Encontro do Pará Profissional aponta avanços na qualificação para o mercado de trabalho
Percorrer as 12 regiões de Integração do Estado para discutir, de forma conjunta e articulada, a execução do Programa Pará Profissional como experiência de política pública para o desenvolvimento inter-regional, inclusão produtiva e oportunidades de trabalho. Esse é o principal objetivo do I Encontro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica, organizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet). A primeira região a receber o evento foi Lago de Tucuruí, que teve o município de Tucuruí como sede, nesta terça-feira (24), com parceria da Prefeitura Municipal e do Comitê Gestor Intersetorial de Educação Profissional e Tecnológica de Tucuruí.
A presidente do Comitê e secretária de Governo, Enilda Santos, considerou o evento uma grande oportunidade de diálogo entre os diversos setores dos municípios da região. “O Pará Profissional veio para Tucuruí e foi abraçado por várias instituições, e aqui é um polo institucional, em que as instituições presentes podem contribuir com sua experiência e tecnologia e, com o Programa, acredito que agora vamos avançar diante de todo o apoio que está chegando”, ressaltou.
O Encontro foi dividido em quatro momentos. No início, o público – composto majoritariamente por representantes de instituições públicas e privadas, entidades de classe, associações, professores e estudantes – teve acesso a um panorama do cenário de qualificação profissional e empregabilidade na região, por meio de quatro exposições.
Na primeira, a representante do Fórum Paraense de Aprendizagem Profissional e auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Deise Mácola, abordou a aprendizagem profissional como formação de valores para o mercado de trabalho na região. Em seguida, Eduardo Rodrigues, gerente de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), destacou os avanços do plano estratégico do governo Pará 2030 e a importância da Região Lago de Tucuruí para o cenário exposto.
Os indicadores de empregabilidade na região foram abordados por Everson Costa, adjunto da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster). Ele mostrou que, em 2016, o Pará perdeu mais de 38 mil postos de trabalho, e mais de 7 mil em 2017. Destes postos perdidos, 85% estão no interior do Estado, segundo dados sistematizados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no Pará.
O secretário adjunto frisou a importância da realização de demanda qualificada dos cursos para cada lugar. “Vocês precisam elaborar as demandas de acordo com os indicadores”, aconselhou.
Histórico - A secretária adjunta da Sectet, Maria Amélia Enríquez, apresentou um histórico do Programa Pará Profissional. Instituído pela Lei 8.427, de 16 de novembro de 2016, o Programa está inserido no Pará 2030 e envolve diversos órgãos do Estado, tendo a Sectet como coordenadora. A secretária mostrou que, desde sua criação legal até meados de 2018, já são calculados mais de 200 cursos, em mais de 50 municípios de todas as regiões de Integração do Estado, gerando mais de 5 mil vagas em cursos. E tudo foi realizado a partir da qualificação das demandas, por meio de oficinas, debates, reuniões, convênios e parcerias com os municípios, setor privado e Sistema S, que inclui, entre outras instituições, o Serviço Nacional da Indústria (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Para Maria Amélia Enríquez, o papel da educação profissional é fundamental no processo de desenvolvimento do Estado a partir da verticalização das cadeias produtivas estratégicas. “Se a nossa mão de obra local não estiver preparada, vai perder oportunidades, pois, no momento em que vem o investimento, vêm empresas de fora, que acabam importando mão de obra, e nossa população fica marginalizada. Isso é um modelo de crescimento que não gera desenvolvimento, por isso a política do Governo do Pará busca uma tríplice revolução: pela produção, pelo conhecimento e por novas formas de gestão. O Pará Profissional junta tudo isso”, afirmou.
Encerradas as apresentações, a segunda parte da dinâmica do Encontro dividiu o público em grupos, os quais avaliaram, pela metodologia conhecida como Análise Swot, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o avanço da qualificação profissional e geração de emprego e renda na Região Lago de Tucuruí.
Em seguida, estudantes do Programa Jovem Aprediz puderam expor a realidade em que vivem. O terceiro momento foi de definição do plano de ação, a partir do que foi observado na Análise Swot. O quarto e último momento foi de conclusão dos trabalhos do dia.
Na hora certa - Professor da rede pública estadual, Flávio Caridade participou das dinâmicas e disse acreditar que o evento chegou na hora certa. Para ele, há grande dificuldade de qualificação dos jovens na região. “Este Encontro ocorreu em um momento muito oportuno, para discutirmos as dificuldades a respeito da qualificação e encontrarmos uma solução para isso, e podermos investir para o enfrentamento dos problemas”, disse Flávio Caridade.
A próxima região a receber o Encontro será Rio Capim, que terá Ulianópolis como sede, na próxima quinta-feira (26). No dia 3 de maio, a equipe do Pará Profissional estará na Região Rio Caeté, em Bragança. As demais datas e regiões a serem atendidas estarão disponíveis no site da Sectet, nos próximos dias.