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SAÚDE E INCLUSÃO

Com Natea/CIIR, Governo do Pará promove mais de 90 mil atendimentos às pessoas com TEA

Por Pallmer Barros (CIIR)
26/01/2024 09h46

Em três anos, são exatos 91.432 atendimentos conduzidos pelo Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), em funcionamento no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém. O quantitativo contabilizado de janeiro de 2021 a dezembro de 2023, abrange atendimentos de enfermagem, serviço social, terapias individualizadas, terapias em grupos, acolhimentos e demais serviços oferecidos pelo Núcleo. 

Um serviço multiprofissional auxilia no desenvolvimento de usuários com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por meio de práticas baseadas em evidências científicas. O Natea/CIIR é um dispositivo de saúde público idealizado pela Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa), vinculada à Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), e funciona dentro da linha de reabilitação intelectual, atendendo paraenses a partir de três anos de idade. 

De acordo com Sâmilly Batista, coordenadora assistencial, o Plano Terapêutico do usuário é montado de acordo com as demandas pontuadas pela família, observadas no dia a dia e por meio do processo de avaliação da equipe multiprofissional, composta por profissionais de educação física, fonoaudiólogos, terapeutas ABA, terapeutas ocupacionais, psicólogos, musicoterapeutas e psicopedagogos.

“Todo usuário, ao chegar no Natea, passa por uma avaliação inicial junto à equipe de acolhimento e a partir do resultado de avaliação e discussão de caso, é montado um plano terapêutico individualizado para este usuário, com uma agenda de terapias a serem realizadas, com carga horária de acordo com as demandas de cada caso”, detalha a gestora. 

Regina Duarte celebra a evolução do filho com suporte do Natea

Desta maneira, são traçadas metas e objetivos terapêuticos dentro do plano de intervenção para o ciclo de atendimento que dura em média seis meses. “Após este ciclo, o usuário é reavaliado pela equipe para acompanhar a sua evolução e traçar novas metas terapêuticas podendo ocorrer a transição de cuidados ou alta, se for o caso”, pondera Sâmilly Batista. 

Suporte - O acompanhamento terapêutico é trabalhado no atendimento centrado na pessoa e é baseado em práticas com evidências científicas. “Então, a terapia ABA (Applied Behavior Analysis, em inglês, e pode ser traduzido para o português como Análise do Comportamento Aplicada), hoje, é considerada a intervenção com maior evidência para o tratamento de autismo, quando a gente pensa em intervenção terapêutica”, explica a coordenadora.

Para tanto, realiza-se aplicação dos programas de ensino de maneira individualizada levando em consideração as particularidades de cada reabilitando. “Por isso, nas terapias estruturadas, o usuário é atendido de maneira um para um, com a presença do aplicador (ABA) sob supervisão do terapeuta ABA”, esclarece Sâmilly Batista e salienta que além da terapia ABA, existem outras sete especialidades que compõem o quadro de serviços terapêuticos, tais como, a Terapia Ocupacional Convencional; Atividade de Vida Diária (AVD); Integração Sensorial (IS); Psicomotricidade; Psicopedagogia; Fonoaudiologia e a Musicoterapia. 

Além destas, à disposição tem a modalidade de atendimento de grupos de habilidades sociais voltada para o treino de repertório social que incentiva a conversação, interação social e generalização de repertórios sociais.

“Há as Oficinas Terapêuticas, o Grupo de Habilidades Sociais e o Programa de Habilidades Funcionais dentro da ‘Casa Funcional’, conduzidas por psicólogos e terapeutas ocupacionais, que são modalidades de atendimento que treinam as habilidades de autocuidado, interações sociais e atividades diárias como, por exemplo, o uso dos utensílios domésticos até a realização de higiene pessoal, de acordo com a faixa etária do usuário, do nível de suporte e das potencialidades do usuário”, complementa Sâmilly Batista.

Sendo o usuário de número seis entre os mais de 90 mil atendidos desde a inauguração do Natea, Nicolas Duarte, de 12 anos, contabiliza ganhos significativos de desenvolvimento que a mãe, Regina Duarte, 49 anos, destaca com entusiasmo e brilho nos olhos.

“Durante estes anos, ele evoluiu em atitudes como um simples cortar objetos com a tesoura. Hoje, consegue escrever as palavras que antes não sabia. A Musicoterapia trouxe a ele a identificação dos sons e, agora, até gosta de dançar! A terapia ABA me ajudou muito na questão do comportamento; de identificar o porquê ele reage de tal forma, principalmente, agora na adolescência em que está iniciando a fase de euforia e descobertas. Portanto, o ABA me ajudou a identificar esses pontos no Nicolas que eu não tinha antes com ele”, pontua a genitora. 

Samilly Batista, coordenadora Assistencial, destaca as práticas baseadas em evidências científicas como forma principal de suporte terapêutico

Nateas - Para descentralizar o serviço e expandi-lo, oportunizando ainda mais o atendimento aos paraenses nos 144 municípios, o Governo do Pará pôs em pleno funcionamento Nateas pelo interior, como em Capanema e Tucuruí. Estão em obras unidades nos municípios de Marabá, Altamira, Santarém e em Breves, no arquipélago do Marajó. Após essas unidades serem inauguradas, o Estado proporcionará ao todo sete Nateas à população.

Centro de Formação – Para manter um serviço de qualidade, o Governo do Pará inaugurou no fim de 2023, o Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea). Situado em Belém, com dois pavimentos, o equipamento público tem capacidade para atender mais de 300 usuários da rede pública de saúde com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), na faixa etária a partir de 2 anos.

Com o intuito de mesclar entre a oferta à assistência baseada em critérios científicos e servir, também, de laboratório para formação profissional especializada - sendo o primeiro laboratório de formação profissional para o autismo no Brasil -, o Governo investiu cerca de R$ 3,3 milhões para a efetivação do projeto. 

Política pública ao TEA – Este dispositivo público está inserido em uma série de iniciativas do Governo do Pará, viabilizadas pela Lei nº 9.061/2020, referente à Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Peptea), que foi sancionada pelo governador Helder Barbalho, em maio de 2020, e a legislação também criou o Sistema Estadual de Proteção dos Direitos dos Autistas, que ampara o mapeamento referente às demandas de pessoas com autismo, no Pará.

Atendimento - Para obter acesso aos serviços do Natea, o usuário precisa ser encaminhado por meio de Unidade Básica de Saúde (UBS) do município onde reside, que será acolhido pela Central de Regulação, que por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR/Natea é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.