Mestrado indígena da Uepa é aprovado pela Capes
A Universidade do Estado do Pará (Uepa) comemora mais uma conquista acadêmica: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a implantação do Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação Escolar Indígena. A expectativa é que o primeiro edital de seleção seja lançado ainda este ano.
O objetivo principal do Programa é a qualificação profissional, em nível de pós-graduação stricto sensu (mestrado), de professores e/ou graduados indígenas que tenham atuação na Educação Escolar Indígena. Desse modo, pretende-se dar continuidade aos processos de formação docente iniciados pela Política Indigenista da Uepa, por meio do Núcleo de Formação Indígena (NUFI).
O Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação Escolar Indígena terá duas linhas de pesquisa, são elas: Currículo, Modos de Fazer e Avaliação em Educação Escolar Indígena, e Planejamento e Produção de Materiais Didáticos na Escola Indígena.
A Uepa é a proponente do Programa, mas trata-se de uma proposta em associação interinstitucional, tendo auxílio executivo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Nos próximos dias, algumas reuniões devem ser realizadas entre os pró-reitores de pós-graduação e os colegiados de todas as instituições envolvidas. O objetivo é definir o número de vagas e as demais diretrizes para a elaboração do edital do processo seletivo. A expectativa é que o edital de seleção para a primeira turma do mestrado indígena da Uepa seja lançado até janeiro de 2018.
Licenciatura Indígena
Coordenado pelo NUFI, o curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Uepa já formou cinco turmas atendendo os seguintes povos: Gavião; Surui Aikewara/Aldeia Sororó; Tembé; Wai Wai/Aldeia Mapuera/Território Etnoeducacional Ixamná; Tapajós Arapyú/Território Etnoeducacional; e Tapajós Arapiun. Atualmente, a graduação conta com cinco turmas e um total de 206 alunos oriundos dos povos: Assurini do Trocará/Aldeia Trocará; Tapajós Arapyú/Território Etnoeducacional; Tapajós Arapiun/Aldeia Caruci; Tembé-Gurupi/Aldeia Cajueiro; e Munduruku do Alto Tapajós.
As aulas ocorrem, em sua maioria, nas aldeias, mas também há momentos em que os alunos precisam ter vivência com a Universidade. Por isso, oficinas, seminários e palestras são ofertados para os estudantes dentro dos campi.
O curso dispõe de 30 docentes efetivos, entre eles mestres e doutores, e conta também com professores colaboradores eventuais. Para dar aulas para os indígenas, todos passam por um treinamento especial semestral para se prepararem para as peculiaridades culturais e linguísticas que encontrarão em sala de aula. Uma didática intercultural que garante a não resistência das comunidades indígenas à chegada do Ensino Superior.