Adepará orienta produtores sobre a regularização de agroindústrias artesanais no Marajó
Falta de regularização dos estabelecimentos ainda representa entrave no acesso aos mercados consumidores
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) orientou os produtores artesanais de itens tanto de origem animal quanto vegetal, com origem nos municípios de Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari, reunidos no II Festprom - Festival de Produção Marajoara, realizado nesse fim de semana no município de Salvaterra, no arquipélago do Marajó.
Em uma das palestras foi abordada a regularização de agroindústrias artesanais. A fiscal agropecuária e gerente de inspeção e classificação vegetal, Joselena Tavares, reforçou que produção no arquipélago é abundante, porém, a falta de regularização dos estabelecimentos dificulta o acesso aos mercados consumidores. Na ocasião, Tavares apresentou as etapas para a obtenção do registro de produto artesanal, uma política de inclusão de pequenos produtores desenvolvida pela Agência.
"Podemos afirmar que quem recebe o selo artesanal é privilegiado, pois acessa o serviço de inspeção de qualidade executado atualmente em nosso estado. Contamos com uma variada gama de produtores, desde indústrias até os pequenos produtores que, ao longo do ano, elaboram apenas alguns quilos de seus produtos. Essa iniciativa representa uma política de inclusão e de geração de renda, essencial para sustentar as famílias que vivem no campo. A Adepará trabalha arduamente para implementar, fortalecendo assim as comunidades rurais ", explicou.
Produtores - De acordo com a Adepará, sete produtores do arquipélago já são regularizados e seguem as normas higiênico sanitárias previstas em lei, Eles recebem a inspeção rotineira da Agência, o que garante um produto seguro e de qualidade para o consumidor.
O pequeno produtor Niceno Figueira produz doce de leite de búfala em Salvaterra, e ainda está em busca das adequações necessárias para conseguir o registro no órgão. Ele conta que iniciou a construção da fábrica, mas com o surgimento da pandemia do coronavírus, as vendas caíram.
“Tudo dobrou de preço e as vendas diminuíram porque o movimento de turistas na ilha reduziu. Agora, com as vendas voltando, posso sonhar em terminar a fábrica para poder alcançar o mercado da capital“, diz o produtor.
Na área vegetal, são seis agroindústrias de polpas de frutas e uma Casa de Farinha registradas. A Cooperativa de Agricultores e Agricultoras Familiares de Salvaterra (CAFAS) é um desses estabelecimentos registrados na Adepará. A fábrica, que fica localizada na comunidade de Maruacá, produz 300 quilos de polpa por dia.
Em 2012, a cooperativa deu seus primeiros passos como uma pequena agroindústria e, desde 2018, conta com o reconhecimento oficial da Agência. Composta por 21 cooperados, a maioria mulheres, a organização rapidamente conquistou a confiança do mercado local ao obter o Selo Artesanal. Hoje, fornece alimentos não apenas para a comunidade local, mas também para a merenda escolar em diversos municípios no arquipélago.
"Desde 2018, estamos dedicados ao processamento de frutas. Com o nosso registro, agora podemos comercializar nossos produtos em todo o estado. Além disso, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), temos o privilégio de fornecer polpas de frutas para a merenda escolar em municípios como Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari. Essa conquista nos enche de orgulho", destaca Isabel Silva, presidente da Cafas.
Para expandir a produção, as cooperadas desejam adquirir uma câmara fria para aumentar o armazenamento dos produtos.
“Atualmente, nossos produtos são armazenados em freezer. No entanto, com a aquisição da câmara fria, estamos confiantes de que conseguiremos aumentar consideravelmente nossa capacidade diária de processamento de frutas”, revela Isabel.