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Sespa informa a bispo do Marajó ações contra raiva humana em Melgaço

Por Redação - Agência PA (SECOM)
24/05/2018 00h00

Dar continuidade às ações de controle da raiva humana no município de Melgaço, no Arquipélago do Marajó, e, posteriormente, discutir uma ação conjunta entre os órgãos do governo do Estado e outras instituições para o desenvolvimento de um projeto socioeconômico e educativo para o município, foi a principal conclusão da reunião entre o Bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Luís Azcona, e o secretário de Estado de Saúde Pública, em exercício, Arthur Lobo, realizada nesta quinta-feira (24), na sede da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em Belém.

Acompanhado pelas missionárias da Comissão de Justiça e Paz da Prelazia do Marajó, Marluce de Jesus Silva e Kátia Afonso, Dom Azcona disse que “a doença está atingindo a área mais pobre em Melgaço, o município com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País”.

A missionária Marluce Silva informou os resultados da Ação Amigos de Jesus, realizada em março deste ano com apoio da Sespa e diversas instituições parceiras, quando foram identificados vários problemas de saúde enfrentados pela população rural de Melgaço.

Ações realizadas - Após escutar os relatos, o secretário Arthur Lobo repassou os últimos informes sobre o surto em Melgaço, ressaltando as principais providências tomadas pela Sespa para enfrentar o problema, desde a primeira notificação de caso suspeito de raiva humana. “Não temos medido esforços, desde o momento que tomamos conhecimento do caso, como envio de equipes de profissionais de saúde, vacinas e mosquiteiros”, enfatizou o secretário em exercício.

O diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso, também informou as ações realizadas nas comunidades de São José, Santa Maria e Pimental. Segundo ele, a Sespa está trabalhando com 30 pessoas e quatro lanchas, e as ações já resultaram na eliminação de 500 morcegos. Além disso, não há relato de novas agressões desses animais à população. “Estamos distribuindo 2 mil mosquiteiros, sendo que a meta são 06 mil mosquiteiros”, acrescentou Bernardo Cardoso.

A diretora de Vigilância em Saúde, Rosiana Nobre, informou que houve apoio importante dos residentes de Infectologia do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) nas ações com a população. “Não vamos sair de lá enquanto não concluirmos o trabalho de investigação epidemiológica e de atendimento às comunidades afetadas”, afirmou.

Balanço - Arthur Lobo considerou positiva a reunião. “No momento, vamos continuar com as medidas emergenciais, e depois, juntamente, com outras instituições, estudar o que poderá ser feito para melhorar as condições de vida da população de Melgaço”, ressaltou.

Dom Azcona também disse ter saído satisfeito da reunião. “Foi uma reunião eminentemente positiva, porque recebemos informações das ações que estão sendo realizadas em Melgaço e como a doença está sendo dominada, praticamente controlada, o que nos dá uma satisfação enorme e uma confiança na Sespa de que não somente vai continuar na área da saúde contra a raiva humana, sob todos os aspectos, mas que vamos unir as mãos lutando por um Marajó, por um Pará saudável, humanizado e com esperança”, afirmou o bispo.

Ao final do encontro, o assessor da Sespa, Helio Franco, anunciou que a Secretaria se empenhará para realizar, ainda, as seguintes ações: fazer a regulação de todos os casos clínicos identificados pela Ação Amigos de Jesus; examinar os casos de hanseníase também identificados durante a ação; avaliar e reordenar o trabalho dos médicos cubanos que atuam em Melgaço, e se recusam a sair da sede do município; acionar a Vigilância Sanitária e a Adepará (Agência de Defesa Agropecuária) para avaliar a situação dos matadouros, e manter todas as ações de controle da raiva humana no município.

Situação atual - Até esta quinta-feira já foram confirmados laboratorialmente, pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) e pelo Instituto Pasteur (sediado em São Paulo), cinco casos de raiva humana entre os 14 notificados sobre a doença em Melgaço.

Das cinco pessoas com diagnóstico confirmado, três morreram e duas permanecem internadas. Já foram registrados oito óbitos, mas quatro pessoas não tiveram material coletado para exame. Quatro pacientes prosseguem internados, em estado grave - três no Hospital da Santa Casa, em Belém, e um no Hospital Regional de Breves, no Marajó.