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Hospitais devem notificar todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/04/2018 00h00

Os hospitais têm obrigação de notificar todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) às secretarias municipais de saúde; colher amostra de secreção de nasofaringe do paciente para pesquisa de vírus respiratório e encaminhar ao Laboratório Central do Estado (Lacen-PA). Também devem iniciar o tratamento com o antiviral Oseltamivir (Tamiflu) nas primeiras 48 horas preferencialmente. O alerta é da chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Fátima Chaves. Ela informa que as instituições hospitalares não estão cumprindo o que preconiza a Nota Técnica 01/2018 emitida pela Sespa, no mês de janeiro deste ano e distribuída a todas as Secretarias Municipais de Saúde.

A falta de coleta de material biológico para o exame dificulta o trabalho da Vigilância Epidemiológica que fica sem informação sobre os tipos de vírus respiratórios  circulando no Estado. “Identificar o vírus é fundamental para direcionar as ações do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde”, afirmou a chefe da DVE.

Fátima informou que até a 15ª Semana Epidemiológica (SE) de 2018, foram notificados 179 casos de SRAG no Pará, sendo a maioria das notificações ocorridas na 9ª SE com 20, 13ª SE com 25 e 14ª SE com 21 notificações. O município com maior número de casos notificados foi Altamira com 102, o que corresponde a 57,9% dos casos, seguido dos municípios de Belém com 54 casos (30,6%) e Castanhal com 6 casos (3,4%).

A faixa etária mais acometida foi a de crianças de sete meses a dois anos de idade com 60 casos registrados (33,5%); seguida da de idosos com 60 anos ou mais com 37 casos registrados (20,6%); e de crianças de três a dez anos de idade com 24 registrados (13,4%).

Dos 179 casos de SRAG, apenas 63 tiveram coleta de secreção de nasofaringe, dos quais apenas 13 casos com resultado positivo para vírus respiratório, sendo 1caso de Influenza A H1N1; 4 casos de Influenza A H3N2; 1caso de Parainfluenza 2; 1 caso de Parainfluenza 3; 2 casos de Vírus Respiratório Sincicial (VRS) e 4 casos de Metapneumovírus.

O mais preocupante é que desses casos, dez evoluíram para óbito e todos foram classificados como SRAG não especificada, ou seja, sem diagnóstico etiológico porque não foi realizado exame laboratorial. “Assim ficamos sem saber qual vírus acometeu essas pessoas que morreram”. Além disso, apenas dois deles tomaram o medicamento específico (Oseltamivir/Tamiflu), já distribuído para todos os Centros Regionais de Saúde e todos os municípios.

Dos 10 óbitos, 6 ocorreram no município de Altamira, 1 em Belém, 1 em Ananindeua, 1 em Cametá e 1 em Novo Repartimento. “Entre as pessoas que morreram, 60% eram idosas, duas na faixa etária de 11 a 29 anos e 2 na faixa etária de 30 a 59 anos”, observou Fátima. Por causa dessa situação, uma equipe da DVE irá a Altamira na próxima semana para saber o motivo da não coleta de amostras para exame e nem da prescrição do antiviral específico.

No que tange ao tratamento, esse deve começar primordialmente até 48 horas depois do início dos sinais e sintomas de SRAG, independentemente da coleta de material para exame, pois a demora pode levar o paciente a óbito.

Os profissionais de saúde devem ficar atentos também aos casos de síndrome gripal (SG) em pessoas com condições e fatores de risco para complicações como crianças menores de dois anos de idade, idosos com mais de 60 anos de idade, grávidas em qualquer idade gestacional, mulheres no puerpério, ou seja, 45 dias após o parto incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal, pessoas com doenças crônicas, imunossupressão, indígenas e obesidade mórbida. Nesses casos, e inclusive em pacientes sem condições e fatores de risco para complicação, conforme a gravidade do caso e da avaliação do médico pode ser utilizado o medicamento Oseltamivir. “Além disso, todos os pacientes com síndrome gripal devem ser orientados a retornar ao serviço de saúde em caso de piora do quadro clínico”, alertou Fátima.

Campanha

Na segunda-feira (23) começa em todo o Brasil, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, destinada aos grupos prioritários da população que são as crianças entre seis meses e menores de cinco anos de idade, mulheres grávidas em qualquer idade gestacional e no puerpério, idosos com mais de 60 anos, trabalhadores de saúde e professores das redes pública e privada, indígenas aldeados, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que cumprem medidas socioeducativas, detentos e funcionários do sistema penitenciário, e os indivíduos com doenças crônicas comprovadas com laudo médico. A meta é vacinar 90% dos destinatários, o que corresponde a 1,6 milhão de pessoas em todo o Pará.

A coordenadora estadual de Imunização, Jaíra Ataíde espera ter um resultado ainda mais positivo do que em 2017. “Apesar de termos alcançado a meta geral com 88% da população destinatária vacinada, uma avaliação por grupo prioritário apontou que em muitas Regionais de Saúde, a meta não foi alcançada, como por exemplo, na 1ª Regional de Saúde, onde apenas 20% das crianças, 40% dos trabalhadores de saúde e 20% das gestantes foram vacinadas”, explicou Jaíra.

Ela lembrou, ainda, que em 2017 o Ministério da Saúde estendeu a vacinação para toda a população, mas poucas pessoas procuraram os postos de saúde em busca de proteção que é dada gratuitamente pelo SUS.

Por isso, Jaíra pede maior empenho das Secretarias Municipais no sentido de sensibilizar e mobilizar essas populações, principalmente crianças, gestantes e idosos, que são as mais suscetíveis a evoluir para complicações quando são acometidas pelo vírus da gripe.

A vacina deste ano protege contra os vírus da gripe Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B, e estará disponível nos postos de saúde até o dia 1º de junho.

 

Fique atento aos sintomas gerais da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG):

- Febre de início súbito mesmo que referida (que não foi verificada com uso termômetro) acompanhada de tosse ou dor de garganta;

- Dor de cabeça;

- Dor nos músculos ou dor nas articulações, na ausência de outro diagnóstico específico;

Em crianças menores de 2 anos:

- Febre de início súbito (mesmo que referida);

- Tosse, coriza e obstrução nasal;

- Nos casos mais graves: dispneia, desconforto respiratório, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente e piora da doença pré-existente e pressão baixa em relação à habitual do paciente.

 

Algumas dicas de prevenção (com orientações da enfermeira Kamila Pereira, uma das responsáveis pelo monitoramento de SRAG no Estado):

- Lavar e higienizar as mãos antes de consumir alimentos e após tossir e espirrar;

- Utilizar lenço descartável para higiene nasal;

- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;

- Evitar tocar nas mucosas dos olhos, nariz e boca;

- Não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, pratos, copos e garrafas;

- Manter os ambientes bem ventilados;

- Evitar ficar perto de pessoas com sinais e sintomas de gripe.

 

Medidas preventivas para profissionais de saúde:

- Higienizar as mãos antes e depois de contato com os pacientes;

- Usar máscara cirúrgica ao entrar no quarto a menos de um metro de distância do paciente e substituí-la a cada contato com o paciente;

- Utilizar máscara tipo N95, N99, PFF2 ou PFF3, avental, luvas e óculos durante a assistência ao paciente;

- Colocar máscara cirúrgica no paciente durante seu transporte;

- Fazer descarte adequado de resíduos de serviços de saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).