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SEGURANÇA PÚBLICA

Policiamento com búfalos reforça segurança, turismo e a cultura no Marajó

Essa modalidade de policiamento, já instituída como patrimônio histórico-cultural de natureza imaterial do Pará, é única no mundo e reforça o alcance das ações de segurança

Por Giovanna Abreu (SECOM)
17/05/2024 11h02

Reconhecido em março deste ano como patrimônio histórico-cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, pela Lei nº 10.402/2024, o policiamento com búfalos feito pela Polícia Militar, além de potencializar as ações de segurança na Ilha do Marajó, reforça a cultura e o turismo na região. O apoio do animal, incorporado à cultura marajoara, valoriza a identidade da população local, ressalta Rosicleia Lima, moradora do município de Soure.

“Além de exaltar o nosso povo e nossa região, o policiamento com búfalos dá oportunidade para que os campos e fazendas possam ser atendidos também pela ronda montada. Foi muito louvável o reconhecimento dessa modalidade, que faz parte da nossa identidade marajoara. O policiamento montado chama a atenção não só de turistas, mas até dos próprios moradores da região”, reforça a moradora.

O policiamento com uso de búfalos existe há mais de três décadas, mas foi oficializado em 2021 pelo 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM), localizado em Soure, que tem um efetivo de aproximadamente 200 policiais. É o único Batalhão no mundo que adota esse tipo de policiamento. Com sete búfalos, o BPM tem 10 policiais exclusivos para esse policiamento, mas quase todos os militares sabem montar o animal, já que 80% são nascidos no arquipélago.

“É um policiamento totalmente adaptado às condições geográficas da região do Marajó Oriental. Uma região que, na época do inverno (período chuvoso na Amazônia), tem alagamentos. Com isso, a viatura e a moto não conseguem percorrer, e onde elas não conseguem, tanto o búfalo quanto o cavalo (outro símbolo marajoara) são meios de deslocamento do policial até áreas de difícil acesso”, explica a tenente-coronel Christine Pinheiro, comandante do 8º BPM, que abrange também os municípios de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari.

Turismo - De quinta-feira a domingo, os militares vão com os animais até o porto de Soure receber turistas de outros estados do Brasil e de diversos países, que procuram o Marajó também para ver de perto o policiamento inusitado e registrar com selfies esses momentos ao lado do animal, de origem asiática.

“Os búfalos são um grande atrativo da Ilha do Marajó, que tem o maior rebanho bubalino do Brasil. Com esse reconhecimento, essa valorização, os turistas vão se interessar ainda mais em conhecer e passear nos búfalos, e assim gerar mais renda para o Marajó de forma sustentável, garantindo o desenvolvimento do turismo em equilíbrio com o meio ambiente”, afirma o secretário-adjunto de Turismo do Pará, Lucas Vieira.

Búfalos – Na região há quatro raças de búfalos: Jafarabadi, Murrah, Mediterrâneo e Carabao. O animal, que costuma pesar, em média, 590 quilos, consegue se locomover em terrenos e áreas alagadas, devido à força e tração das patas. Soure é banhada por rios, por isso tem muitas áreas de difícil acesso, limitando o alcance de motocicletas e viaturas operacionais em algumas ocorrências.

Os animais são treinados em áreas alagadas pelos policiais nativos. Quando o búfalo chega à fase adulta, e alcança um bom desempenho nos treinos, se torna apto às ações com os policiais militares. Após o policiamento, os animais são levados para um sítio próximo ao Batalhão, onde descansam e se alimentam, podendo ficar imersos em áreas alagadas para resfriar o corpo.