Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
MEIO AMBIENTE

'Diálogos' começa a levar a voz e as demandas da Amazônia além de suas fronteiras

O evento é o início da preparação para a COP 30, a conferência sobre mudanças climáticas, e coloca o bioma amazônico e sua população no centro dos debates

Por Carol Menezes (SECOM)
04/08/2023 23h35

Autoridades na abertura do “Diálogos Amazônicos”, primeiro grande evento internacional na região após 14 anosDe sexta-feira (4) até domingo (06), Belém sedia a programação “Diálogos Amazônicos”, o primeiro grande evento internacional na capital paraense nos últimos 14 anos, desde a última reunião da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O evento reúne iniciativas da sociedade civil com o objetivo de formular novas estratégias para a região.

Danças tradicionais na abertura do evento As atividades, que ocorrem no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, foram abertas oficialmente na noite de hoje (4), diante de autoridades dos governos federal e estadual, e milhares de participantes. O evento é preparatório à 30ª Conferência das Partes (COP 30), que trata sobre mudanças climáticas, e será realizada na capital paraense em 2025.

“Diálogos Amazônicos” é um evento que integra a programação da Cúpula da Amazônia, que ocorrerá nos dias 8 e 9, também no Hangar, e seus resultados serão apresentados por representantes da sociedade civil aos líderes reunidos na Cúpula. São esperados todos os presidentes dos países que compõem a OTCA - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A atriz e cineasta paraense Dira Paes falou na abertura, em meio a danças apresentadas por povos tradicionais.Governador Helder Barbalho: é preciso "ouvir as vozes do nosso povo"

Ainda na solenidade de abertura, o governador Helder Barbalho (MDB) recebeu de duas indígenas uma pintura. Ele estava acompanhado da vice-governadora Hana Ghassan; do ministro das Cidades, Jader Filho; do ministro do Turismo, Celso Sabino; do senador Beto Faro; da deputada federal Elcione Barbalho; do presidente da Assembleia Legislativa do Pará, deputado Francisco Melo (Chicão) e da primeira-dama do Estado, Daniela Barbalho. O governador ressaltou que é motivo de orgulho Belém ser, em 2025, a capital do mundo nas discussões sobre mudanças climáticas.

“A partir do ‘Diálogos Amazônicos’ chamamos a todos aqueles que debatem a Amazônia e falam sobre nós para que possam, com os pés no chão, ouvir as vozes do nosso povo, conhecer um povo lutador e que deseja ser escutado na construção de uma sociedade melhor; uma região sustentável, próspera a partir da integração do maior bioma tropical do planeta aos seus 30 milhões de habitantes. Que tenhamos propostas e ideias que cheguem a todo o planeta”, afirmou Helder Barbalho.

Ministra Marina Silva: expectativas da sociedade serão apresentadas aos participantes da Cúpula da AmazôniaEsperança - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva agradeceu ao governador pela recepção e por propiciar o espaço para um encontro tão importante. “Faz 14 anos que os países que compõem a OTCA não se reuniam. Agora, estamos aqui após tempos de ameaça à democracia, às políticas públicas e tudo o mais que permite a defesa da justiça social, do meio ambiente e dos direitos humanos, para que todos os segmentos possam fazer esse diálogo e apresentar aos presidentes da República quais são as expectativas da sociedade brasileira para aqueles que vão compor a Cúpula da Amazônia. Daqui teremos uma declaração, e há uma expectativa muito grande que seja uma declaração de esperança”, disse a ministra.

Cacique Raoni: voz em defesa da floresta e dos povos tradicionaisO cacique Raoni, 93 anos, liderança da etnia Kaiapó, cuja voz há décadas ecoa pelo planeta em defesa da natureza, foi aplaudido de pé pelo público. “Isso é a minha luta: a defesa da floresta. Somos os primeiros habitantes do Brasil. Portugueses não descobriram; eles invadiram o Brasil. Até hoje o homem branco é nosso inimigo porque não nos ajuda; são contra os povos indígenas”, disse o cacique.