Recuperação de pastagens degradadas no Pará é tema de reunião de trabalho na Sedap
Com a participação dos representantes das instituições que participam do Plano Estadual Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC+), foi realizado nesta terça-feira (01), o Workshop Impactos da Recuperação de Pastagens Degradadas no Pará(RPD). A programação ocorreu no auditório da sede da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Além das explanações sobre os avanços, também foram coletadas contribuições para o desenvolvimento de recomendações para execução do Plano.
A reunião de trabalho foi fruto de uma parceria entre a Sedap com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o Grupo de Políticas Públicas (GPP), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) e com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O RPD é uma das tecnologias trabalhadas pelo Plano Nacional ABC+ e que estão elencadas no plano estadual. A prática aumenta o estoque de carbono, e permite maior infiltração e armazenamento de água, por meio do aumento na quantidade, distribuição proporcional, profundidade e decomposição de raízes ao longo do perfil do solo. Reduz a erosão e aumenta a capacidade adaptativa a secas prolongadas.
O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Giovanni Queiroz, que coordena a política de ABC, abriu e acompanhou toda a programação. Durante o pronunciamento que marcou o início dos trabalhos, ele disse que investir em ações de seqüestro do carbono é de grande importância para a manutenção da agricultura e pecuária sustentáveis.
“O Plano ABC+ implica em práticas agrícolas e da pecuária que importem em melhor sequestro de carbono e fixação desse carbono e menor emissão de gases; aqui está sendo realizada a explanação de uma pesquisa feita em nível nacional e também voltada para a nossa região do Pará e do Amapá; são dados de levantamento que mostram que temos um ganho extraodinário nessa fixação de carbono, seja no sistema agropastoril ou tradicional, seja em solo ou na pastagem; nós temos vários modelos de melhoria da produtividade e do ganho social, que representam um ganho efetivo de seqüestro de carbono”, avaliou o secretário.
Essa iniciativa, como explicou o gestor, é um estudo de apoio ao Plano ABC Pará. Ele observou que a Sedap tem um grupo de trabalho, cujo trabalho recebe o apoio da ONU. “Vem ao encontro de um desejo nosso de trabalharmos nessa linha de produtividade, de ganho social e econômico para o país e para a sociedade como um todo e também um ganho em nível mundial, que é o seqüestro de carbono”, frisou o titular da Sedap.
Subsídio- A coordenadora do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+ Pará, Heloísa Figueiredo, que é engenheira agrônoma da Sedap, disse que esse estudo apresentado durante a reunião de trabalho e outros que virão, subsidiarão o estado na formulação de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável.
Essa iniciativa, segundo ressaltou a engenheira agrônoma, é um apoio ao Plano ABC+ estadual, que recomenda, entre as tecnologias propostas, a Recuperação de Pastagens Degradas. Esse sistema de produção sustentável, como observou a coordenadora, está elencado no Plano Nacional de Agricultura de Baixo Carbono. Para alcançar as metas apresentadas no plano nacional como repassou Heloísa Figueiredo, os estados formulam as suas propostas estaduais de agricultura de baixo carbono.
“Esse e outros estudos que estão por vir, trarão subsídios para as nossas ações, para a Sedap enquanto coordenadora do Plano ABC estadual e enquanto Secretaria de Desenvolvimento Agropecuária do Estado, que carrega essa missão para que ela possa formular estratégias, formular política públicas alinhadas com a realidade”, sintetizou a coordenadora do Comitê Gestor.
Recuperação- A coordenadora de fomento, promoção e relações institucionais da coordenação geral de mudanças climáticas e agropecuária conservacionista do Ministério da Agricultura (Mapa), Andreia de Oliveira Gerke, disse que a ideia é trabalhar uma das tecnologias preconizadas pelo plano ABC, que é recuperação de pastagens degradadas e fazer uma projeção dessa política para 2030. “Para a gente ver o que de bom essa adoção de tecnologia traz não só do ponto de vista agropecuário, mas do ponto de vista de políticas macroeconômicas para o Brasil”, observou.
Especificamente em relação ao Pará, como frisou a coordenadora, já há iniciativas próprias e políticas estaduais que convergem com o Plano ABC.
“É importante fazer esse sinergismo de políticas para que a gente consiga realmente efetivar a adoção dessas tecnologias. E o Pará é importante, primeiro pelo tamanho do estado e pela importância também no cenário agropecuário. É importante a recuperação de pastagens degradadas porque aqui há muita produção pecuária, então isso importa muito para o estado do Pará”, ressaltou representante do Mapa.
Representantes de diversas instituições participaram da programação, entre os quais, da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia(Sedeme), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Superintendência Federal da Agricultura (SFA) do Ministério da Agricultura, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri).