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Sistema de Segurança anuncia medidas para esclarecimento de crimes no Tapanã, em Belém

Por Redação - Agência PA (SECOM)
30/10/2018 00h00

Seis equipes da Divisão de Homicídios do Pará, vinculada à Polícia Civil, atuam nas investigações das mortes e tentativas de homicídio ocorridas no Bairro do Tapanã, em Belém, na noite de segunda-feira (29). Onze inquéritos foram instaurados. Os primeiros levantamentos foram realizados ainda na segunda-feira, nos locais dos crimes. Nos próximos dias, novos depoimentos serão coletados, e a Polícia Civil poderá revelar novas informações sobre o andamento das investigações, afirmaram os dirigentes do sistema de segurança durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (30), na sede da Delegacia-Geral de Polícia Civil.

Participaram da coletiva o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes; o delegado-geral Cláudio Galeno, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Hilton Benigno, entre outros integrantes da cúpula de Segurança Pública. Durante a coletiva foi ressaltado que a meta da Polícia Civil é buscar o esclarecimento o mais rápido possível, para identificar os autores e definir a motivação dos crimes.

De acordo com o secretário Luiz Fernandes, uma força-tarefa foi organizada pela Divisão de Homicídios, e ainda na segunda-feira os trabalhos de investigação começaram. “Nenhuma linha de investigação é descartada. Uma base de trabalho foi instalada na Unidade Integrada Pro Paz do Tapanã para levantar todas as informações”, acrescentou. Luiz Fernandes ressaltou que a polícia vem dando respostas à sociedade, “muitas delas, inclusive, com prisões de policiais e de pessoas que não são policiais. Recentemente, tivemos julgamentos do próprio Tribunal do Júri de pessoas envolvidas nesse tipo de crime”.

O delegado-geral Cláudio Galeno disse que não se pode descartar a possibilidade de as mortes terem relação com o assassinato do sargento João Batista, na quinta-feira passada, no mesmo bairro. "Ao mesmo tempo em que não podemos afirmar, não podemos também descartar a relação entre as mortes e a do policial militar. Existe a possibilidade de ter sido ação de milícia, de grupo criminoso, de facção criminosa", explicou o delegado-geral, afirmando que a polícia está empenhada em mostrar, por meio de provas consistentes, as motivações dos crimes.

Segundo Cláudio Galeno, as investigações mostraram, até o momento, que a “atuação dos criminosos foi uma ação organizada, e que contou com o a apoio de três motos e seis participantes”. Ele destacou ainda ser necessária investigação "para saber dos parentes e de outras pessoas próximas se as vítimas haviam sofrido ameaças, para que se possa descartar outras hipóteses do crime", e salientou que as investigações já contam com diversas informações em fase de análise. "Não descansaremos enquanto não acharmos o resultado que a sociedade espera", garantiu o delegado-geral.

Apoio nacional – Durante a coletiva, o secretário Luiz Fernandes fez um retrospecto das medidas de apoio solicitadas ao governo federal. Ele informou que em ofício encaminhado em 8 de maio deste ano ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o governador Simão Jatene solicitou apoio da Força Nacional de Segurança, especificamente para ajudar na investigação criminal e perícia técnico-científica dos homicídios em série e no crime organizado.

O Estado solicitou ainda reforço para capacitações nessa área de investigação, fortalecimento de pessoal para os núcleos de investigação e repressão ao crime organizado e articulação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para integração de bancos de dados de prisões, entre outras ações de inteligência policial.

“Desde o dia 8 de maio, eu e o governador pedimos para o ministro Raul Jungmann apoio para que tivesse a investigação quanto a essas milícias, que não é algo específico do Pará, o que não foi acatado até agora. Principalmente com a polícia investigativa, judiciária e técnica, além de pessoas da área de inteligência, ocasião em que o próprio governador disponibilizou o Centro de Inteligência para que fosse, se assim for a decisão do governo federal, transformado em um centro regional de inteligência. O nosso está pronto e disponível para a Região Norte”, garantiu Luiz Fernandes.

A Segup informou, à noite, que durante uma intervenção policial de militares do 24º Batalhão da Polícia Militar, no bairro da Pratinha, na tarde desta terça-feira (30), três acusados na participação da morte do sargento PM João Batista Dias foram mortos. Eles efetuaram disparos contra a viatura, e após serem baleados, foram levados para o posto de saúde do Tapanã, mas não resistiram. Com os homens foram apreendidos uma pistola Pt940, um revólver calibre 38 e uma arma de fabricação caseira calibre 38.