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Projeto de Odontologia para bebês incentiva saúde bucal na primeira infância

Unidade de Referência Especializada Materno Infantil e Adolescente (Uremia), da Sespa, estimula acompanhamento precoce e prevenção de doenças bucais em bebês

Por Dayane Baía (ARCON)
08/11/2022 12h29

Desde maio de 2021, o Projeto de Odontologia para Bebês realiza 14 consultas diárias com odontopediatra para bebês regulados do Sistema Único de Saúde (SUS). O acompanhamento e orientações são destinados para essa faixa etária, antes mesmo de os dentes de leite aparecerem, o que é importante para o crescimento da dentição saudável.

Letícia Monteiro, dona de casa, é mãe de Louise Maria Monteiro, de apenas 11 meses, encaminhada com suspeita de freio lingual, a criança recebe acompanhamento no projeto. “É muito bom o atendimento, ela vem sendo avaliada, e fui orientada para quando viesse a dentição, fazer a limpeza”, contou a mãe. 

“Hoje a odontopediatra me orientou sobre o tipo de escova, creme dental, que deve ser usado porque ela ainda é um bebê. A partir de hoje vou iniciar essa nova rotina”, afirma Letícia Monteiro.

O atendimento é realizado por duas odontopediatras, integrantes das equipes multiprofissionais que acompanham as crianças da Uremia. Ana Patrícia Pereira Damasceno, odontopediatra, explica a importância de a prevenção se antecipar ao primeiros dentes da criança

“Percebemos nitidamente que isso tem um ganho muito grande, porque a criança consegue chegar aos três anos com toda a dentição de leite completa e zero de cárie. O trabalho é feito de forma multidisciplinar, em contato com nutricionista, fonoaudióloga, pediatra. Temos relatos de mães que já tiveram outros filhos e que o projeto ainda não funcionava e que elas não tinham ideia do conhecimento e orientações em relação aos cuidados com a cavidade oral, uso de escova, creme dental”, pontua a odontopediatra Ana Patrícia.

Ela explica, por exemplo, que são desmistificadas situações como a relação entre uso excessivo de medicação e o impacto na saúde dental. A odontopediatra esclarece, por exemplo, que todo medicamento infantil contém açúcar então o dente precisa ser higienizado após a administração de remédioa.

Lúcia Helena Carneiro de Azevedo também é odontopediatra do projeto e pontua que como o foco são bebês, o atendimento é diferenciado, eles ainda não podem usar a cadeira odontológica, exemplifica.

“Nós adaptamos o colchão e usamos a posição do joelho que a mãe pode fazer em casa. Também explicamos a importância da limpeza da boquinha dos bebês, o nascimento dos dentinhos, da amamentação que fortalece o maxilar e a mandíbula e a relação com a ingestão do açúcar. Para as mulheres da rede pública ter esse acompanhamento é um diferencial, que inclusive não é acessado até por quem tem plano, pois existe uma cultura equivocada de que o acompanhamento odontológico é feito só depois dos 4 anos, quando a criança já até tem cárie que poderia ter sido evitada”, destaca Lúcia Helena.

Coordenadora de Saúde Bucal da Sespa, Alessandra Amaral explica que o projeto integra a estratégia de prevenção do governo do Estado. “A saúde começa pela boca e é fundamental nós cuidarmos também dos nossos bebês, para a mastigação, sucção e para os dentes ficarem no local correto”, destaca ela. 

“O projeto se integra às ações de prevenção realizadas em todo o estado, mostrando que é mais fácil você entregar um creme dental, uma escova dental, ensinar correta escovação do que esperar a doença aparecer na boca para ter que tratar com um especialista para fazer canal e a própria extração - que vai mutilar o paciente”, comenta Alessandra Amaral.