Estudantes da rede estadual constroem foguetes utilizando material reciclável
Protótipos foram apresentados pelos estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Oneide de Souza Tavares, em Ananindeua
Como atividade pedagógica, estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Oneide de Souza Tavares, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, construíram foguetes a partir de garrafas pet. Os protótipos foram apresentados pela comunidade escolar nesta quinta-feira (22) durante o “Primeiro Festival de Lançamentos de Foguete: garrafa PET no espaço”, cujo objetivo foi divulgar e estimular o interesse dos estudantes por atividades aeroespaciais por meio de metodologia lúdica.
''Esse evento foi pensado justamente porque nós verificamos que havia vários professores realizando esse trabalho já nas escolas, junto aos seus alunos e, eles não tinham uma forma de mostrar, de dar visibilidade, a não ser dentro da própria escola. Então, decidimos conversar, verificar, e abrimos a inscrição para que as escolas pudessem mostrar o trabalho que eles estão desenvolvendo. Em um primeiro momento, o projeto é restrito ao município de Ananindeua, porque não temos ainda aquele espaço ideal para fazer esses lançamentos'', destacou Giselle Bezerra, coordenadora do Núcleo de Tecnologia Educacional da Seduc (NTE), em Ananindeua.
A programação contou com palestra explicativa sobre a construção e lançamento dos foguetes feitos com material reciclável, seguida do lançamento dos protótipos construídos pelos próprios estudantes, o que ocorreu no pátio da escola. Alguns protótipos chegaram a alcançar até 100 metros de altura e aguçaram ainda mais a curiosidade dos estudantes, que puderam observar os efeitos da física de forma prática.
''O meu grupo trabalhou bastante para que a gente possa alcançar o objetivo de lançar o foguete que, por trás disso tudo, tem toda uma mecânica bem diagnóstica em questão da ciência e da física, então foi muito especial para mim poder participar de tudo isso. Fora que o material é reciclável, então, além de ajudar o meio ambiente, ele preserva e é reutilizável. Então gostei muito dessa parte'', disse Rosieli Lopes, aluna do primeiro ano do Ensino Médio da escola.
A mesma opinião foi compartilhada pelo estudante Diego Gomes, também aluno do primeiro ano do Ensino Médio, que ficou satisfeito com os resultados da turma. ''Creio que tenha sido uma experiência muito boa para mim, tenho certeza que esse dia em específico vai ficar marcado porque tenho muita dedicação em ter conhecimento sobre essas coisas. Então, lançar um simples foguete pra mim é algo muito inovador, já que essa atividade não foi só um simples lançamento, mas sim uma aula de certa forma. Então, sei que o que aprendi hoje vou usar muito no decorrer da minha vida'', contou ele.
Além de estimular o interesse dos jovens por ciência e astronomia, a jornada leva a teoria para a prática em sala de aula de forma lúdica. ''Projetos dessa natureza, ao meu ver, têm dois pontos fundamentais. O primeiro deles é que colocam o aluno como protagonista da situação de ensino e aprendizagem, ao qual muitas vezes a gente, em sala de aula, não tem essa oportunidade. E a segunda coisa que acho importante é fazer com que esse projeto estabeleça uma conexão entre o que se estuda na escola e o mundo fora da escola. Estudar temas que envolvem física, ciências de maneira geral, tecnologia aeroespacial, e a escola abre margem para que o aluno possa perceber qual é a importância dele estar na escola e que a escola é um espaço que o prepara não só para esse ambiente específico, mas pra vida dele fora daqui '', disse o professor Sérgio Bezerra, que participa do projeto.
Ao final, os alunos foram certificados e premiados com medalhas para os melhores lançamentos. Agora, a ideia é realizar novos lançamentos, em breve. A iniciativa pedagógica foi uma ação idealizada pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Ananindeua (NTE Ananindeua), por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), com intuito de fomentar a aprendizagem dos diferentes componentes curriculares e campos do saber envolvidos nas referidas áreas.
Com colaboração de Clayton Santos e Igor Oliveira (Ascom Seduc)