Vamos manter uma estratégia de correr juntos quando for possível e tentar separar na reta final”, disse a dupla antes da largada.